O trio do monte olimpo

Começando.

Neste exato momento você esta começando a ler sobre a minha vida, que não é muito normal pois eu sou uma deusa, isso mesmo uma deusa e pelo incrível que pareça a minha adolescência não foi a melhor de todas, mesmo que eu seja a tão temida princesa do submundo, existem pessoas que gostam da mentira.

Meu nome é Lilith, sim, só Lilith. E vou contar a minha história!

Eu tenho 16 mil anos, é muitos anos para meros mortais, eu sei, vivo no submundo com a minha mãe e meu pai e seu exército de fantasmas, eu sou filha de Hades Rei dos Mortos e Governante do Submundo e de Perséfone Deusa das Flores, da agricultura, da fertilidade e das ervas.

Bom, como Deusa, você deve imaginar que sou treinada desde quando eu tinha 4 mil anos e posso dizer com todo o meu suor, que sim, está totalmente certo. Minha mãe sempre disse para o meu pai que era muito cedo e ele dizia a famosa frase "Meu bem, ela tem que estar preparada", ele nunca dizia o motivo, entre as desculpas e histórias, sempre percebi que ele estava mentindo. Nem preciso dizer que como sou treinada desde pequena eu sou a melhor guerreira do Submundo, derrotei todos os mais antigos e novos guerreiros, mas meu pai sempre dizia que não era o suficiente e que deveria treinar mais.

Até um dia que eu perdi a paciência e duelamos. Lembro que tinha 12 mil anos e que nesse dia estava muito cansada, até porque eu treinava todos os dias, então fui para o salão do castelo para descansar, assim que eu sentei na cadeira eu ouvi os gritos de meu pai dizendo "LILITH, PORQUE VOCÊ NÃO ESTÁ NO CAMPO DE TREINAMENTO? ESTÁ NA HORA DO TREINO", assim que ele terminou a última parte, ele já estava atrás da minha cadeira.

-Pai, me deixe descansar, eu treino amanhã - Eu disse, afinal, eu estava exausta.

- Eu já disse que você tem a noite inteira para descansar, então levante da cadeira e vá treinar! - Ele disse e me olhou com aquele olhar frio que só usava para me repreender ou quando estava errado e não queria admitir.

- Não, eu não vou treinar! Passei todos os dias da minha vida treinando, um dia a menos não vai fazer diferença, eu até acho que venceria o senhor, afinal eu treino faz 8 mil anos.- Eu disse, com certeza não estava mentindo.

- Então vamos querida, duele comigo! - Disse meu pai com um tom de deboche na voz.

Eu estava com tanta raiva que nem pensei, assim que ele virou de costas eu pulei em seu pescoço e o derrubei no chão, com o impacto que ocorreu, um mortal teria quebrado algumas costelas, mas isso não acontece com os Deuses. Quando ele caiu no chao, eu o imobilizei, e pisei em seu pescoço, entao ele falou:

-Ok, eu me rendo, você venceu dessa vez!- ele disse com a voz um pouco abafada.

Quando eu o soltei, ele me olhou com cara de assustado, então minha mãe chegou assustada e falou:

-Senti o tremor, o que aconteceu?

-Lilith me tirou do serio, foi isso que aconteceu- disse meu pai como se estivesse certo.

-Eu só pedi para descansar, foi isso que eu fiz, até parece que eu sou mais uma de suas almas.- eu disse a verdade.

-E vocês brigaram por causa disso? Hades eu já disse que a sua filha não é um soldado seu e Lilith porque você brigou com o seu pai?- disse a minha mãe com um tom de voz raivoso

-Mãe eu não briguei com ele, eu so o derrubei.-eu disse lançando o meu olhar frio para o meu pai.

-Você fez o que? ninguém nunca teve força suficiente para derrubar o seu pai, como você fez isso?- minha mãe estava surpresa.

-Eu so fiz o que veio na minha cabeça, agi com raiva e isso aconteceu.- eu disse, afinal foi isso que eu fiz.

-Tabom, eu acredito em você, agora vá para o seu quarto,e Hades temos que conversar- disse minha mãe, e eu so segui as ordens.

Depois daquele dia ele não me fez mais treinar tanto, mas eu tenho que treinar uma vez por dia.

Tirando esses fatos eu sou uma adolescente normal, até porque eu tenho a fisionomia de uma garota mortal de 16 anos. Achou que eu teria chifres e asas, com orelhas pontudas?! Se enganou feio!

Posso me comparar a pessoas mortais, mesmo nunca ter ido ao mundo dos mortais, pois o meu pai nunca deixou e nunca entendi o motivo, mesmo sentindo uma vibração estranha quando ele tentava desconversar. Mas isso é uma história para outra hora.

Enfim, sou viciada em livros e café, adoro escrever e observar as pessoas, as vezes fico horas me perdendo na observação, é uma coisa que me atrai e sinto que as vezes isso está tentando me avisar que tem algo de errado, mas por me considerar observadora, nunca liguei muito para isso. Tenho minhas obrigações, como cuidar do meu cão Cérbero, ajudar no que a minha mãe precisa... Ah! Não menos importante, atiro facas, treinei muito para isso e gosto de desafiar quem quer que seja. Converso com os fantasmas dos mortais que vem para o submundo, coisas normais de adolescentes, bom... Adolescentes do meu submundo.

Mas é claro que ser uma Deusa, requer algumas obrigações, eu chamo de "Ouvidoria do Submundo", é mais uma tentativa de tornar isso o mais leve possível.

Então não pense que eu fico de bobeira, não em tempo integral.

Eu sou mais um dos juízes do submundo, junto com Minos, Aiacos e Radamanthys. Eu já falei para o meu pai que precisamos substituir aqueles velhos e pararmos de dividirmos por etnias, gente estamos em 2020, essas bobeiras do passado tem que acabar, mas todos do conselho tem que concordar e digamos que eu não me dou muito bem com eles. A minha função como juíza é ouvir reclamações dos nossos "hospedes", como diz meu pai. Eu sou literalmente a ouvidoria do submundo.