Capítulo 4

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N/A: muito obrigada a quem está acompanhando e comentando, os comentários de vcs são tudo pra mim 😍 Esse capítulo é continuação direta de onde o anterior começou, e não esqueçam que as falas no idioma da alcateia são em itálico.


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Os sons das brasas crepitando nas fogueiras ao redor e das conversas chegaram aos ouvidos do ômega assim que ele saiu da tenda acompanhando Hajime. A mão do alfa, áspera e cheia de calos, ainda segurava firme a sua enquanto eles serpenteavam por entre os pequenos grupos de pessoas reunidos aqui e ali.

Assim como durante o dia, à noite a alcateia também vibrava, cheia de vida e energia.

Tooru avistou primeiro a cabeleira amarela de Kyoutani, com Shigeru aninhado sob seu braço. Os dois estavam sentados em um tronco de árvore que servia de banco.

Matsukawa e Hanamaki estavam lá também, sentados perto dos outros dois. Oikawa viu, com um pouco de surpresa, que eles estavam de mãos dadas, trocando olhares e sorrisos íntimos demais para dois amigos. Em seu país natal casais formados por dois alfas eram proibidos.

A conversa cessou quando eles se aproximaram e todos pareceram um pouco chocados ao vê-los de mãos dadas. Oikawa tirou rapidamente sua mão da de Iwaizumi e viu o sorriso jocoso de Yahaba.

Ele sentou e Hajime sentou ao seu lado, prontamente pondo um espetinho cheio de carne em sua mão. O silêncio tinha cessado e os outros voltaram à conversa de antes. Ao ouvir Yahaba falando com os outros, ele podia distinguir algumas palavras do idioma estranho deles, mas não o suficiente para saber o que estavam conversando agora.

Oikawa cresceu ouvindo os mais diversos boatos sobre as alcateias. Alguns eram tão absurdos que ele nunca tinha se dado ao trabalho de acreditar, como por exemplo, era dito que nas alcateias comiam carne humana e bebiam sangue de crianças. Agora, provando as comidas ricamente temperadas e os vinhos deliciosamente doces, Tooru achou os rumores ainda mais ridículos.

Iwaizumi se inclinou para por mais pedaços de lenha na fogueira onde estavam fazendo o jantar e o ômega teve um vislumbre das costas nuas dele, vendo algo que não tinha percebido ainda: as estranhas tatuagens em forma de x agora percorriam toda a extensão da coluna. Eram iguais às que ele tinha visto nas costas do pai de Hajime, tantos anos atrás.

- O que... o que são essas tatuagens? - ele perguntou a Hajime, mas foi Makki quem respondeu:

- Não são tatuagens.

- Não? - o ômega franziu as sobrancelhas.

Ele se sobressaltou ao sentir Iwaizumi pegar sua mão e guiá-la até suas costas. Oikawa engoliu em seco, mas passou os dedos delicadamente pela pele dele. Era quente e estranhamente macia ali, diferentemente das mãos, mas a maciez parou quando ele chegou a... Tooru prendeu a respiração quando sentiu que realmente não eram tatuagens, mas cicatrizes grotescas e salientes que pareciam ter sido feitas com ferro quente. Ele puxou a mão de volta e olhou para Hanamaki.

- Por que? - o alfa deu de ombros, aninhando-se mais ao outro ao seu lado.

- É uma tradição do nosso povo. Para cada inimigo morto, um x nas costas. É uma demonstração de poder e força. Aquele que tiver matado inimigos o suficiente para preencher toda a extensão da espinha é hábil o bastante para comandar uma alcateia.

Oikawa franziu mais ainda o rosto.

- Então quer dizer... vocês se vangloriam por ter matado outra pessoa? Mesmo que seja uma criança ou alguém indefeso?

Petrichor (iwaoi)Onde histórias criam vida. Descubra agora