Ninguém sabe sobre nós.
Ninguém deve saber sobre nós.
Você tem uma má reputação, querido. E eu não quero ser manchada por ela. Deve ser por isso que te amo, que te odeio. Que não suporte amar você. Tudo o que te rodea cheira a confusão, a problema...
Ps. To chateada que vcs pensem o pior do meu menino Ney
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JUNE
Paris, France. 2020.
Estou me sentindo doente enquanto ando a passos duros de volta para onde os meninos estão. Sim, é ridículo o que estou fazendo. Deveria ter mais confiança no meu namorado. Porém, convenhamos, não é fácil ignorar que uma modelo francesa ligou exigindo falar com ele.
Paro por um segundo.
Preciso saber de umas coisas sobre ela antes de despejar meu ciúme nele. Como uma mulher inteligente. Viro em direção a cozinha e decido cozinhar enquanto pesquiso notícias sobre eles.
Sim, estou sendo ainda mais insegura ao invés de apenas perguntar à Júnior.
Decido fazer nuggets no forno e arroz doce com purê de batata. É isso, simples, rápido e espero levar tempo o suficiente para me fazer acalmar os nervos e não bancar uma de namorada ciumenta e possessiva.
Porque não sou. Sou uma namorada legal e... E estou pensando seriamente em como enfiaria a cabeça enorme dele nesse amassador de batatas.
A voz de Justin Bieber cantando Confident não me ajuda. Estou me sentindo fatal segurando essa faca enquanto corto o legumes da salada. A salada era essencial na dieta de Júnior com o início dos treinos.
— Que cheiro bom é esse? — olho por cima do ombro e vejo Jota sorrindo ao espiar a panela. — Arroz doce da June, adoro.
— Tira a mão daí — bato nele quando o mesmo tenta surrupiar um nuggets. — Aproveita que você veio aqui e arrume a mesa. Estou terminando o purê.
— Droga, por que eu não vim depois do Gil? — ele resmunga, o que me faz rir. Jota arruma quase tudo certinho, se atrapalhando só nos talheres.
— Bem, vai chamar os meninos, vou pegar o vinho na adega — gesticulo minhas mãos e ele acena, indo até os outros dois patetas. A adega ficava no terceiro andar, o que era bom, já que estávamos no segundo - térreo - e por isso não precisei do elevador. O primeiro era como um sótão e basicamente só meu e de Júnior - a chamada suíte principal -, o quarto ficava com as principais acomodações e o quinto a sauna e acadêmia. A piscina interna também ficava no terceiro.
Pego uma garrafa do vinho mais fraco, por estarmos no meio da semana e também uma garrafa de suco natural para Júnior, que não pode beber mais que uma taça. Quando retorno para a sala de jantar, os três já estão sentados e se servindo, meu prato ao lado do jogador está servido; a quantidade perfeita que eu colocaria.
