Cap. 4

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Não entendo, eu simplesmente não consigo entender como o Luis consegue me deixar no ápice do meu estresse.
Já estou cansada de ouvir ele falando dessa menina, e por que raios ele precisava saber se eu fiquei mal ou não com o fato dele não fazer aquela maldita série? Entendo que como ele está ficando com a Vivi é chato DEMAIS fazer um par romântico com outra pessoa. Tentei explicar que eu não estava chateada mas ele me provocou, e isso me deixou louca e cabei descontando tudo nele. Mas agora estou triste e irritada comigo mesma por que eu estraguei tudo e desconte toda a raiva, mágoa e frustração que estava sentindo em cima do Luis mesmo ele não tendo culpa de nada.

- Queremos falar com você Ailinha - Glenda e Camila falam ao mesmo tempo ao se aproximarem de mim.

- Tá bom, podemos ficar aqui mesmo? - falo e nos sentamos ali mesmo na área gourmet, longe dos meninos.

- Sabemos que você gosta do Luis - a Glenda dispara e eu arregalo os olhos assustada.

Será que ela leu o meu diário e contou tudo que estava escrito nele para a Camila?

- Como vocês sabem disso? - pergunto nervosa olhando para as duas.

Elas se entre olham e a Camila fala - Não sabíamos, só jogamos verde para colher maduro. E pelo visto deu certo - elas pendem a cabeça para trás e começam a rir.

- Nossa como eu foi burra agora - coloco a mão no rosto em sinal de desaprovação.

- Mas como você descobriram? Está tão na cara assim - incolho os ombros envergonhada e pergunto.

- Nos percebemos a troca de olhares e a forma que você fica quando ele está por perto. - a Cams explica.

- Mas por que você não conta pra ele Aila? - a Glenda encostou na parede e perguntou.

- Ele gosta de outra e vocês sabem disso, acho que nada dói mais do que ver a pessoa que você gosta, gostando de outra pessoa. - digo e dou de ombros.

- Você acha que ele gosta mesmo da Vivi? Óbvio que não Aila, ele só fica com ela e nada além disso. Mas se você gosta dele, seja sincera com sigo mesma e lute por isso. - a Cams me aconselha.

- Eu sou insegura gente, vocês sabem disso. A Vivi é gostosa pra porra, agora olha para mim! Sou pequena, meus peitos são pequenos, minha bunda é pequena. Sou esquisita e nenhum cara gosta de meninas pequenas e esquisitas como eu gente. O Jean tinha razão ao dizer que eu sou criança demais para o Luis. - admito.

- Pelo amor de Deus Aila! A Vivi pode ser gostosa e o caralho a quatro mas você também é muito gostosa. E além de tudo isso, o Luis não é fútil ao ponto de não ficar com você só porque você não é a mulher melancia. E outra coisa dês de quando a opinião do Jean ou de qualquer outra pessoa determina quem você é ou deixa de ser? - a Glenda argumenta e eu fico sem resposta.

- A pizza chegou! - o Jean gritar da cozinha e nós encerramos a conversa para os meninos não ouvirem.

Vou ao banheiro lavar o meu rosto antes que mais alguém chegue e me encontre nesse estado.

- Aila você vem? - a Glenda diz da porta do banheiro.

- Já vou, mas podem ir na minha frente. - digo.
Saio do banheiro e encontro as duas sentada me esperando.
- Falei que você poderiam ir na frente - questiono.
- Nós ouvimos general, mas decidimos esperar para irmos juntas. - a Glenda diz ironicamente
Nós entramos rindo na sala e fomos para cozinha comer pizza; O clima entre eu e o Luis estava meio pesado e ao decorrer do nosso tempo sentado ali pude perceber os olhares da Glenda e da Camila encima de mim e do Luis.
Não estava com muita fome, mas comi uns quatro pedaços de pizza, que estava sensacional.

- Do nada ficou um silêncio né gente? Vamos conversar! - o Jean diz animado.

- Sobre o que vamos falar - o Luis olha ao redor, apoia os cotovelos na mesa e põe as mãos no queixo.

- Vamos fazer um jogo de perguntas e respostas? - o Jean dá uma ideia.

- Eu topo - a Cams diz batendo palmas.

- Eu topo também - Glenda fala.

- E vocês pombinhos aceitam? - o Jean diz olhando para mim e para o Luis.

- Eu aceito - digo jogando minhas mãos para o alto em sinal de rendição.

- Eu topo. Estou sentindo que isso vai ser interessante. - disse o Luis enquanto massageava a nuca.

O Jean pegou um dado e colou os nossos nomes no dado. O jogo seria assim, a pessoa vai jogar o dado e o nome que sair você poderá perguntar algo para a pessoa e ela não poderá "mentir".

- Vamos começar então! - a Cams diz brincando com o dado.

A Glenda começou e saiu o nome do Jean para ela perguntar.

- Você está gostando de alguém? - ela ergue uma das suas sobrancelhas.

- Estou sim - ele responde tranquilamente.

- Queria saber quem é - a Cams me fala baixinho mas todos escutam.

- Se você topar sair comigo eu te conto - o Jean desafia a Cams, ela cora e abaixa o olhar.

- Hum, jemila vive? - a Glenda pergunta para Camila que olha Jean por algum tempo e eu consigo ver que eles se gostam.

O Jean joga o dado e sai o nome da Camila. Parece até coincidência né?

- Então Cams, porque você não quer sair comigo? - ele inclinou a cabeça e olhou para ela que ficou tensa com a pergunta.

- Não é que eu não queira sair com você, só não quero ser feita de optaria de novo, é só isso. - ela diz meio cabisbaixa.

Minha vez, o Luis fala em tentativa de melhorar o clima estranho que ficou no ar. Ele joga o dado e sai o meu nome.

- Ailinha, estou intrigado com uma coisa. - ele coça a cabeça e me olha.

- Hum, já sei o que é. Fala logo Luis! - o Jean fala e eu fico muito nervosa.

- Por que você ficou estranha comigo depois que te falei da Vivi? - ele me olha como se estivesse vendo minha alma e minha boca seca na hora.

- Eu... Eu não fiquei estranha e sim preocupada mas já te disse o porquê. - falo um pouco nervosa.

- É mas eu acho que tem mais alguma coisa, sei lá. - ele olha para baixo.

A Camila joga o dado e sai o meu nome novamente.

- Aila, você daria um abraço demorado agora no Luis? - ela me perguntou.

- Se pra ele não tiver problema, sim. - sinto meu rosto queimar.

- Então vem me dar um agora - ele levantou-se da mesa.

Estou com vergonha mas levanto o vou até ele só que paro quando chego na sua frente, olho bem no fundo dos olhos dele e sinto meu corpo arrepiar.

- Vem aqui - ele me puxa para os seus braços e eu enterro minha cabeça em seu peito.

- Não fica brigada comigo não. Por favor! - ele sussurra no meu ouvido e me aperta de uma forma que eu me sinto tão segura.

- Me desculpa por ter gritado e te xingado mais cedo. - falo baixinho para que só o Luis consiga me ouvir.

- Eu que tenho que te pedir desculpa, sei que te irritei e forcei a barra - ele diz.

- Olha a Vivi vem essa semana aqui em Belo Horizonte me ver e eu não quero que o clima fique estando entre a gente. - não acredito que estamos nesse momento tão nosso e ele vem me falar dessa garota.

- O clima está normal entre a gente, então pode ficar tranquilo - digo seca e saio do abraço.

Passo pela Camila e Glenda e sacudo a cabeça em sinal de negação para elas.

- Aila que cara de enterro é essa? - o Jean me pergunta.

- Me erra tá bom? Cansei desse jogo, estou com sono vou tomar banho e dormir tá? - falo me levantando e indo em direção às escadas.

- Mas porq... - antes que eles terminem eu interrompo.

- Beijinho - falo e subo as escadas bem rápido.

Ligo o chuveiro e deixo a água cair por todo meu corpo, mas na verdade tudo o que eu queria é que aquela água não só pudesse lavar o meu exterior como também o meu interior e levar toda a raiva e tristeza que estão dentro de mim. O pior é que estou sofrendo por alguém quem nunca foi meu e nem sei se um dia será.

Saio do chuveiro e me olho no espelho.

- Aila, você não é assim. Porque ficar sofrendo por alguém que nem gosta de você merda! Para de ficar chorando pelos cantos, você me ouviu bem? - falo para mim mesma enquanto visto a minha roupa.

Saio do banheiro e encontro o Luis sentado na cama me olhando enquanto eu passo pela porta.

- Desculpa por ter vindo aqui, mas eu não tô aguentando mas esse clima estranho entre a gente. - Ele fala enquanto meche nos dedos e percebo que ele está nervoso.

- Tudo bem, eu também não estou aguentando esse clima entre a gente, mas é muita coisa ao mesmo tempo e eu não aguento mais isso - digo e começo a chorar.

- Não aguenta mais o que? Você está gostando de algum menino é isso? - Ele procura os meus olhos mas eu desvio o olhar.

Ele levanta e me puxa para sentar ao seu lado na cama.

- Por qual motivo você acha que eu estou gostando de alguém? - pergunto.

- Te ouvi falar que está gostando de alguém no banheiro - ele responde e eu fico em silêncio.

- Eu não gosto de te ver chorando, sei lá. - olho para ele, que passa a mão no meu cabelo e me puxa para perto de si. Deito minha cabeça na perna dele e levanto minha cabeça para poder olhar em seu olhos.

- Mas por que você está tão triste e estranha atualmente? - ele me pergunta.

- Eu não ando triste - deu de ombros.

- Anda sim, você acha que eu não percebo os seu olhos vermelhos? Eu te noto, você que não percebe isso. - ele fala e aquilo meche comigo.

O silêncio pairava no ambiente e eu permaneço ali com, a cabeça recostada em suas pernas, deitada, sentindo suas mãos passando pelo meu cabelo; Estou pensativa com a memória um pouco perturbada pela fala do Luis minutos atrás.

- Lu? - chamo, ele me olha e faz um sinal com a cabeça para que eu pudesse continuar a falar.

- Porque você está com a Vivi? - pergunto e não acredito que disse isso mas preciso saber.

- Sinceramente eu não sei. A vida toda eu senti que eu gostei mais das pessoas do que elas de mim, e por isso me afastei de tanta gente, porque eu me sinto frustrado e não aguento mais sempre amar por dois. - ele fala e olha para longe com cara de pensativo.

- Então porque está com uma pessoa que te fez mal e que você não gosta? Por algum acaso você gosta de alguém? - digo sem pensar mundo porque se eu pensar eu não falo.

- Então, acho que fico com a Vivi mesmo sabendo que ela me magoou pra caralho, porque no fim das contas sei que ela não gosta de mim e eu não corro risco de me magoar de novo, então me contento com esse tipo de relacionamento. - ele fala um pouco cabisbaixo.

- Sinceramente Luis respeite-se! Não fique aturando gente que não te acrescenta nada além de dor de cabeça. Dê atenção para pessoas que realmente importam: aquelas que querem o seu bem. Não permita que pessoas mesquinhas te impeçam de ser tão feliz como você merece, deixe-as para trás. Coloque-se sempre em primeiro lugar. - a cada palavra o meus olhos ficam mergulhados em lágrimas e eu choro, porque gosto tanto desse menino e ele achando que não merece ser amado?

Novamente o silêncio paira no ambiente e eu olho para o Luis que fita os olhos em mim, fico nervosa e envergonhada ao mesmo tempo.

- Eu não... - as suas mãos seguraram o meu rosto, seus dedos deslizando em meu cabelo. Quando mesmo espero sinto seu lábios colados nos meus então retribuo o beijo, nossos lábios dançam em um ritmo lento e apaixonado mas ao decorrer do tempo o beijo se intensifica como se o Luis precisasse daquilo, mas por falta de fôlego nos afastamos.

Olhos para os olhos do Luis que estão mais escuros do que de costume, nossas testas estão coladas e ele me olha como se estivesse me analisando.
Ele põe o dedo polegar sobre a minha boca e desliza o dedo de uma fora tão meiga que me deixa arrepiada sinto minhas bochechas queimarem, com certeza eu estava mais vermelha que um tomate.

𝗔𝗜𝗟𝗨𝗗𝗜𝗗𝗔Onde histórias criam vida. Descubra agora