5- Amo Vitiello

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Depois de algumas horas chego em casa. Tia Lily e Gianna estão tomando chá com Aria.Tento passar despercebido, mas é impossível.


— Querido, você andou de moto nesse frio? Seu rosto está congelando! — minha mãe vem até mim com uma xícara de chá quente. — Tome, isso vai te aquecer.


Agradeço e me encosto na bancada da cozinha.


— Tem uma coisa roxa no seu pescoço — Gianna aponta para a marca de mordida. Maldita Rose, ela poderia manter seus dentes para si.

— Devo ter me machucado no ringue — minto.

— Claro que sim — Gianna pisca como se soubesse de tudo. — Deve ser díficil resistir a tantas garotas rondando o futuro capo.

— Eu decidi esperar, tia — digo com tom de deboche.

— Amo, preciso de um favor — tia Lily diz — Sara tem clube da leitura mais tarde, Romero não chegará a tempo, você pode levá-la até a cafeteira, por favor? — Me pede com aqueles olhos que só as irmãs Scuderi são capazes de fazer.


— Sem problemas.


Sara Cancio é a pessoa mais inteligente da família. Com 18 anos a menina deixaria Einsten e outros cientistas para trás, ela é uma maldita gênia. 


— Eai, Sara — a cumprimento na sala de tv.Ela está carregando três livros e um gato. Seu macacão está sujo de tinta e os cabelos estão presos.


— Oi Amo, obrigada por me levar — seu sorriso é muito gentil.


— Um gato? Achei que estávamos indo em uma cafeteria — comento curioso. Sara despeja os livros em minha mão que estava vazia e segue para a garagem.


— Essa cafeteria é vegana, então permite animais, não é incrível? — ela dá pulinhos enquanto a sigo. — Com qual carro vamos? Posso escolher?


Nossa garagem é gigante, tem uma infinita variedade de motos e carros.


— Claro.


Sara se aproxima e escolhe um clássico da coleção. O carro é amarelo mostarda, uma tendência antiga.— Pode ser esse? — pergunta sorrindo.


— Se você gostou...


— É estranho, assim como eu — declara passando a mão na lataria.


Sara é a pessoa mais maluca, engraçada e inteligente que conheço.— Você quer dirigir? — pergunto.


Ela arregala os olhos surpresa.

 — Sério?

— Você amou o carro, tenho certeza que dirigir será ainda melhor.


— Obrigada, Amo — ela vai para o volante — Por favor, segure o Corleone. — Sara me entrega a bola de pêlos.


— Seu gato se chama Corleone?


— Sim, nós não fazemos parte da máfia? — ela brinca.


— Eu gosto do seu senso de humor. Talvez meu pai precisasse de umas aulas com você.

— Tio Luca é fechado, mas acho que eles não fazem de propósito. Deve ser difícil manter a pose de malvado — ela acelera o carro enquantos conversamos durante o trajeto.

— Você acha que é uma pose?

— Claro que sim — ela continua concentrada no volante. — Vocês não podem ser tão ruins assim.

Dou risada, torcendo para que Sara jamais soubesse o que nós faziamos contra nossos inimigos.


Chegamos no café.

A cafeteria é aconchegante, mas me sinto deslocado, já que o local está cheio de intelectuais.

Sara logo se enturma com seu grupo e me sento no balcão. Peço um café quente e observo as pessoas ao meu redor. São tantas estudantes bonitas que fazem meu libido se perguntar quem seria a escolhida da noite.


Uma garota peituda está ao meu lado e resolvo tentar a sorte.

— Oi, gata — digo me aproximando.


A garota faz cara de nojo e se levanta. -— Sai fora, cara.


Fico inconformado com o fora, não era comum mulheres me rejeitarem. Me levanto para ir atrás da garota, quando ouço um riso alto e me viro.


— A tática não foi ruim, mas ela tem namorado. Você precisa verificar as mãos antes de flertar — diz a garota que riu de mim.


Ela usa um gorro verde escrito "Go Vegan", suas roupas são de ginásticas, então presumo que é alguma esportista ou dançarina, já que a cafeteria fica próxima a academias de arte. Sua pele está bronzeada, provavelmente ela não é da cidade. O cão ao seu lado não tem uma perna, mas o que me chama atenção são os olhos e o sorriso. Seus olhos são negros como a escuridão sem fim e o sorriso é capaz de matar exércitos.

Os cabelos também são escuros e escorrem pelo moletom, o nariz é arrebitado e as bochechas estão vermelhas, provavelmente devido ao frio. Ela tem uma beleza arrebatadora.

— Por acaso você é algum tipo de conselheira amorosa? Sabe, como no filme — pergunto, me dirigindo até sua mesa.

Tiro minha jaqueta e me sento como se fossemos íntimos. Talvez ela me soque, mas acho difícil pela sua expressão pacífica.

— Não! — ela ri — Mas eu tenho um irmão mulherengo.

— Talvez eu precise de algumas dicas então — tomo um gole do meu café e ela continua me observando em silêncio. 


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⏰ Última atualização: Mar 18, 2021 ⏰

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Sins of  the Fathers - Amo & GretaOnde histórias criam vida. Descubra agora