CINQUENTA E SEIS

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tenho medo do escuro; não o do quarto, mas aquele que reside dentro de mim.

na minha antítese pessoal o frio dentro da alma me traz calor e aquece o coração.

sou eu? quem será que sou?
só eu? talvez assim seja melhor.

estou tão cheia de mim; engoli muito meu choro.
estou tão cheia de mim...
me seguro no colo.

se põe no meu lugar,
mas você nao cabe.
cabe a mim carregar o peso do mundo nas costas.

eu morro de medo da vida e não há nenhuma hipérbole.
para as minhas várias perguntas
a mesma resposta.

a mesma proposta para me deixar de lado.
um bloqueio na garganta.

me escondo,
mas me encontro num cantinho da mente.
tanto tempo fingindo
que agora frequentemente minha mente, mente para mim.

por que você não escorre?
por que tão perversamente me consome?

meu corpo cheio de água; lágrimas.
minha vida cheia de mágoas: lástimas.

NA PAZ DO AMOR, MELANCOLIAOnde histórias criam vida. Descubra agora