Depois da lua de mel - Livro 12 (Série Família Cavallero) [Concluído]

30. Dia do divórcio

Dizem que todo mundo tem a sua metade da laranja, ou a sua tampa de panela. Eu acreditava piamente nisso até dois meses atrás.

Entrei no fórum e senti um arrepio na coluna na hora. A minha mãe não iria na audiência, pois pega mal alguém da própria família defender o familiar.

Simone se aproximou de mim e perguntou:

- Tá pronta, Lia?
- Não exatamente, eu descobri uma coisa ontem que muda o rumo de tudo.
- O que?

Quando ia falar ouvimos através do alto falante:

- Processo Cavallero e Perez favor se dirigir a sala de audiências.

Encarei a minha tia postiça e ela disse:

- Vamos lá.

Eu deveria contar para a minha tia o que tinha descoberto, isso mudaria tudo, mas eu não tive tempo.

Me sentei de frente para o Levy e o advogado dele. Meu ex parecia mais leve, quase como se estivesse melhor sem mim. O juiz falou:

- Ambas as partes estão de acordo com o divórcio?
- Sim, meritíssimo - falei.
- Sim, excelência - Levy falou.

O juiz olhou tudo e disse:

- Pelo que é dito na petição inicial e na contestação a divisão de bens já foi feita.
- Correto, meritíssimo - falou tia Simone.
- Concorda, senhor Perez?
- Sim, concordo, vossa excelência.

Levy me olhou pela primeira vez desde que entramos na sala. Ele viu que eu estava o oposto dele:

- Sendo assim, eu acho que podemos prosseguir com a certidão de divórcio.

Todos assentiram, então o juiz perguntou:

- Tem algum pupilo envolvido na causa?
- Não, meritíssimo - falou tia Simone.
- Não, meritíssimo - falou o advogado do Levy.

Olhei para a minha tia e perguntei:

- O que significa pupilo?
- Criança menor de 18 anos.

Olhei para todos e disse:

- Antes de encerrarmos com o divórcio tem uma coisa que eu preciso contar.