𝑺𝒉𝒂𝒓𝒌 𝒂𝒕𝒕𝒂𝒄𝒌 ⚠︎

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-Estamos todos?- pergunta Jonh B do acento do condutor ao lado de Pope.

-Falta a S/N.

-Estou aqui!- grito de fora da carrinha.- Estava a acabar de me vestir. Têm as pranchas?

-Temos. Entra.

Sentei-me nos bancos de trás, ao lado do meu namorado JJ, que me estendeu uma lata de bebida alcoólica.

-Também queres, Pope?- pergunta JJ.

-Não. Dás-te conta que isso faz mal?

-O teu problema é que não tens criatividade. Se fosses criativo...

Encostei-me ao peito de JJ a ouvir a discussão habitual. 15 minutos mais tarde, chegamos á nossa praia deserta e saímos da carrinha com as pranchas.

-Eu e a S/N vamos já surfar. Vêm?- pergunta JJ.

-Ainda não.- respondem Jonh B e Pope.

-Uma corrida até a água?- pergunta JJ.

-Aos 3. 1...

-2...

E antes de ele dizer 3, eu saio a correr com a prancha na mão até ao mar. Ao mergulhar na água, vejo JJ a chegar não muito depois e a abraçar-me por trás.

-És uma menina má.

Eu rio e subo na prancha. Depois de uns 20 minutos, sento-me na prancha a observar JJ a surfar. De repente, algo me faz perder o equilíbrio e eu caio na água. Antes de me poder aperceber do que estava a acontecer, sinto algo a puxar-me para baixo e uma grande dor no abdómen. Através da água, que agora ficava vermelha, pude ver dois grandes olhos negros e mortais. Tubarão. Em pânico, dou murros no seu focinho e tento voltar á superfície. A minha cabeça elevou-se fora de água durante uns segundos mas antes de voltar a ser puxada, consegui gritar.

-JJ!!!! AJUDA!!!

Não conseguia diferenciar as minhas lágrimas de dor e medo da água do mar. Por um momento, pensei em desistir e me entregar, mas senti umas mãos fortes a puxar-me para cima, afastarem o tubarão e a deitarem-me na prancha.

-S/N? S/N, estás-me a ouvir?!

A voz de JJ mal chegava aos meus ouvidos e ambos percebemos da gravidade da minha ferida, que espalhava sangue pela prancha branca.

-JJ...

-Sshhh... Eu estou aqui. Fica comigo.

E com um grande esforço, JJ conseguiu levar-me na sua prancha até á areia. Os outros pogues já vinham apressadamente ter conosco.

-Ó meu deus...- diz Jonh B ao ver a minha ferida.

-Foi um tubarão. Temos de chamar uma ambulância!

-Vou já chamar.- diz Pope, que se dirije ao telemóvel.

-Ajuda-me a levá-la para um sítio melhor.- pede JJ a Pope.

Os dois rapazes pegam-me e levam-me até uma sombra debaixo de umas palmeiras.

-Aaahhhh!!!- grunho de dor.

JJ, que nunca teve um ar tão preocupado, pega-me nas mãos e beija-me na testa.

-Vai ficar tubo bem, sweetie. Vais ficar bem. Eu estou aqui.

-JJ... Tenho medo...

Ouvir-me e ver-me assim era algo destruía JJ por dentro.

-S/N, tu és a pessoa mais forte e corajosa que eu conheço. Tu vais ficar bem, eu sei que vais. Eu vou estar sempre aqui contigo.

-JJ, temos de estampar a ferida.- diz Pope com uma expressão um pouco atordoada pelo que estava a acontecer. JJ corre até á sua mochila e volta com a sua t-shirt na mão. Coloca-a á volta da minha ferida e prepara-se para dar o nó e a apertar.

-Sweetie, isto vai doer, mas prometo que é rápido...

-Faz logo isso.

Pope afasta o olhar no exato momento em que JJ aperta a t-shirt á volta do meu abdómen.

-AAAAAAHHHHH!!!

Vê-se alguns fios de sangue escorrerem rápidamente pela minha pele, mas depois param.

-Pronto, já está, sweetie. Jonh B, quando é que a ambulância chega?

Jonh B junta-se a nós com um ar nervoso.

-Já lhes liguei e eles disseram que estavam a caminho. Como é que ela está?

-A precisar de uma ambulância.

-JJ, dói...- digo fraca e meio a chorar.

-Eu sei, eu sei. Mas preciso que aguentes só mais um bocado. Estão quase a chegar para te levarem ao hospital.

Eu deito a cabeça para trás e fecho os olhos ao sentir a minha visão começar a ficar turva.

-S/N, eu amo-te. Por favor fica comigo...

A última coisa que ouvi foi o som das sirenes da ambulância e passos apressados até mim.

Ao voltar á consciência, abro os olhos e vejo que estou numa sala médica, deitada numa cama com fios e ligaduras em mim. Sinto um peso na mão e vejo JJ sentado a dormir numa cadeira com a mão entrelaçada á minha. Tinha os olhos inchados, como se tivesse estado a chorar. Depois, vieram á minha cabeça as imagens do que tinha acontecido. Um tremor percorreu-me e senti os dedos de JJ mexerem-se um pouco.

-S/N... S/N! Estás acordada!

Levantou-se logo e abraçou-me, escondendo a cara na no meu pescoço. Eu só fechei os olhos e aproveitei a sensação do seu cabelo a raspar na minha orelha e o cheiro aconchegante e amadeirado do meu namorado.

-Estava tão preocupado...- sussurra.

-Eu estou bem. Estou bem...

Ele sai do abraço e olha-me nos olhos. Noto os seus lábios a tremerem e pequenas lágrimas a sairem dos olhos dele. Ele passa a mão no cabelo e pela cara.

-Eu pensava que... Eu estava a surfar e vi-te a gritar e a esbracejar na água e a água á tua volta estava vermelha e... E estavas a sangrar imenso e.a chorar, eu... Eu pensava que...

Eu interrompo-o, pegando nas suas mãos e dando-lhe um beijo na bochecha.

-Eu estou bem, a sério... Graças a ti. Salvaste-me. Entraste na água mesmo sabendo que estava lá um tubarão e que também podias ficar ferido.

Ele acaricia a minha bochecha e pega na minha mão, beijando-a.

-Eu faço qualquer coisa por ti. És o mais importante na minha vida. Faria de tudo para te proteger.

-Eu sei. É por isso que eu te amo.

𝑱𝑱 𝑴𝒂𝒚𝒃𝒂𝒏𝒌 𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora