Caminhando.

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Assim que saímos da loja ele não falou mais nada, parecia que alguém tinha apertado o botão de mudo e isso estava me incomodando, pelo o que eu entendi vamos ter que salvar o olimpo juntos e eu deveria pelo menos conhecer um pouco dele, então decidi que ia puxar assunto. Sobre oque eu ia falar? Eu não sei, mas não aguento mais ficar calada.

-Então, como é ser filho de ares?- Eu disse e ele fez uma feição de confuso novamente- Me conte.

-Como você sabe que eu sou filho de ares? Eu não te contei.- Ele disse.

-Bom, eu tenho três bons motivos para saber disso- Falei e ele fez um gesto para entrarmos na lanchonete que tinha logo à frente.- Motivo um: você é filho de Afrodite, então, provavelmente também é filho de ares. Eles são o casal mais unido que eu já ouvi falar.

-Motivo dois: você tem uma espada vermelha e prata escondida debaixo da jaqueta, essas são as cores do exército de Ares.- Eu disse e ele me olhou espantado.

-Como você sabe da espada? Está bem escondida.- Ele disse impressionado.

-Fui criada no campo de treinamento, já derrotei muitos exércitos com diversas técnicas de ataque.- Eu disse. - Continuando. Motivo três: na hora do encanto na loja de medeia seu olhar era sanguinário, bom, você tem alma de guerra.- Tinha outro motivo também, mas eu não queria falar para ele, ele era meio esquentadinho. Percebi isso quando ele entrou na loja de Medeia pronto para quebrar tudo.

-Na minha percepção você é filha de Hades e Perséfone, se você quiser posso citar 3 motivos também.- Ele disse e bebeu um gole de chá.-Motivo um: Essa sua vibe sombria e perigosa, você é do tipo de gente que se chegasse em um orfanato as crianças sairiam correndo.- Ele disse e riu, já percebi que ele é piadista.

-Haha muito engraçado.- Eu disse com um ar debochado.

-Motivo dois: Você cheira a submundo grego, a única coisa que eu já vi que era do submundo foi uma espada que meu pai ganhou do seu, eu não conseguia encostar nela que minha mão queimava. Será que se eu encostar em você minha mão queima?- Disse ele levando a mão ao meu ombro.

-Encosta em mim e eu quebro o seu mindinho. - Eu disse e ele recuou.

-Motivo três: Você tem o mesmo temperamento de Hades com a bondade de Perséfone, mas mesmo assim tem a sua própria personalidade.- Ele disse e agora eu estava confusa, como ele me conhecia depois de ter passado 30 minutos andando em silêncio?

-Como você sabe de tudo isso?- Eu realmente estava confusa.

-Artemis é sua madrinha e minha também, todas as vezes que nos encontramos ela me conta de você e de indre, ela observa você desde que você nasceu.- Ele disse terminando de comer seu sanduíche.

- Nunca a conheci mas gostaria de conhecer.- Eu nem sabia que tinha uma madrinha, imagine saber que era Artemis.

-Que bom, pois na próxima parada vamos precisar dela.-Ele disse colocando o casaco novamente e levantando da mesa.- Vamos?

-Vamos.- Logo que colocamos o pé na rua um carro azul claro passou, senti um cheiro grego muito forte e então caiu um raio.

Pensei que estava louca, Zeus não iria começar a caçada antes do prazo, então pensei que não era ele. Até que jozef me olhou e disse:

-Você sentiu esse cheiro?

-Sim, será que é ele?- Eu disse.

-Eu tenho certeza que é ele, agora temos que correr.- Ele disse e começou a andar apressado.

Eu tive que dar uma corridinha para alcançá-lo, as pernas dele eram maiores que a minha, afinal eu tinha 1,75 e ele 1,86 ou 1,90, não sei.

Andamos por mais 20 minutos e então paramos na frente de um enorme marrom com placas promocionais do lado, pessoas entrando e saindo, um cheiro de doce e produto de limpeza.

-Aonde estamos?- Eu disse isso para ter certeza pois já desconfiava que estamos em um centro de lojas.

-Estamos no shopping, um lugar maravilhoso para gastar dinheiro ou encontrar deuses, eles amam esses lugares.- Disse Jozef indo em direção a porta

-Então eu também vou amar, adoro fazer compras pela internet.- Eu disse e ele fez uma cara estranha.

-Existe internet no Submundo?- Ele disse e eu fiquei ofendida, não somos tão selvagens assim.

-Não somos tão primitivos assim, que audácia!-Ele me olhou com uma expressão risonha.- Ta me olhando assim por que soldadinho de brinquedo?

Eu disse e ele fechou a cara.

-Nunca mais me chame de soldadinho de brinquedo, aliás não sou só um "soldadinho", eu sou um Deus que faz todos falarem a verdade, então princesa dos defuntos me fale logo aonde está pandora e a caixa da profecia.-Disse ele tentando novamente lançar seu charme em mim, seus olhos brilhavam em tom de dourado e ele cheirava a perfume masculino barato. Não funcionava em mim e ele não tinha percebido ainda, então fiz um teatrinho.

Bati as mãos nos bolsos e falei:

-Nos meus bolsos ela não está, já a caixa deve estar na casa da mãe joana.- Eu disse e ele bufou de ódio.- Soldadinho seu charme não funciona em mim, nem perca o seu tempo tentando.

Ele fechou a cara e continuou andando para dentro do shopping. 

O trio do monte olimpoOnde histórias criam vida. Descubra agora