-Queres voltar?-perguntei, deitando-me na frente do barco, as pernas ainda balançando, e virando a cabeça para olhar para JJ. Hoje eu e JJ tínhamos combinado irmos dar uma volta sozinhos no Pogue e nadarmos um bocado, mas JJ não parecia querer ir para a água.
-Não, não é preciso.
-Eu vou nadar.
-Ok.
-JJ, eu não quero nadar sozinha.
-Eu vou entrar logo, eu juro, tu vais primeiro.- responde ele.
-Estás super estranho.- notei.- Normalmente, tu és o primeiro a entrar na água.
-Estou a gostar da vista.- JJ sorriu, piscando para mim.
-Também és um homem depeitos, Maybank?- brinquei, caminhando até ele e ficando entre as suas pernas.
JJ endireitou-se um pouco, colocando a mão na parte de trás da minha coxa, logo acima da parte interna do joelho. Ele bateu na pele quente.
-Não tenho a certeza, vira-te.
-Eu não me vou virar.
-Oh, vamos lá.- ele sorriu, sabendo o quão cócegas eu tinha e correndo os dedos pela minha perna suavemente, fazendo-me gritar e afastar dele.- AchaS que é possível ser um homem de peitos e um homem de traseiros? Porque...- ele soltou um assobio baixo. Eu e JJ namorávamos á muito pouco tempo e ainda não tínhamos muita intimidade. Uns beijinhos, caricias, mas mais nada.
-Juro por Deus, JJ.- ri. –Mas a sério, o que se passa?
-Eu simplesmente não estou com vontade.
-Como quiseres.
Ao melevantar, perdi o equilíbrio, caindo contra JJ. Ele pegou-me a tempo mas quando a minha mão pressionou no seu peito, ele afastou-se de mim.
-Desculpa.
-Está tudo bem.- ele insistiu. A sua voz parecia tensa.
-Estás bem?
-Estou bem.
-Tens a certeza? Queres que eu dê uma olhada?-perguntei, alcançando a bainha da camisa dele.
JJ afasta-se e baixa a camisola.
-JJ, por favor.
JJ exalou, sentando-se ligeiramente e segurando a bainha da camisa nas mãos. Ele o ergueu sobre a cabeça, estremecendo ao esticar os braços acima da cabeça. Prendi a minha respiração ao ver os hematomas no seu tronco. A pele estava rompida e havia sangue seco. JJ atirou a camisola para o refrigerador e olhou para a água, evitando os meus olhos.
O loiro encolheu-se quando os meus dedos traçaram a pele sob o hematoma esquerdo, esticando-se para o lado, os músculos tensos.
-Oh meu Deus JJ... Andaste á briga com algum kook?
-Não. Foi... foi o meu pai.
Eu sabia que ele e o pai discutiam, mas não sabia que havia abuso fisico.
-Liga o barco.- ordeno.
-Porquê?
-Vou ter uma conversinha com o teu pai.
-Não, S/N. Não é nada, a sério. Já estou habituado. Só... fica comigo...
Deilhe um leve beijo na bochecha e pensei em algo.
-Não surtes, ok?
-O que? -perguntou, finalmente olhando para mim, confuso.
Inclinando-me sobre ele, dei o mais leve dos beijos contra os hematomas no seu tronco. Podia sentir a respiração forte de JJ enquanto beijava a sua pele. Os meus lábios eram pressionados contra cada uma das suas feridas, arrepiando-me ao ouvir um pequeno gemido sair dos lábios JJ.
Sentei-me e JJ estava a olhar para mim com a boca entreaberta e um ar ligeiramente surpreendido.
-Sempre que me beijas eu sinto como se tudo de mau no mundo fosse embora. Sinto-me segura. Como se nunca mais fosse sentir dor. Por isso--
-Obrigado...
-Sabes que estou aqui para ti sempre que precisares.
-Eu sei. É por isso que eu te amo.