Prólogo

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📍 Finalmente teremos o prólogo e de antemão, peço paciência com o senhor emburradinho vulgo Kim Taehyung.

📍Espero que gostem e vamos ler que ler é bom demais. (◍•ᴗ•◍)

Mais uma vez durante aqueles dolorosos três anos, passava frio

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Mais uma vez durante aqueles dolorosos três anos, passava frio. A dor de cabeça agoniante e suas lágrimas que caiam livremente, eram somente um terço das consequências que ele mesmo tinha escolhido para si, ao deixar para trás tudo que conquistara e sumindo no mundo.

Ah, e não se referia somente a sua casa e família, não. Kim Taehyung tinha tudo o que uma pessoa podia querer no mundo, exatamente tudo. Era respeitado, amado e ovacionado pela N&J Entertainment e, principalmente, pelos fãs que acompanhavam seu trabalho por anos. Viajara para tantos lugares, que era impossível lembrar-se de todos por serem, realmente, inúmeros. Tinha uma carreira que o fazia extremamente feliz e realizado, amigos que o apoiavam e estavam sempre dispostos a ajudá-lo. Era, de fato, um cara de sorte. Um cara feliz.

E, por ter sido aquele cara rodeado de amor e atenção por muito tempo, que o fazia se sentir um completo babaca quando recordava de seu antigo eu. Eram dolorosas às vezes em que as lembranças de sua vida de glória o consumiam por completo. Ele era feliz no que fazia, se sentia completo e realizado.

Mas tudo se tornou um grande clichê quando ela apareceu, e não aquele clichê adolescente que tinha um final feliz, não mesmo. As coisas ao seu redor pareciam sem graça e seu dia a dia repetitivo demais, sempre algumas sessões de fotos aqui, um desfile ali, um final de semana em casa assistindo um programa de Tv qualquer, sempre a mesma rotina comodista.

Não sabia dizer quando foi que Lee MiCha passou a virar seu mundo de ponta a cabeça, talvez no primeiro selar de lábios ou quando ela fez ele provar o seu primeiro cigarro de maconha, não podia lembrar-se com exatidão. Naquela época, a amava demais para perceber que estava sendo levado a um mundo sem volta; um mundo de festas, bebidas, escândalos, decepções e enfim, o estopim para seu fim trágico. O vício.

Naquele exato momento e em vários outros nos últimos anos, se sentia o cara mais idiota da face da terra por ter se deixado ser tão influenciado por Lee. Se soubesse que acabaria onde estava naquele momento, sentado ao lado de uma lixeira, correndo o risco de pegar uma hipotermia por não usar quase nenhuma roupa, dependendo da caridade dos outros e, chorando, em mais uma naquelas incontáveis vezes, por ter caído na armadilha daquela que dizia ama-lo, nunca teria dado a chance da mesma se aproximar, mas fora tolo. Tolo por acreditar no amor, tolo por confiar demais.

Sentia falta de sua família, queria muito voltar a vê-los, mas não era tão fácil assim. Suas lembranças passadas sumiam conforme o tempo ia passando. Seu vício não deixava que o sofrimento desse lugar a coragem para se reerguer e voltar a ser o que era. Nem sabia se ainda tinha jeito para subir em uma passarela e dar orgulho a aqueles que sempre acreditaram em si. Nem mesmo sabia como a vida de cada um deles estava naquele momento. Era um fraco no fim das contas e quando sumiu no mundo, achava que a maneira mais fácil de ficar livre da tentação, era cedendo a ela.

— Trouxe sua comida, Kim. Está tudo bem? Precisa de alguma coisa? — foi tirado dos seus dolorosos pensamentos pela voz conhecida daquela que o alimentava sempre que podia, nos últimos meses.

— Estou ótimo, incrível, não vê!? — respondeu, sem muita paciência. Não gostava daquela garota, ela era boazinha demais e pessoas boas não existiam, pelo menos era o que Taehyung pensava. Confiar para ele depois de tudo, era difícil.

— Você não deveria tratar dessa maneira aqueles que te dão o que comer, sabia? É falta de educação e de senso também, principalmente. — ela respondeu depois de respirar fundo e tentar manter a calma, o Kim não conseguiria tirá-la do sério com suas respostas grosseiras como sempre fazia. Ela nem mesmo sabia porque continuava alí, mesmo depois de tanta grosseria da parte do rapaz.

— Não se dê ao trabalho de me alimentar se acha que faz por obrigação. Você quer um agradecimento? Muito obrigada, Suji, se não fosse por você e sua mania irritante de ser caridosa com pessoas desconhecidas, eu, sinceramente, não sei o que seria de mim. — respondeu de forma irônica, mas no fundo, realmente era agradecido pelo que ela fazia por ele.

— Se fosse para ser irônico desse jeito, era melhor ter ficado calado. — suspirou — Volto amanhã, cuide-se e mantenha-se aquecido. — a mais nova deu as costas, tentando não mostrar seu rosto decepcionado com suas últimas palavras.

— Ah claro, pode deixar que meu super casaco de pele invisível vai me aquecer e não estarei duro até o nascer do sol. — e mais uma vez, a língua afiada de Taehyung trabalhava.

Suji soltou uma risadinha descrente pela petulância do mendigo e voltou alguns passos, tirando o grande casaco que a aquecia naquela noite fria. Sua vontade era de largar a mão no rosto do homem atrevido e mau educado, mas ao invés disso, apenas continuou sendo gentil. Não via problemas em passar em casa depois para pegar um novo casaco, o mendigo de língua afiada precisava mais do que ela.

Abaixou-se devagar e olhou atentamente para o rosto daquele que aparecera nos fundos do restaurante de sua família a alguns meses, e vinha sendo alimentado por ela desde então. O cara mau humorado de poucas palavras e um passado desconhecido por ela.

Kim, como ele dissera se chamar, tinha o rosto bonito, o nariz era fininho com uma pequena pinta na ponta do mesmo, seus lábios eram bem desenhados e levemente preenchidos. Suji pensou naquele momento, que o Kim poderia ser facilmente um modelo fotográfico ou até mesmo, aqueles profissionais que apareciam nas capas da Vogue com toda aquela coisa de roupas das tendências e afins. Mal sabia ela, mas, de fato, o petulante Kim fizera trabalhos como aqueles e muito mais, porém, ela não podia adivinhar que por trás daquele cara mal vestido, sujo e com expressão sempre carrancuda, já habitou um dia, um cara sexy, fashionista e totalmente alto astral. Eram duas versões de Kim que somente ele sabia da existência.

— Bae Suji, se você demorar mais um pouco e eu não conseguir ver o delicinha do Jeon Jungkook atrás daquele balcão ainda hoje, cabeças vão rolar! — Suji foi interrompida da sua análise, ao ouvir a voz furiosa da melhor amiga lhe apressando. Yura era, com toda a certeza, uma garotinha impaciente.

— É melhor você ir logo, garotinha inocente. Já disse que estou acostumado com as noites frias, é como eu sou por dentro há muito tempo. — o garoto sorriu pequeno e balançou as mãos, mandando-a embora.

— Você não está em condições de negar um casaco tão quentinho com esse frio rigoroso, senhor irritação. Então, por favor, só cale a boca e vista-o de uma vez. — após colocar o casaco envolto nos ombros de Taehyung, voltou a ficar ereta sorrindo pequeno e, sem esperar por qualquer agradecimento que sabia ser quase impossível, saiu andando ao encontro de Yura. Mas provando que Suji não tinha certeza de muitas coisas na vida, algo surpreendente aconteceu quando Kim segurou a barra de sua camiseta larga, fazendo seus pés cravarem no chão. Voltou seu olhar surpreso e ao mesmo tempo confuso para o mesmo, que a olhava atentamente com um leve sorriso nos lábios e, pegando-a de surpresa mais uma vez, ele pronunciou as seguintes palavras:

— Eu sei que muitas vezes te irrito, sou escroto, chato, resmungão, babaca e pareço um cretino mau agradecido e, talvez, eu seja mesmo. Mas obrigada por tudo, Suji, de verdade.

                         
                          。◕‿◕。

📍E não é que o menino sabe ser educado, galerous? A quem chegou até aqui, meu muito obrigada. 💛

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