capítulo 1

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/Clair/

Acordo nesta manhã com um cheiro delicioso de panquecas, pego meu smartphone para ver a hora, sendo 6:00am, me viro para o teto e me espreguiço criando coragem para me levantar. Tomo um banho e me enrolo na toalha; abro meu guarda roupa e pego minha calça comprida, visto minha bota coturno de salto baixo- não gosto de saltos muito altos- acabo escolhendo uma camisa que eu mesma pintei com uma paisagem de uma manhã de primavera, prendo meu cabelo em coque alto e vou para a cozinha tomar meu café com mamãe.

  Moro na rua A-1963 da cidade de Kinsale, em uma casa simples e de cor azul bem claro que fica bem em frente a uma pracinha cheio de flores e árvores que davam mais cores a tudo em sua volta. Na casa é somente eu e minha mãe Scarlet, meu pai morreu no meu aniversário de 1 ano e posso dizer que sempre foi só nós duas.

 Me sento no balcão da cozinha e começo a tomar meu café da manhã, panquecas com um delicioso suco de laranja natural, quando minha mãe aparece um tanto apreensiva mas me dando um abraço de bom dia e em seguida se senta ao meu lado para tomar seu café. Sinto uma incrível tensão, como se ela tivesse algo a me dizer mas não tinha coragem para isso.

 -Bom dia mamãe, dormiu bem essa noite?- digo com toda paciência do mundo.

-Bom dia minha filha, acordei só com um pouco de dor de cabeça mas dormi sim e você minha Clair?- diz desviando, totalmente, seu olhar.

Dou um gole no meu suco e me viro para ela sendo direta:

-Dormi bem sim, obrigada. Tente descansar mais um pouco, deve estar cansada por ter trabalhado demais na noite passada. Mãe, gostaria de saber, tem algo que queira me dizer?

-Não minha querida, não é nada de importante, não se preocupe. Eu irei descansar mais um pouco para ficar melhor e mais tarde nos falamos, esta bem?- Respiro fundo, pois sei que ela está escondendo algo de mim, mas como ela está meio doente acho melhor apenas concordar e me levanto para pegar minhas coisas e ir ao colégio.

O colégio Bright Star, onde eu cresci e passei todos meus anos escolares, é um colégio grande considerando que nossa cidade não é exatamente tão grande assim, mas tem uma estrutura muito boa e é um dos prédios mais antigo de toda região, existe vários mitos sobre ele e até que já foi um lugar para loucos bem antes de se tornar um prédio onde obrigam os jovens a serem como robôs para uma sociedade que só quer controlar nossas vidas e não passamos de números para todos eles. Vou até a BS-Bright Star- a pé, não chega a ser tão longe de casa e também porque gosto de ir observando toda a paisagem da manhã.

Chegando lá encontrei Jeni me esperando sentada debaixo de uma árvore cheia de lindas flores. Jeni é completamente diferente de mim, é uma morena muito bonita, cabelos cacheados cheios e muito bem cuidados, olhos negros que deixava qualquer pessoa vidrado, seu estilo de roupa é mais leve e cheio de cores, totalmente tímida mas acho que o que nos uniu desde quando começamos o ensino médio foi o gostar de arte, ela é uma escritora e tanto, escreve poesias como mais ninguém e sempre me incentivou a continuar com minhas pinturas mesmo nos meus piores dias. Assim que ela me viu veio correndo ao meu encontro e deu aqueles abraços como se fizessem anos que não nos víamos. Ela realmente sabia como animar o dia de alguém!!

 Logo em seguida fomos para aula. Eu fui para minha aula de arte e Jeni para aula de escrita (eram cursos extras que nosso colégio permitiu que os alunos escolhessem e não éramos obrigados a participar das aulas, mas nós duas gostávamos muito, então dificilmente não íamos nessas aulas).

-Opa, foi mau senhora perfeitinha, não tive intenção de estragar essa coisa horrível que você chama de arte. Se bem que eu acho que acabei ajudando mais do que estragando  sua "arte"  nesse quadro- diz Lancaster passando por mim rindo depois de derrubar as tintas e os pincéis dele em cima do meu quadro e com aquele olhar de convencido e se achando o dono do mundo que eu tanto odeio nele. 

Minha última palavraOnde histórias criam vida. Descubra agora