Capítulo 2

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N/A: oi oi gente, eu falei que ia atualizar domingo, mas mudei de ideia e resolvi fazer as atualizações nas quartas e sábados :p 

AVISOS: menção a estupro e cenas de violência 


-x-


Você não tem o direito de me vender pra um selvagem. Eu sou um príncipe. - Tooru berrava na cara do irmão, ainda agarrado ao manto que cobria seu corpo nu.

Eles estavam na sala que tinha sido o escritório do pai deles e agora pertencia a Kazuo.

O irmão tocou a fina cicatriz na garganta, como se fosse um lembrete de que ele não poderia dar uma surra no irmão caçula. Tooru o viu ranger os dentes e agarrar com força o braço da cadeira.

- Eu sou seu rei e posso fazer o que quiser. É o melhor negócio pra mim, irmãozinho. Me livro desses bárbaros imundos passeando por nossa cidade e de uma vadia assassina como você. E, aliás, foi ele mesmo quem propôs o acordo. - Kazuo riu - Imagine só, o bárbaro gostou de você.

Os olhos de Tooru ainda ardiam e ele engoliu de volta o bolo na garganta. O rei Oikawa levantou da cadeira e passou a caminhar de um lado a outro atrás da mesa e continuou a falar

- Eu não sabia o que fazer com você. Pensei em conseguir um casamento com algum príncipe de longe, mas seria um favor a você e eu queria fazê-lo sofrer por ter matado minha mãe. - o ômega abriu a boca para protestar, mas desistiu após o olhar que o irmão direcionou a ele - Então deixei você preso no quarto até resolver, mas acabei muito ocupado com meus afazeres reais. Mês passado o líder dos selvagens mandou uma carta, propondo o acordo, e na hora me repreendi por nunca ter pensado nisso. - o irmão riu novamente, um som que causou calafrios no príncipe - É fantástico! Eu me livro desse incômodo que é dar nosso ouro para esses selvagens imundos e você ainda será a égua reprodutora do líder deles.

Tooru recuou alguns passos para a porta, em choque com as palavras do irmão e pelo profundo desprezo contido nelas.

- Ou quem sabe... - Kazuo pôs a mão no queixo, parecendo pensativo - Ele vai deixar toda a alcatéia te foder. Aposto que vai te dar até para os cavalos. Pois, afinal, é somente para isso que vocês, ômegas, servem: para abrir as pernas para qualquer um e cuspir crias.

O ômega sempre soube que o irmão era perverso, mas aquilo era desumano demais até para ele.

- Eu nunca te fiz nada... - o príncipe sussurrou com os olhos marejados. O irmão o olhou como se tivesse crescido outra cabeça nele.

- Você matou minha mãe. - Kazuo nunca se referia a mãe deles como "nossa", sempre tinha sido "minha".

- Não... - Tooru sacudiu a cabeça. - Não foi culpa minha... não foi...

- É claro que foi. Se o papai e ela não tivessem resolvido ter outro filho, ela estaria viva agora ou teria vivido por muitos anos mais. E o papai sempre o idolatrou só porque você é parecido com ela. Ele nunca enxergou o monstro que você é.

Kazuo tinha se aproximado dele agora e praticamente cuspia as palavras em sua cara. Tooru apenas balançava a cabeça, espantado demais para retrucar, encarando os olhos cheios de ódio do irmão.

- Guardas! - assim que o rei chamou, dois homens entraram na sala - Levem isso... essa coisa de volta para o quarto.

Com os olhos ainda grudados no irmão, Tooru se deixou ser levado para fora da sala.

......................

O príncipe Oikawa mal viu passar os dois dias seguintes. Ele comeu porque guardas o obrigaram a fazer e se banhou porque criados foram banhá-lo. Fora esses momentos, ele ficou encolhido sobre a cama, quieto e agarrado aos travesseiros. Ele mal notou quando criados vieram vesti-lo e guardas o fizeram sair do quarto. Ele tinha ouvido os sons dos cavalos e dos selvagens na rua abaixo, mas não se levantara para espiar pela janela.

Petrichor (iwaoi)Onde histórias criam vida. Descubra agora