Cap. 1

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             ✦ UMA SEMANA ATRÁS

Estou saindo da S.A.ESTÚDIO  quando meu celular apitou com uma mensagem da minha mãe. Já tinha uns dias que não conseguíamos nos comunicar, então peguei o telefone no bolso da calça e logo abrir a mensagem:

Mãe: Oi meu filho, como você está? Tenho uma notícia ótima para te dar! Fiquei sabendo que semana que vem irão abrir os aeroportos e terá um voo aqui para Belo Horizonte.
Me liga que te explico com detalhes mais tarde, estou com muita saudade.
Beijo.

Termino de ler a mensagem e entro no Uber, que já está me esperando a bastante tempo.

— Boa tarde seu Carlos, perdão o atraso — dou um toque em seu ombro como comprimento.

— Não tem problema não garoto, aproveitei para poder ligar para minha filha — ele diz dando partida no carro.

Pelo espelho retrovisor consigo ver que os seus olhos brilham ao falar da sua filha Sofia, e da para perceber que ele tem um carinho enorme por ela. Eu ainda não tive a oportunidade de vê-la pessoalmente mas o Seu Carlos já me mostrou diversas fotos, ela é muito parecida com ele só que mais bonita.

— chegamos — ele diz olhando para trás.

— Obrigado seu Carlos — saio do carro e vou em direção ao apartamento.

— GUU? — grito ao entrar em casa, e minha voz ecoa por toda a casa.

Olho no quarto dele e vejo que tem um bilhete na geladeira " não vou dormir em casa hoje" vou até o meu quarto e ligo o som, tiro meus tênis e vou tomar um banho.

Peço um lanche pelo ifood e enquanto o meu hambúrguer não chega aproveito para ligar para minha mãe e combinar tudo sobre a minha volta para casa.

𝑈𝑚𝑎 𝑠𝑒𝑚𝑎𝑛𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠...

✦  ✦  ✦

Escuto um barulho horrível e sei que é a porta do quarto que está precisando urgentemente de óleo, me viro e vejo o Gustavo saindo do quarto, ou Gu Paz como muitos  o  chamam, é um dos amigos que fiz aqui em São Paulo e desde que fecharam os aeroportos ele tem me abrigado em seu apartamento.

— Você já está pronto? — Perguntou virando o rosto para mim, ele estava horrível com os olhos caídos de sono,  cabelo bagunçado a preguiça em pessoa.

— Estou prontíssimo . —  Dei um gole na bebida antes de responder. Dois dedos de café e um pouco de açúcar.

— Vamos indo então, acredito que você não queira perder o seu tão esperado voo. — disse ele pegando seu molho de chave e jogando pra mim.

— Mais uma vez, muito obrigado por tudo. — Dou um último abraço.

— Vamos pular esse negócio de despedida, porque em breve estaremos juntos. — ele da de ombros.

Coloco minhas malas no corredor e fecho a porta atrás de mim. Nem parece que foi semana passada que eu recebi a notícia através da minha mãe que alguns voos seriam liberados, e como eu estou morrendo de saudade dela, dos meus amigos e de Belo Horizonte. Então comprei uma passagem e com a ajuda do Ph decidi fazer uma surpresa pra galera.

São três quilômetros do  apartamento  onde estou alocado até o aeroporto. Ponho minhas coisas no porta malas do Uber e me sinto tão feliz por saber que vou voltar para casa. Olho para a janela do carro e começo a refletir, como ano tem sido o mais atípico que estou vivendo, antes do Covid-19 ganhar uma enorme proporção eu vim fazer uns trabalhos em São Paulo, a princípio eu iria ficar só uma semana aqui, mas como a situação do Covid-19 se agravou, mandaram fechar os aeroportos e desde então já fazem aproximadamente dois meses que estou aqui em São Paulo.

𝗔𝗜𝗟𝗨𝗗𝗜𝗗𝗔Onde histórias criam vida. Descubra agora