Quatro - Encontro &... Parentesco?

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Fernanda

Céus, eu realmente marquei de encontrar um desconhecido?

É possível que eu tenha sido doida a esse ponto?

Não? Mas eu juro ter visto uma mensagem em meu próprio celular aceitando me encontrar com ele.

Certo, a ansiedade talvez esteja me deixando meio estranha, mas eu só preciso ter calma.

Mas felizmente, eu marquei em um lugar bem movimentado, então o cara não vai poder me sequestrar ou algo do tipo.

Antes de sair de casa naquele dia, eu conferi se estava tudo certo com minha aparência e com as coisas que eu estava levando, dentre elas um spray de pimenta. Nunca se sabe quando você vai precisar.

Depois, eu mandei uma mensagem para ele, confirmando o local.

Mas claro, algo tinha que dar errado, e esse algo era minha mãe, que estava em casa.

— Onde vai, filha? — ela perguntou, ao me ver caminhando até a porta.

— Vou sair um pouco, mãe. Hoje é sábado, não quero ficar em casa.

— Tudo bem, mas não se esqueça que hoje a noite temos o jantar na casa do seu tio, não se atrase — ela disse. Bom, eu realmente tinha esquecido.

— Pode deixar — mas claro, fingi que não havia esquecido por nem um segundo.

Dessa forma, eu voltei ao plano original, que era sair de casa.

Quando cheguei ao lado de fora, não demorei em chamar um carro pelo celular.

Então, durante todo o percurso, eu fui totalmente inerte, nervosa e receosa.

Eu não sei o que vamos fazer quando nos encontrarmos, não sei como reagir quando o ver.

E se ele não gostar de mim?

Meu Deus, eu vou ficar doida.

Eu estava extremamente distraída, só percebi que já havia chegado quando o motorista do carro me avisou.

Depois de pagar e descer do carro, eu olhei em volta, procurando um cara todo de preto, que é como ele disse que estaria.

Eu precisei andar um pouco, prestar mais atenção e olhar duas vezes ao redor antes de achar alguém.

A pessoa estava sentada em um banco, e estava de preto, como ele disse que estaria. Será?

Ao chegar mais perto, percebi a tonalidade meio acizentada de seu cabelo, com a raiz um tanto escura.

Também pude perceber sua camisa preta e sua calça, ambos apertados e moldados em seu corpo, evidenciando seus músculos.

Uau.

— Licença... — eu chamei, ao que cheguei perto, chamando sua atenção. No entanto... — Tio? — sim, era o tio Namjoon ali, então eu provavelmente confundi de pessoa.

— Oi Nanda, o que faz por aqui? — ele perguntou, atencioso como sempre foi comigo. — Senta aqui — ele indicou o lugar ao seu lado. Atendi seu pedido, depois de hesitar alguns segundos.

— Ah, eu vim encontrar uma pessoa. E você? — eu perguntei, conversando informalmente, como sempre conversamos fora da empresa.

— Também vim encontrar uma pessoa... — ele parou, me observando um pouco. — Espera...

Eu estava vestindo uma saia preta rodada e uma camiseta bege de lã, exatamente a roupa que eu disse ao RM que estaria usando.

— Não pode ser possível... — ele disse, mais para si do que para mim.

— Tio? — eu estava estranhando, até que comecei a desconfiar de algo, algo totalmente infundado.

Mas meu tio não disse mais nada, apenas pegou seu celular e digitou algo. Em seguida, eu senti meu próprio celular vibrar em meu bolso. Estranhando, eu o peguei, vendo que era uma mensagem do tal Daddy.

Ao abrir o aplicativo, pude ver uma mensagem sua que dizia "onde você está?".

Nesse momento, entendi o que meu tio estava sentindo, entendi porque comecei a sentir o mesmo.

Com os olhos arregalados, eu o olhei, o vendo com os olhos também arregalados.

Ótimo, meu Daddy misterioso é meu tio, o tio que eu já tive uma quedinha quando mais nova.

Sim, eu já tive uma quedinha pelo meu próprio tio. Não me levem a mal, ele é um homem extremamente atraente.

— Daddy RM? — eu perguntei, torcendo para ele não confirmar. A esperança é a última que morre.

— Baby Park? — não me julguem, eu não tenho muita criatividade para nomes.

Em resposta ao seu chamado, eu deixei um som desacreditado sair de minha boca, me largando no banco.

— Que vergonha — eu disse, cobrindo meu rosto. Mas então, eu lembrei de algo importante. — Apaga as minhas fotos! — eu falei de uma vez, vendo sua cara de derrotado.

— Mas é claro, se você apagar as minhas — ele respondeu, também se encostando no banco.

Só de lembrar nas fotos que trocamos... Céus.

Se eu pudesse enterrar minhas cabeça no chão e não tirar mais, eu com certeza faria.

— Concorda em não contarmos isso a ninguém? — foi ele quem sugeriu, me fazendo olhar para si.

— Concordo... — eu respondi, em um tom baixo. — Olha, eu vou pra casa, tá?

— Certo, tome cuidado. E por favor, cuidado se for continuar naquele site também.

— Depois dessa? Vai ser difícil eu continuar, da próxima vez eu posso acabar encontrando o vovô — eu respondi, tentando fazer graça.

Depois de me despedir, eu tive que recusar uma carona sua umas duas vezes antes de enfim pedir outro carro, dessa vez para ir para casa.

Eu não queria voltar a enxergar meu tio com outros olhos, mas vê-lo vestido assim e tê-lo imaginado me fodendo sempre que me mandava uma foto sua não ajudava muito.

Mas eu vou lutar pra isso sumir de novo, se eu consegui esquecê-lo uma vez, vou conseguir de novo.

É gente, ter uma queda pelo próprio tio não é nada fácil.

E a única coisa que eu fiz quando cheguei em casa foi cair na cama e ficar lá vegetando até a hora de ir para a casa de Namjoon.

Eu nem mesmo troquei de roupa, iria daquele jeito mesmo, e a única coisa que eu quero é que não fique um clima estranho entre nós. Estou torcendo para isso.

O Sabor Explícito Do Meu Chefe • Kim Namjoon [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora