Acordei de manhã com a minha mãe a falar ao telemóvel. Ainda estava meia a dormir, por isso não consegui perceber bem com quem ela estava a falar. De repente ela pára de falar. Deve ter desligado - pensei. Levantei-me e fiz a minha rotina habitual. Vesti-me e fui lavar os dentes, sem nunca tomar o pequeno-almoço. Já tinha saído de casa e até já estava a entrar no carro, quando vejo numa pessoa no banco de trás. Olho melhor e reparo que era o Mike. Entro no carro, olho para ele, com cara de quem não estava a perceber o que ele fazia ali, no meu carro.
Mike: Bom dia vizinha. Então como vai a vida? - Diz isto com um risinho cómico.
Mãe: Hoje de manhã a mãe do teu coleguinha, a Anne, ligou-me e pediu-me se podia levar o Mike para a escola, - disse isto já arrancando o carro. - Porque ela trabalha fora da cidade e não lhe dá jeito. E eu concordei.
Emy: Ah! Ok. - Viro-me para trás. - Bom dia.
Ele levou á mão á cabeça e fez aquele sinal, como fazem na tropa, tipo: "Sim General". Achei piada, mas não me ri. Durante todo o caminho falamos sobre a escola, além de a conversa ter sido mais entre a minha mãe e o Mike. Finalmente chegamos.
Emy: Tchau mãe.
Mãe: Chau meu amor. - Disse isto arrancando.
Começamos a caminhar para dentro da escola, eu e o Mike. Um silêncio constrangedor estava entre nós, até que ele o quebra.
Mike: Depois das aulas queres passar por minha casa? - Fiquei muito espantada com aquilo.
Emy: Para quê?
Mike: Sei lá, para nos conhecermos melhor, já que agora somos vizinhos e andamos na mesma turma, eu quero ter alguém para passar o tempo.
Emy: Passar o tempo... - Disse isto, com uma voz triste, baixinho.
Mike: Ah? - Paramos.
Emy: Queres passar o tempo como? Queres comer-me? Queres-me usar como todos os outros rapazes fazem? Se é isso que queres, esquece! - Disse irritada.
Ele ficou meio assustado.
Mike: Não, nunca quis isso. Já percebi que tens medo que os rapazes te magoem, visto que andas sempre sozinha e não deixas que nenhum se aproxime de ti. Mas eu não sou assim acredita, eu já namorei, quer dizer eu namorava com uma rapariga, íamos fazer 2 anos em janeiro, mas infelizmente tive que me separar dela, e vim parar aqui. Eu não te quero magoar! Desculpa se te transmiti algo errado.
Fiquei impressionada com o que ele disse, mesmo! Mas não podia dar parte fraca, não me podia deixar ir por um rapaz que mal conheço, aliás, pelo único rapaz que se aproximou de mim nos últimos tempos.
Emy: Isso é o que todos dizem! - E recomecei a caminhar.
Ele veio atras de mim e puxou-me pelo braço, tal como tinha feito no dia anterior, só que desta vez foi no braço errado! Dei um pequeno gemido: "Aiii!". E milhares de lágrimas me vieram aos olhos. Comecei a correr para trás do bloco no qual tinha aulas, mas ainda consegui ouvir a sua voz a dizer "Desculpa". Fui-me sentar num sítio, com uma pedra no chão, um sítio escondido. Puxei a manga para cima: Estava cheia de sangue. Os cortes tinham-se aberto. De repente ele aparece, do nada.
Mike: Emmily! - Disse olhando para o meu braço e com pouco folego.
Puxei a manga para baixo. Ele sentou-se á minha beira e única coisa que ele fez foi abraçar-me. Senti um frio na barriga. Nunca ninguém me tinha abraçado daquela maneira, muito menos um rapaz. As lágrimas escorriam-me pela cara abaixo. (Já tinha tocado para entrar á uns bons 10 minutos).
Mike: Desculpa, eu não te queria causar sofrimento, agora percebo porquê que és tão refugiada. - Sussurrou no meu ouvido.
*Silêncio.*
VOCÊ ESTÁ LENDO
Emmily's life
Teen FictionEmmily é uma adolescente que não gosta do seu corpo, não gosta de nada em si. No seu quarto ela guarda as 'suas melhores amigas', as láminas. O seu pai e a sua mãe estão separados, mas ela vive com a sua mãe. E como ela diria: "Anda conhecer a merd...