Ninguém sabe sobre nós.
Ninguém deve saber sobre nós.
Você tem uma má reputação, querido. E eu não quero ser manchada por ela. Deve ser por isso que te amo, que te odeio. Que não suporte amar você. Tudo o que te rodea cheira a confusão, a problema...
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JUNE
Paris, France. 2020.
Júnior estava estranho. E não que ele já não tenha sido, só que estava bem mais estranho que o normal.
E ele não ainda não havia tocado no assunto “carnaval”. Desde que me contrataram, eu espero pelo momento em que ele vai invadir minha porta e dizer “June, vou sofrer uma lesão tal dia, pode ir ajeitando minha estadia no Rio para o carnaval” ou algo do tipo. Juro. Mas até agora nada e seu aniversário estava chegando, ao contrário do primeiro tópico esse ele fazia questão de me perguntar todos os dias como estavam as preparações.
Meu único consolo era saber que Helena estava no mesmo barco que eu, já que seu pai faz no mesmo dia que o menino Ney.
O evento da Balmain ontem rendeu uma boa after party na casa e eu, explodindo de cansaço, dormi como uma pedra na minha cama.
A diretoria tinha me dado um prazo; eu ficaria mais dois dias após o aniversário de Júnior e, se não houvesse fofocas graves, eu estaria livre para ficar na minha casinha e voltar a trabalhar mais em casa do que no CT ou na de Júnior.
Confesso que uma parte minha estava odiando saber disso. Mas eu a enterrava no fundo, bem escondida.
— June!
— O quê?
— Você nem estava prestando atenção — bufa. — Pelo amor de Deus, é tudo por conta do perna de pau?
— Você quer parar?
— Eu não, ele está roubando você de mim — ralha, fechando a cara.
— Pare de drama, Henry.
— Quero só ver quando eu estiver ai na França, então.
— Deixa de ser bobo — reviro os olhos, risonha, pelo seu ciúme. — e quando vem mesmo? Essa história está ficando velha.
— Estou chegando dia vinte, ok? Não é mais caô. Finalmente consegui a transferência — celebro.
— FINALMENTE! Justiça!
— Já vai se preparando pra gente dá uns rolês por Paris, gata.
— Como nos velhos tempos...
— E com a Helena junto, vai ser mesmo — rio, concordando com a cabeça.
— Falar nela, ela está chegando primeiro que você.
— Eu sei né, mas fazer o quê? Eu não sou filho do Messi.
