4- Amo Vitiello

280 17 3
                                    


 Janeiro 

O dia foi entediante, foram muitas reuniões sobre os negócios da Famiglia. Até mesmo Cassio Moretti, o underboss da Philadelphia se juntou a nós.

— Os Mc's estão se fortalecendo — meu pai diz sentado na mesa de reuniões. — Precisamos resolver isso o quanto antes.
— Ouvi dizer que eles querem retaliação — Romero comenta.
Matteo encara meu pai e diz cauteloso.
— Luca, o líder deles é filho de um daqueles soldados que você matou. Já faz mais de 20 anos, talvez esteja reunindo forças para se vingar.


Meu pai parece preocupado, mas não sei do que eles estão falando.

— Não quero discutir isso aqui — ele diz irritado.
— Por que não? — pergunto curioso.


— Talvez seja melhor vocês conversarem a sós, até mais Luca — Cassio pigarreia e se levanta.


Todos se retiram da sala e ficamos a sós.Luca Vitiello é um excelente pai, ele nos deu a melhor educação e vida que poderíamos ter.  Apesar de ser muito rígido, ele nunca escondeu seu amor por nós. Existe uma pressão em ser o filho do capo, meu pai nunca pôde demonstrar fraqueza na frente de seus inimigos, ou sua família seria alvo. 

Nós estudamos em casa, as manhãs eram dedicadas ao estudo, e a tarde para o treinamento com os soldados da Famiglia.Minha irmã e eu cescemos com todo carinho e apoio da nossa família, mas a rigidez de Luca sempre foi seu modo de demonstrar que se preocupa conosco.Fomos escondidos da mídia e qualquer outra coisa que pudesse demonstrar nossa existência, ele sempre cuidou para que nós ficassemos seguros.

 A admiração por ele é a coisa que mais prezo. Luca Vitiello é o capo mais temido do país, e um dia, seguirei seus passos.
— Amo, eu já fiz coisas horríveis das quais não me orgulho.
— Não me diga que você matou alguém — digo com deboche.


— Isso é sério, Amo — seu tom de voz muda.


— Tudo bem, então me diga o que você fez há 20 anos atrás.


Ele respira fundo e começa a contar.

— Dante Cavalarro tentou me atingir, fazendo com que acreditasse que sua mãe havia me traído. Então nos separamos por alguns meses. Fiquei fora de mim. Durante um ataque de fúria, matei todos os homens de um clube de MC's — seus olhos eram sombrios, a única coisa que sempre afetou Luca diretamente: Aria Vitiello.


— Ela estava grávida da sua irmã e sofreu muito por minha causa, quase perdemos nossa filha.


Me sento ao seu lado, tento compreender a situação. Sei que ele nunca faria nada para machucar ou prejudicar sua família.

— Você fez o que foi necessário, não cabe a mim julgar — digo.


Suas mãos estão tremendo. Em todos os meus anos de vida, nunca vi nada parecido.

— Meu pai era um idiota, uma pessoa terrível. Quando Aria me disse que estava grávida, jurei que seria uma pessoa diferente, que daria meu melhor como pai.


— Então você cumpriu sua promessa— digo cauteloso. — Criou dois filhos fortes.


— Não conte para sua mãe sobre isso, ela vai ficar arrasada — ele comenta.


Meu pai se levanta e vai até a porta. 

Ainda estou sentado, tentando digerir algumas informações.

Eu já estava acostumado com sangue em nossas mãos, afinal, cresci nesse meio. Nada que Luca contasse me chocaria, eu já o conhecia e isso bastava. Nossas mãos estavam sujas de sangue e eu não era melhor que meu pai para julgá-lo. Já tinha matado e torturado, feito coisas horríveis das quais não me orgulhava, mas era necessário para proteger a famiglia. 

Eu entendia isso, entendia o papel que desempenhavamos dentro desse mundo e não me importava com a fama de meu pai. E sinceramente? Também não dava a mínima para o que as pessoas tinham ouvido falar sobre nós.Vitiellos eram temidos em Nova York e isso era necessário para manter o poder.


Luca para na porta e me dá um olhar diferente.

— Obrigada, filho. Você será um excelente capo.


Depois da reunião vou para a academia da famiglia praticar um pouco de boxe.Apesar do frio, tiro minha camiseta e a tatuagem da famiglia sobre meu peito fica a mostra. Eu não era do tipo que amava tatuagens, apenas o dragão nas costas e a caveira na mão já eram suficientes. 

Os piercings me chamavam mais atenção e era uma forma de deixar as mulheres loucas.Quando eu fiz 16 anos furei um dos mamilos e tive a brilhante ideia de fazer um piercing genital. Ideia brilhante esta da minha irmã, que disse que as garotas ficariam loucas por mim e ela estava certa. Doeu como o inferno, mas a dor era só um detalhe. Ver mulheres se contorcendo de tesão quando viam um piercing no meu pau era bem tentador.


— Amo — Rose entra na academia. Ela está com um casaco de pele e longos saltos.


— Como conseguiu entrar?


— Eles sabem que sou sua garota.Não, ela não era minha garota, nós só fodiamos e isso era suficiente. Rose senta com as pernas abertas e percebo que não tem nada por baixo, exceto o casaco a cobrindo.


— Senti sua falta no natal — ela faz beicinho e logo começa a tirar o casaco, ficando completamente nua.


Ainda bem que a academia estava vazia.Sinto meu pau reagir quando vejo seus belos seios a mostra.

— Tenho meia hora — olho no relógio da parede. 

Chego mais perto da garota e a puxo para um balcão, quando Rose se inclina, eu entro dentro dela.

Sins of  the Fathers - Amo & GretaOnde histórias criam vida. Descubra agora