Acordei bastante bem disposta, não sei bem porquê, mas achei estranho. Mesmo assim fiz a minha rotina normalmente, á exceção de uma coisa. Por uma razão desconhecida, depois de estar pronta, dirigi-me para a cozinha, onde encontrei a minha mãe a tomar as suas torradas com leite e café. Sentei-me, a minha mãe ficou a olhar para mim desconfiada.
Mãe: Vais tomar o pequeno-almoço?
Emy: Sim, hoje está-me a apetecer. – Disse com um enorme sorriso na cara.
Mãe: É bom ver que acordas-te bem-disposta, filha. – Levantou-se e arrumou as coisas. – Despacha-te.
Tomei o pequeno-almoço descansada, fui buscar a mochila e direcionei-me para o carro, entrei.
Mike: Bom dia, Emmily. – Disse rindo.
Eu já tinha comentado com ele que não gostava do facto de me chamarem Emmily, gostava mais de Emy. Olhei-o com um olhar que o fez mudar o que tinha dito.
Mike: Emy, desculpe Srª.Emy. – Rimos, todos, até a minha mãe.
Durante o caminho todo estivemos a cantar, até chegarmos á escola. Despedi-me da minha mãe e entrei na escola acompanhada pelo Mike.
Já dentro da escola…
Emy: Querido Mike, ainda não me esqueci que me tinhas que contar qualquer coisa ontem, hoje não escapas.
Mike: Logo falamos…
Emy: Fico á espera!
Fomos para as aulas. Já dentro da sala, quando me preparava para tirar o caderno da disciplina, vejo uma folha amachucada. Era aquela folha que eu tinha recebido á uns dias. A dúvida permanecia em mim.
Emy: Quem será o R? – Pensei.
Estava tão concentrada em pensar quem seria o tal R, que nem prestei atenção á professora a chamar-me.
Professora: Emmily Carter, se vem para as aulas para estar a desenhar, mais vale ficar lá fora, não está em Artes! – Disse isto de maneira que todos ouvissem.
Arrumei rapidamente o papel.
Emy: Peço desculpa, Srª. Professora, não voltará a acontecer.
Ela continuou a aula. Confesso que odeio quando fica toda a turma a olhar para mim, como tinha acontecido naquele momento e tenho a certeza que devo ter ficado vermelha como uma rosa {digo isto para ser diferente}. Tive mais duas aulas durante a manhã e de tarde não tinha aulas. Quando estas acabaram eu e o Mike saímos juntos da escola e ficamos á espera da minha mãe, que nos vinha buscar.
Emy: Queres almoçar na minha casa, passamos a tarde juntos e assim podes-me contar o que querias!?
Mike: Acho qu...
Fomos interrompidos pelo toque da buzina do carro da minha mãe. Corri até ele, e já dentro do carro perguntei á minha mãe se o Mike podia almoçar na nossa casa. Ela adorou a ideia.
Mãe: Claro que pode, almoça lá e passa lá a tarde, para poderem estudar.
Mike: Não é necessário eu não quero incomodar.
Mãe: Não incomodas nada, Mike.
Entretanto chegamos a casa. Eu e o Mike fomos arrumar as coisas no meu quarto e a minha mãe foi para a cozinha, como ela ainda ia fazer o almoço, aproveitamos e fomos para a sala ver televisão. Passamos uns bons 5/10 minutos em silêncio.
Emy: Quando é que me vais contar aquilo?
Mike: A tua mãe vai trabalhar, de tarde?
Emy: Sim, mas o quê que isso tem a ver?
Mike: Então de tarde eu conto-te.
Preparava-me para responder quando ouço o grito da minha mãe a chamar-nos para ir almoçar. Ela fez arroz de polvo, que eu adorava e, pelos vistos, o Mike também.
Mike: Estava delicioso, Rose, tenho que vir aqui comer mais vezes. – Disse rindo.
Mãe: Ainda bem que gostas-te, podes vir sempre que quiseres. – Sorriu.
Bem, a minha mãe foi trabalhar e eu e o Mike arrumamos a cozinha. Fomos fazer os trabalhos de casa e por fim, chegou a hora que eu esperava. Dirigimo-nos para o meu quarto e sentámo-nos no chão.
Emy: Conta-me agora o que querias contar.
Mike: Conto-te na condição de me contares o porquê do que fazes com o teu corpo, mais precisamente com os teus pulsos… – Disse um pouco desanimado.
Emy: Sim, eu vou tentar…
{Silêncio}.
Emy: Estou á espera.
Mike: Gostas de alguém?
Emy: Não, porque haveria de gostar!?
Mike: Porque é normal…
Emy: Para mim não, eu nunca me apaixonei, nem nunca tive um namorado, nem nunca ninguém gostou de mim, o que é normal.
Mike: Não digas isso. Mas não achas nenhum rapaz de lá da escola bonito!?
Emy: Não e mesmo que ache isso não me vai levar a lado nenhum, pois a pessoa nunca olhará para mim. – Pensei no Mike, nele mesmo, acho que era o único rapaz que eu tinha reparado realmente na sua beleza.
Mike: Hum.
Emy: Mas o quê que isso tem a ver?
Mike: Porque eu ouvi dizer que recebes-te um papel, de uma pessoa a dizer que eras linda.
Fiquei embasbacada, completamente.
Emy: Recebi, sim. Como é que sabes? – Estava surpreendida, eu não tinha mostrado o papel a ninguém!
Mike: Eu vi-te na aula com ele e li o que lá dizia, espero que não te chateies.
Emy: Claro que não, mas tu já tinhas que falar deste assunto comigo há mais tempo e só me viste com o papel hoje… Já não estou a perceber nada.
Mike: Eu já sabia que tinhas o papel desde o momento em que o recebes-te.
Emy: Como é que sabias? Mike, conta-me tudo o que sabes, por favor.
Mike: Gostavas mesmo de saber quem é essa pessoa?
Emy: É claro que gostava, tu sabes quem é?
Mike: Sei.
{…}
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Emmily's life
Roman pour AdolescentsEmmily é uma adolescente que não gosta do seu corpo, não gosta de nada em si. No seu quarto ela guarda as 'suas melhores amigas', as láminas. O seu pai e a sua mãe estão separados, mas ela vive com a sua mãe. E como ela diria: "Anda conhecer a merd...