-Olá?-coloquei o telefone em cima da orelha e fechei os olhos, ainda meio tonta com o calor que estava sentindo.
-Oi, onde estás? Combinámos encontrarmo-nos tipo há 20 minutos atrás.- a voz de JJ veio através do telefone, um pouco alta demais.
Esqueci-me de mandar uma mensagem para ele quando acordei esta manhã e percebi que sair era impossível.
-Eu não posso ir.- respondi. –Estou com o periodo.
Provavelmente houve um tempo no ensino médio em que euteria vergonha de até mesmo proferir a palavra "período" á frente de JJ, mas eramos amigos há tempo suficiente que nem me importava. Somos amigos há tempo suficiente para que JJ soubesse o quão terrível a menstruação poderia ser.
-Tudo bem, mas você me deve um surf, John B é terrível pra caralho.- ele respondeu e eu ri ao ouvir John B ao fundo protestando contra as alegações de JJ.
-Tchau.
-Tchau.
A pior parte de estar em casa sozinha era o fato de que não tinha nada que normalmente mantinha por perto. Com a minha mãe fora, só poderia obtê-lo se saísse de casa sozinha e isso era quase impossível. O calor da almofada de aquecimento em forma de estrela que eu comprei com base apenas na fofura estava começando a esfriar e eu estava a começar-me a arrepender de não ter comprado apenas aquela barata que conectava na parede. Se pudesse apenas encontrar uma posição confortável o suficiente para adormecer...
Enfiei o rosto no capuz da sweat do JJ, tentando ver se algum centímetro dela ainda cheirava a JJ, quando a porta da cozinha se abriu com um estrondo.
-Porra... Quem é? –perguntei com dificuldade.
-Tudo bem.
E assim estiquei o pescoço para ver JJ de pé do outro lado da mesa.
-Eu tenho biscoitos, um pouco de chocolate porque Kie disse que chocolate ajudava, pílulas, estas garrafas gigantes de refrigerante de gengibre!- JJ ergueu uma garrafa de litro.
-Achei que fosses surfar.
-Contigo assim? Nem pensar.
JJ sentou-se ao pé de mim e olhou-me no rosto com pena enquanto eu me contorcia de dores.
-Senta-te no meu colo.-diz.
Sem pensar, sentei-me entre as pernas dele e encostei as minhas costas ao seu peito. As suas mãos passaram por debaixo da sweat e eu fechei os olhos, os músculos tensos por uma fração de segundo, quando JJ tocou na minha barriga. Ele pressionou a mão suavemente.
-Relaxa.
O rapaz passeava os dedos pelo meu estômago, criando letras manuscritas. Deu-me um ligeiro beijo na bochecha e eu esqueci completamente a dor em que estava. Enquanto JJ me massajava a barriga, não conseguia deixar de pensar no que Kiara tinha dito. Ela estava convencida de que JJ gostava de mim. Era agora ou nunca.
-JJ.
-Hum?
-Amo-te.
O loiro parou de movimentar os dedos, olhando para mim.
-Eu também te amo.
Sorrimos os dois e JJ aproxima-se de mim para me beijar, mas eu impeço-o.
-Oh não... Ainda não lavei os dentes.
De repente, JJ sai do sofá a correr e desaparece escadas acima.
-JJ? O que é que estás a fazer?
Um momento depois, ele apareceu novamente, segurando a minha escova de dentes e um copo nas mãos.
-Que tal agora?
-Tão desesperado.
