Jozef tinha seus truques e segredos, mas ele nunca conseguiria mentir pra mim, a própria mentira.
-Jozef, você não consegue mentir pra mim. Eu sou a própria mentira!- Ele desmanchou o sorriso imediatamente e revirou os olhos.-Você já deveria ter percebido isso, seus encantos não funcionam em mim.
-Isso é muito chato.-Jozef disse emburrado.- Meus encantos deveriam funcionar em todos, afinal, eu sou o grande, poderoso, incrível, esbelto...
-Chega, não precisamos ouvir você se vangloriar.- Charllotte disse chegando ali.-Já avisei minha avó, ela disse que eu deveria fazer o que a profecia pedisse.
-Certo, vamos então.- Jozef disse indo em direção a porta.-Ah Charllotte, você tem alguma arma ou sabe se defender?
-Sou filha de uma deusa Jozef, é claro que eu sei me defender.- Charllotte falou abrindo a mochila e retirando uma maleta verde e dourada dentro da mochila, ela tinha flores e ramos de trigo desenhados em volta.- Olhem o que a minha mãe deixou pra mim.
Charllotte abriu a caixa e dentro dela tinha machados que eu acredito que cortariam até a sua alma de tão afiados, dois machados e um punhal em tons de rosa claro e dourado, havia escritas gregas gravadas na lâmina e a caixa cheirava a morangos assim como Charllotte. A caixa era forrada de veludo verde, gravado "filha de deméter" em dourado no veludo, na parte de cima. Charllotte olhava para a caixa com brilhos nos olhos, como se estivesse pronta para matar alguém com aqueles machados.
-Uau, isso é simplesmente...- eu não tinha palavras pra descrever o quanto aquilo era incrível- uau.
-Estou sem palavras, igual a embaixadora dos mortos aqui. -Jozef disse apontando para mim enquanto Charllotte ria igual a uma hiena, então revirei os olhos.- O que foi? Não gostou?
-Prefiro princesa do submundo, mas esse apelido também funciona. Aliás, soldadinho de brinquedo, não temos tempo para isso. Vamos logo.- Jozef olhava para Charllotte com brilho nos olhos e um sorriso apaixonado no rosto, acredito que logo ele irá perceber que está caidinho pela Charllotte.
Assim que saímos na porta da confeitaria percebi que todos aqueles anos no submundo me afetaram, eu odiava todas aquelas pessoas andando pela avenida e os anunciantes gritando nas portas das lojas, odiava aquele cheiro de suor e poluição. Mas tinha apenas uma coisa que eu gostava, o cheiro de comida no ar, eram muitos cheiros diferentes e todos me agradavam, mesmo com todo aquele barulho em volta e todas aquelas pessoas, eu gostava de tudo aquilo, eu gostava da superfície.
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O trio do monte olimpo
FantasyA mentira, a verdade e a bondade precisam sempre estar juntas para que o equilíbrio aconteça, mas aconteceram imprevistos. Lilith sempre viveu no submundo com seus pais e os fantasmas. Sempre sozinha e sem amigos, cresceu feliz e determinada e foca...