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Eles me olham atentos,
seus braços estão abertos,
ouço palavras de consolo.
Mas eles nem sabem por que eu choro.
Um, dois, vários abraços
e me mantenho mais vazia do que nunca.
E se soubessem?
Soubessem o que pensei por anos?
Seria eu, um monstro?
Ou apenas a criança aterrorizada?
O tempo fez com que eu me sentisse louca.
É, talvez eu seja.
Seus olhos ainda estão sobre mim.
Agora me analisam cautelosamente.
Eles querem que eu diga algo.
Porém, o que haveria de dizer?
Palavras vêm e vão.
Estou esgotada.
Sufoquei-me com tudo aquilo,
meus pensamentos.
Toda vez que alguém há de me abraçar,
lágrimas escorregarão pela minha face.
Eles querem me ajudar.
Querem.
Eu fico pensando se também quero.
Tenho medo de mim.
Das ideias que circulam pela minha mente.
Tudo está bem e de repente não está mais.
Quem sou eu?
Essas lágrimas persistentes.
Essa sensação de estar perdida.
Rostos tão familiares e tão estranhos.
Sorrio para eles, estou bem.
Então vem a certeza,
quero morrer de novo.
– 2014/2015

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