Depois da lua de mel - Livro 12 (Série Família Cavallero) [Concluído]

26. Tem uma carta que ele pode tirar da manga

Estava na casa da minha mãe junto com ela e com a sócia dela, estávamos acertando os últimos detalhes do meu divórcio.

Quando a sócia pediu licença para ir no banheiro a minha mãe olhou para mim:

- Tem certeza que quer se divorciar?
- Mãe, ele me traiu por dois meses e agora a mulher é sócia dele.
- Filha, se tem uma coisa que eu aprendi com traição é que nunca só a mulher é culpada e, do mesmo jeito, o homem é santo e foi seduzido pela outra. Quando um não quer, dois não fazem.

Tudo bem, eu entendo que os dois tem uma parcela de culpa nisso, mas eu não sou obrigada a ficar nessa confusão:

- Mãe, eu tenho que te contar uma coisa.
- O que, filha?
- Promete que vai tentar ver isso com olhos de minha advogada e só isso?

Minha mãe deu um sorriso torto e disse:

- Vou tentar.
- Os advogados precisam saber tudo para dar uma defesa plena ao cliente, não foi isso que você sempre me ensinou?
- Foi isso, sim.

Minha mãe sorriu orgulhosa e eu disse:

- Aconteceu um incidente na faculdade e o Levy pode tirar essa carta da manga.

Nessa hora a sócia da minha mãe voltou e eu expliquei:

- Simone, eu preciso contar uma coisa pra vocês que aconteceu durante a faculdade.
- Pode falar, filha.

Respirei fundo e contei para a minha mãe sobre o que aconteceu com a Thais na festa mais doida da minha vida, claro, a poupando dos detalhes sórdidos da transa.

No final a minha mãe ficou quieta e a Simone disse:

- Foi só uma noite e você estava embriagada. Ele fez isso por semanas e duvido que tivesse bêbado todas as vezes que teve uma relação extraconjugal com a Adriana.
- Exatamente, ele não tem o que alegar.

Encarei minha mãe e a sócia dela e disse:

- Então vamos seguir em frente com o divórcio.