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Sorrisos que aquecem a alma.
Energia capaz de trazer a calma.
Voz de pássaro alegre, aveludada.
Mente indecifrável, conturbada.
Olhos de safira reluzente, preciosa.
Olhar inexpressivo, menina ansiosa.
Risadas contagiantes, um doce beneficio.
Perfume inebriante, ela era um vicio.
 – sem data.



Parecia que o mundo tinha se esvaído por entre meus dedos. Ela partiu restando somente a saudade e o sentimento de inutilidade. O que eu faria a partir dali era uma incógnita. Não havia porém ou mas no que acontecia diante de meus olhos, somente perda. Por um segundo simplesmente a perdi. Eu a amava mais que tudo e agora, não parecia suficiente.
                                                                                                                                                                 – 28/03/2018


                  

 Ele a via como uma flor em meio a um deserto, como uma estrela em sua fase mais brilhante, como a melhor de tudo o que já possa ter existido. Ela era um mistério. Suas ações, sentimentos e falas eram incógnitos. Mas ainda assim ele a amava, pois achava que havia algo bonito no desconhecido, algo que atrai, uma lenta gravidade a qual nos mantêm focados em um ponto qualquer. Todos estão ligados às coisas que nos permitem ser o que somos. Memórias, pessoas, passado, presente e futuro interligam-se e boa parte de nós não percebe. Ele a amava e ela era do tipo que não percebia. Quando o verão acabou, foi como se nunca tivessem se visto antes. Ela não atendia ligações, não ia mais à escola. A alma de repente ficou apertada, estava sentindo-se claustrofóbico e partiu por procurar alguma pista do paradeiro de sua amada. Eram exatamente nove da noite quando um policial troncudo, com cansaço aparente, bateu à porta. Más notícias. A menina mistério estava morta. Overdose, foi o que disseram. Ele não acreditava, não conseguia. Sua mente girava, sua carne formigava. Depois disso, suas noites não eram para dormir, para descansar, mas sim para voltar brevemente no tempo. Ela lhe disse uma vez "Acho que vou tirar umas férias." "Do quê?" ele atreveu-se a perguntar, então ela respondeu vagamente "Da vida.". Foi como se tivesse levado uma surra no estômago. Sua pequena havia se despedido e ele mal notara. O coração ficou oco, tamborilava no peito apenas para manter o sangue circulando pelo corpo. Logo pôde compreender: nada mais faria sentido dali em diante.                                                                                                                                                                     – 2015.

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