Capítulo 3

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N/A: Oi oi gente, voltei com o terceiro capítulo.

Nesse não tenho nenhum aviso de gatilho (pelo menos acredito que não, se notarem algo me avisem), mas se atentem a uma coisa: nos capítulos anteriores foi citado que a alcateia fala uma língua diferente da de Tooru, e nesse capítulo teremos diálogos entre integrantes da alcateia então quando for no idioma deles (da alcateia), a fala vai ser toda em itálico, ok? só pra diferenciar mesmo.

-x-

Nem era preciso dizer que Tooru não dormiu naquela noite. Sempre que conseguia cochilar, qualquer barulho o fazia acordar sobressaltado, achando que Hajime tinha acordado e mudado de ideia. Mas sempre que ele olhava para o canto da tenda, ele via a silhueta do alfa sobre as almofadas e podia ouvi-lo roncando baixinho.

Ao amanhecer, ele fingiu que dormia quando o alfa acordou e só voltou a soltar o ar que havia prendido nos pulmões quando ouviu Iwaizumi se retirar da tenda. Um pouco depois, Yahaba apareceu para buscá-lo e, meio grogue pelo cansaço, o ômega trocou de roupa e o seguiu para fora.

A alcateia acordava aos poucos enquanto Oikawa passava por rostos sonolentos. Algumas pessoas curvavam a cabeça à ele em sinal de respeito. Ele tinha se acostumado com aquilo, ele era um príncipe, afinal, as pessoas com quem tinha crescido ao redor eram obrigadas a lhe mostrar respeito. Mas aquelas pessoas ali não precisavam daquelas formalidades. Ele não era príncipe delas e elas não lhe deviam nada.

Shigeru o levou à uma tenda aberta armada no meio do acampamento, onde o príncipe podia sentir cheiro de pão fresco e carne assada. Seu estômago roncou, mas ele não sabia se conseguiria comer alguma coisa. O outro ômega pediu que ele esperasse ali e entrou na tenda, voltando logo depois com duas xícaras fumegantes e uma tigela grande. Depois ele acompanhou o jovem até um espaço afastado, perto do bosque, onde Yahaba sentou sobre a grama macia, ainda úmida pelo orvalho, e Tooru sentou ao seu lado.

Uma das xícaras foi entregue a Tooru e ele sentiu o cheiro gostoso do chá de ervas. Na tigela tinha fatias de pão, algumas frutas e fatias de carne. Será que era agora que iriam droga-lo para fazê-lo pensar que gostava da alcateia?

Ele olhou desconfiado para o líquido quente por um tempo, até Shigeru perguntar-lhe se estava tudo bem. Com um suspiro resignado, o ômega começou a beber o chá e pegou uma fatia de pão.

- Por quanto tempo vamos ficar nesse lugar? - ele perguntou ao outro ômega que estava cortando fatias de uma maçã gorda e suculenta e comendo-as.

- Alguns dias. Iwaizumi-sama é inquieto, nunca ficamos no mesmo lugar por muito tempo.

- Yahaba, ontem você me disse que Iwaizumi não permite mais estupros, mas... v-vocês ainda... roubam? - o jovem deu de ombros, jogando o miolo da maçã no meio das árvores e limpando a boca com as costas da mão.

Oikawa se controlou para não franzir o cenho diante daquelas atitudes. De onde veio, seria inadmissível a um ômega se comportar daquele jeito tão grosseiro, sentar no chão para comer e não usar um lenço adequado para limpar a boca. Mas ele não estava mais em Aoba Johsai, afinal, então se absteve de qualquer comentário e terminou seu chá.

- Só de velhos podres de ricos e esnobes. - o jovem respondeu, por fim.

Às suas costas, um rosnado fez Tooru quase pular de susto. Um alfa alto e corpulento estava parado atrás deles. Tooru ergueu as sobrancelhas ao notar o cabelo amarelo com listras pretas. Todos tinham cabelo esquisito naquele lugar? Ele olhou para Shigueru e viu o ômega estranhamente corado encarando o alfa, mas ergueu o queixo de maneira petulante para ele.

O que você quer? - Yahaba perguntou na língua deles.

Você não pegou chá pra mim? - a voz do alfa era um rosnado baixo.

Petrichor (iwaoi)Onde histórias criam vida. Descubra agora