O início da nossa aventura

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De forma cruel, fria e sorrateira , a vida que todo o Clã Marca do Lobo tinha foi destruída. Por um ser que amedronta as crianças por fábulas e lendas, demônios. Mas isso foi o gatilho para o início de toda a história que se daria a seguir.
Ano de 30956 do mês Tzuvo, 128° dia. Leafar, carregando Ruhtra em suas costas por toda a madrugada, não demonstrava cansaço algum, apenas prosseguia constantemente. Sarah por outro lado, estava visivelmente cansada, gotas de suor e respiração pesada se faziam presentes, mas dado o medo e o fato de que Leafar não disse uma única palavra por horas após o ocorrido, a fazia segui-lo sem questionar. Mas dado o amanhecer, ela tomou coragem.
Sarah: *Esbaforida* Leafar… já estamos chegando?
Leafar: *Abrindo os olhos* Hum…? O que? Onde estamos?
Sarah: C-como assim onde estamos? Você não saiu andando pela madrugada toda?
Leafar: Que? Do que está falando Sarah? Eu e Ruhtra estávamos indo caçar para o almoço de hoje, não? *Sorrindo gentilmente*
Ela não pôde acreditar no que ouviu, aquilo não era uma brincadeira. Leafar possuía limites para elas, como sua amiga de infância, ela sabia quais eram estes.
Sarah: *Assustada* Pierre, você não está bem… o que aconteceu? Esqueceu do que aconteceu?
Leafar: Estou ótimo… só não me lembro do motivo de você estar conosco ou por qual motivo estamos fora do vale do clã… *Olhando para o seu redor* [Onde é que estou? Nunca vim aqui...]
A jovem ficou confusa, mas entendeu que Leafar perdeu sua memória. Para ela não havia outro motivo para tal comportamento. Ela resolveu não tocar no assunto pelo momento. Eles seguiam pela grama alta, que neste ponto não estava sob a neve. Uma bela paisagem de cobertura verde-lima era visível, apesar da temperatura negativa, ela estava muito confortável para todos. E infelizmente um leve nevoeiro no horizonte não permitia se ver tão longe quanto se poderia.
Leafar: E então, podemos parar para caçar aqui… *Descendo Ruhtra e o pondo encostado em uma pedra*
Sarah: Vai caçar? Mas com qual arma pretende matar?
Leafar: Arma…? Ah, verdade, eu esqueci minha faca. *Coçando a nuca e pegando uma pedra no chão* [Estranho... eu não sou de esquecer algo assim]
Sarah: Vai preparar uma fogueira…? Por qual motivo pegou só uma pedra? [Não me diga que vai...]
Leafar: Fogueira? Deixarei isso com você. *Apontando para Ruhtra* Temos de voltar antes do anoitecer.
Sarah estava confusa e olhando para a pedra na mão de Leafar, mas ainda mais confusa sobre como iria explicar isso para Ruhtra quando ele acordasse.
Sarah: E esta pedra seria para… caçar?
Leafar: Claro que sim sua boba, consigo matar um leão com uma dessa. Depende da situação, mas no geral não uso armas. *Sorrindo*
Sarah: Leafar… não tem medo dessa situação?
Leafar: *Alongando-se* Medo? Medo do que? Me perder em uma floresta ou andar tranquilamente em um lugar qualquer?
Sarah: Sim, não tem medo…?
Leafar por um momento a encarava de forma pensativa, mas logo se pronuncia com com sorriso singelo em seu rosto.
Leafar: Ksks, inicialmente sim. Mas quando sinto o vento soprando em meu rosto, vejo lugares que nunca vi… só sinto animação. *Sorrindo para Sarah e correndo*
“Eu não posso permitir que mais uma vez, algum amigo meu lute sem eu tomar a iniciativa... não, não mais. Como posso deixar alguém os ferir e não agir? Eu mudei, não temerei e enfrentarei cada um, pelos que me são queridos.” Pensava Leafar consigo enquanto corria pelos campos.
Sarah: Ei, espera! LEAFAR! *Bufando e cerrando os punhos* [Sozinha novamente, irei lhe esperar…]
Horas se passam, um dos sóis brilhou no céu, o que é um fenômeno raro e incomum para essa época do ano, já que normalmente apenas um deles nasce a cada dia. Ao chegar próximo ao meio-dia, Ruhtra começa a se mexer, o que assusta Sarah de início, pois ela estava descansando.
Pois mesmo que sejam praticamente irmãos de sangue, ela sabe que eles dois são aberrações monstruosas da natureza. Inquietação e certo temor perante suas ações, sempre era presente.
Sarah: Kyah! Ah… *Pondo a mão no peito* ufa. Era só você se mexendo.
Ruhtra: *Levantando e pondo a mão no rosto* Ai… o que aconteceu para chegarmos aqui?
Sarah: Leafar lhe carregou a noite toda, até me deu o casaco de frio dele.
Dizia ela enquanto se encolhia e aconchegava no casaco de pele que normalmente Leafar usa.
Ruhtra: Ah… ele sente calor com essas roupas, normalmente ele caça sem blusa.
Sarah: O QUE?! Nesse frio?! Mentira…
Ruhtra: Hã? Claro que não Sarah. Não precisamos usar essas roupas, nem sentimos frio.
Se não fosse pelo olhar frio e de seriedade de Ruhtra, ela levaria essa frase como uma simples brincadeira. Isack começa a verificar sua cabeça e percebe que havia uma faixa nela.
Ruhtra: Enfim… cadê o Leafar? [Agora sei como perdi a consciência]
Voz ecoando: Eu estou aqui!
Uma voz ecoou naquela área, era claramente a voz de Leafar. Que em seus ombros carregava em seus ombros dois Lobos dos Alpes Albinos. Apesar de maiores que um homem, não pareceu ser difícil para Leafar os matar com uma pedra.
Leafar: *Aproximando-se* Olá dorminhoco… suas costas estão bem? [Eu não me recordo deste ferimento na sua cabeça]
Sarah: Hã? Aconteceu algo com você Ruhtra-sama?
Ruhtra: Sem essa de "sama", apenas Ruhtra. Eu não sou o líder do clã.
Leafar: Ksksk, você sempre age assim quando lhe chamam desta forma. Certo, chefe?
Ruhtra: Sim sim seu debochado… *Virando de costas*
Ruhtra começou a tirar as roupas superiores de seu corpo, revelando um corpo fisicamente perfeito com uma enorme hematoma com sangue pisado, exatamente sob a coluna vertebral e com pequenas luxações pela mesma. Sarah ficou surpresa com tamanha musculatura, mas principalmente de Ruhtra ainda conseguir andar mesmo após esse ferimentos.
Sarah: C-como… como você está andando? Ou está bem com isso?
Apesar de Leafar e Ruhtra conversarem casualmente com o povo da vila, eles passavam grande parte do tempo treinando e até estudando, em uma região isolada da vila. Ou seja, sempre que apareciam por lá eles eram bem recebidos e surpreendiam aos demais, mas nunca havia um contato mais íntimo.
Ruhtra: Ah… bem, é por razões como esta que nos mantemos afastados. [Os ferimentos dos nossos treinos são complicados de se lidar...]
Sarah: Não entendi como isso explica o fato de você andar… *Confusa*
Leafar: Nós nos curamos muito rápido de ferimentos sérios, somos resistentes e constantemente ficamos melhores…
Ruhtra: Naquele momento em que a estrutura desabou sobre mim, a minha coluna certamente quebrou ou foi fraturada.
Leafar: Sim, isso é verdade. Por isso lhe carreguei… *Arregalando os olhos* [O que? Como sei disso...?]
Sarah: Leafar! Você se lembrou…?
Ruhtra: Lembrar…? Esqueceu de alguma coisa cabeça oca?
Leafar parecia estar congelado, seu rosto ficou pálido e suas mãos trêmulas. Quando Ruhtra se levanta e toca em seu ombro, ele parece tomar um susto antes de tornar para si próprio.
Ruhtra: Ei ei, calma… fica frio. Está tudo bem? [Eu sei que não está… ele está fora de si]
Leafar: *Sorrindo* Sim, tudo bem. Por qual motivo não estaria… errh... onde estamos?
Ruhtra e Sarah se olharam confusos, este seria um problema a ser lidado. Sarah com um sinal de negação para Ruhtra, o fez não indagar  ainda mais sobre o assunto, por hora. O trio resolve buscar abrigo em uma caverna nas proximidades. Ao achar um bom local, Ruhtra acendeu uma fogueira para aquecer Sarah, já que ele e Leafar não se incomodam com um frio de -40°C.
Ruhtra para evitar mais conflitos, durante este tempo de busca, inventou uma mentira para Leafar. Dizendo que eles estavam indo para a cidade mais próxima em busca de recursos e especiarias para a vila, como remédios.
Sarah: Ahhhh… *Esticando as mãos sobre o fogo* obrigada Ruhtra. Me sinto muito melhor agora… *Sorrindo*
Ruhtra: Oh, de nada, apenas fiz minha obrigação. *Levantando-se*
Leafar: Ai! Isso doeu… *Chupando dedo indicador*
Pierre estava no canto da caverna, mexendo em algo que se assemelhava a um tecido. Ruhtra curioso, se aproximou. Já Sarah, estava se aquecendo ao calor da fogueira.
Ruhtra: O que está fazendo Leafar?
Leafar: Estas roupas não vão aquecer Sarah. Estou costurando uma com a pele de um dos lobos, para ela. *Costurando*
Sarah: Não irá secar e esticar o couro? Se não fizer isso dará tudo errado… e obrigada pelo esforço. *Sorrindo* [Sempre protegendo a todos, né Leafar?]
Ruhtra: Ele tem técnicas alternativas, apesar de eu nunca as ter visto. *Encarando-o*
Ao olhar fixamente para Leafar pela suas costas, o mesmo parou de costurar as peças de couro e se vira para Ruhtra. Que em resposta, devia sutilmente seu olhar para o lado, tentando demonstrar desinteresse.
Leafar: Nem adianta olhar, você não irá conseguir aprender. *Rindo*
Ruhtra: Hum? Eu não estav-
Leafar: E se vamos passar a noite aqui para irmos a cidade mais próxima, preciso ao menos garantir que chegaremos todos bem lá.
Dizia ele interrompendo a fala de seu irmão de consideração. Sarah e Ruhtra ocultaram de Leafar o fato de que ele perdeu sua memória, apenas disseram qual seria seu destino junto à eles.
Ruhtra: Sim… isso é mais do que certo. *Sorrindo*
Leafar: Você está sorrindo…? Eu hein, o que aconteceu para isso?
Ruhtra: Eu sorri?! O que está dizendo seu idiota?
Leafar: Hum… Sarah, o que aconteceu?
Sarah: Heh? Na-nada demais… você deveria ficar quietinho eih. Estou congelando... *Tremendo*
Leafar: Se aproxime do fogo então… *Olhando para ambos de forma suspeita*
Ruhtra: Você suspeita demais das coisas, isso é horrível.
Leafar: *Encarando os dois* Posso ser bobo, brincalhão…
Leafar de forma repentina faz um olhar sério e frio para os dois, que se surpreendem. Mas ele ri um pouco antes de desfazer tal olhar e diz:
Leafar: Mas se estiverem me enganando… *Sorrindo gentilmente* que seja por uma boa causa. Lembrem que eu não sou burro, apesar de meio idiota.
Sarah: *Suando frio* Você me assustou com esse olhar! Não faz mais isso…
Ruhtra: Verdade… conseguiu até me surpreende, ksks.
Leafar: Ksks, então chefe… você é quem manda e quem conhece a região. E podem deixar, não farei mais isso... por hora. Hehe.
Ambos trocam olhares sérios com Leafar, que os ignora e retorna ao seu trabalho, costurar uma peça de roupa.
Sarah: Conhece a região? Todinha…?
Ruhtra: Ah? Sim, fazia parte dos meus estudos aprender sobre negócios e rotas.
Sarah: Ohhh… e isso quer dizer que sabe para qual cidade vamos?
Ruhtra: Vamos para uma cidade em que nosso clã pode entrar, ela se chama Rinquerts.
Não eram todos os clãs humanos que eram desprezados e nem qualquer humano. Alguns eram até respeitados entres as raças. Mas a grande esmagadora maioria das civilizações, escravizam os humanos, os exterminam ou proíbem sua permanência em suas cidades.
Cidade de Rinquerts, uma cidade despatriada em um território anárquico, onde aceitam alguns humanos, entre eles, os pertencentes ao Clã Marca de Lobo. Que por terem feitos ótimos negócios com a mesma, recebe certo carinho por parte dos moradores.
Sarah: Aquela cidade que seus pais sempre visitavam juntos… *Tapando a própria boca*
Ela sem pensar tocou na própria ferida acidentalmente. Ruhtra, lembra de sua família morta e pensa em qual teria sido o destino de seu pai, apesar de já imaginá-lo. Apenas Leafar sorri alegremente e diz com enorme animação.
Leafar: Sim sim! Meu pai me contava as histórias das tabernas de lá, sempre ótimas. Não é Ruhtra? *Rindo*
Ruhtra: S-sim irmão, sempre muito boas… *Cerrando o punho* eu vou patrulhar nos arredores… *Saindo do abrigo*
O jovem sai do abrigo sem das mais esclarecimentos, o que foi extremamente estranho para Leafar à princípio. Que ao se dar conta, vê sua amiga em prantos.
Leafar: Tudo bem né… o que deu nele Sarah? Sarah, por que está chorando?
Sarah: Ué… o que é isso? *Secando lágrimas do rosto* Já deve ser a saudade de casa ksks, não se preocupe comigo.
Leafar: *Aproximando-se de Sarah* Como não irei me preocupar? *Sorrindo*
Neste momento ele gentilmente põe as mãos no rosto de Sarah e seca suas lágrimas com seus polegares. Leafar podia não saber o que era que se passava, mas conseguia ser muito empático  com seu clã, mesmo lidando com o desconhecido.
Leafar: Seus irmãos estão lhe esperando junto de seus pais, certo? [Algo ocorreu na vila... não sou estúpido o suficiente para não perceber isso]
Sarah: *Olhos enchendo d'água e abraçando Leafar* Sim… sim… *Chorando e soluçando* sim…
Sem saber o que fazer exatamente, Leafar passava as mãos nos cabelos de Sarah, acariciando-os de forma gentil. Ela permaneceu chorando abraçada em sua cintura por muitos minutos, até que o soltou e se recompôs.
Leafar: Pronto, melhorou? *Sorrindo e abaixando a mão*
Sarah acaba pondo a mão de Leafar sobre a sua cabeça novamente e acaba ficando corada com isso. Ele a olha levemente risonho, possivelmente alegre com este gesto.
Sarah: Quero mais… é bom quando você faz isso. *Falando timidamente*
Leafar: *Sorrindo* Certo, eu faço. *Sentando ao lado dela*
Ele torna a acariciar gentilmente os cabelos loiros de Sarah, enquanto observa seus olhos marrons com pigmentos cor caramelo. Não demorou até a mesma apoiar sua cabeça sobre os ombros dele e adormecer.
Do lado de fora, em um galho de uma árvore qualquer, vinte metros acima do solo em meio a uma nevasca, estava Ruhtra. Ele observava a paisagem gélida da região, o melhor que podia, dado a limitação de sua visão por conta da tempestade.
Ruhtra: Finalmente, aqui está um pouco mais fresco… *Aquecendo as mãos* [Ele... não se lembrar de nada? Estranho, o choque foi tão grande assim?]
Ele estava pensativo enquanto se agacha no galho no qual estava, apoiando suas costas contra o tronco da árvore. Ele se concentrava em traçar um plano ou uma meta, afinal, ele possivelmente se tornou o líder dos remanescentes Clã Marca do Lobo.
Ruhtra: Tenho que fazer algo quanto a isso… *Olhando ao redor* porém, o que devo fazer? [Arh! Que raiva, isso será uma dor de cabeça]
Durante seus pensamentos sobre como prosseguir diante de tudo que ocorreu, Ruhtra observa os seus arredores em busca de um descanso mental. Quando ele fecha seus olhos por um breve momento, uma voz muito familiar passou por sua mente. Ela dizia em um tom de clamor e dor, já sem forças: “Nos liberte...”
Ruhtra: *Arregalando os olhos e olhando ao redor* Mais o que? De onde veio isso?
O susto foi tamanho ao ponto de Ruhtra perder momentaneamente o equilíbrio sobre o galho no qual estava. Mas novamente está voz familiar retorna a ecoar e ela dizia:
Voz familiar: Você deve nos libertar…
Ruhtra: *Ficando em pé sobre o galho* Quem é você?! Apareça… *Preocupado* [Magia de invisibilidade? Isso existe? Não sinto e nem vejo nenhum traço de mana]
Voz familiar: Nos solte… RUHTRA!
O repentino grito desta voz familiar, fez com que Ruhtra se assustasse e perdesse o seu equilíbrio sobre o galho e caísse do topo da árvore. Porém, graças a sua habilidade acrobática e claro, sua sorte, ele conseguiu cair em pé sobre um monte de neve. Esta queda mataria qualquer humano em geral, mas não os humanos do Clã Marca do Lobo.
Afinal, membros deste clã são conhecidos como os mais fortes dos humanos. Um homem de Clã Marca do Lobo na Terra, facilmente seria considerado um super humano, por conta de seus aspectos físicos enormes.
Ruhtra: Gyaaahhhrr! Meus joelhos! *Mancando* Cai de mal jeito...
Apesar de tudo, ainda são humanos. Ruhtra fere a rótula do seu joelho esquerdo na queda. Ela havia saído de sua posição original, mas ele realoca ela imediatamente com suas mãos.
Ruhtra: [O que foi esta voz sinistra...?] Pare...cia estar sofrendo… *Gemendo de dor* que seja...
Ruhtra ainda com dor em seu joelho, porém não mais mancando, segue em direção a caverna. Tomando assim uma distância considerável da árvore na qual estava.
*Galho da árvore caindo*
Um pouco depois de partir do local, Ruhtra não percebe, mas a árvore que ele se sentou e a área no solo na qual caiu, estavam com um aspecto morto e cinzento. Como se naquele ponto e naquela árvore, a vida não fosse presente há um grande períodode tempo.
Já próximo da caverna, Ruhtra respira mais profundamente antes de adentrar na mesma. E fica surpreso com o que vê.
Ruhtra: *Entrando na caverna* Olá… Leafar, o que está fazendo com ela?
Leafar: *Fazendo sinal de silêncio* Shhh… ela dormiu, está exausta por algum motivo.
Sarah acabou deitando no colo de Leafar, usando suas pernas como travesseiro para dormir enquanto recebia carinho em seus cabelos e rosto por parte de Leafar.
Ruhtra: Vocês estavam juntos e eu não sabia? *Pegando uma perna do Lobo e pondo na fogueira*
Ruhtra se senta perto do fogo, de costas para Leafar e Sarah. Ele observa ansiosamente o pedaço de carne que pôs nas chamas da fogueira. Leafar com um sorriso singelo, acaricia a orelha e bochecha de Sarah antes de responder.
Leafar: Sksks, sei o que parece… mas não estamos. Apesar de eu achar que ela gosta de mim, gosto de como as coisas estão. [Ela um dia casará com o líder do clã, não comigo]
Ruhtra: Hummm… entendi seu ponto, mas o que você iria perder casando com ela? *Girando peça de carne*
Leafar: Nada... mas por que não manter como já está?
Ruhtra: Por ela ser de uma casa nobre do clã e você também, seria uma união que todos apoiariam… *Comendo carne crua de lobo* hummm… quentinha.
Leafar: Sabe muito bem que não gosto desse tipo de parâmetro social, exceto com as demais raças. Elas são inferiores… [Como assim "apoiariam"…? Você é o herdeiro, não podem me apoiar.]
Essa palavra deixou Leafar inquieto, mas ele disfarça isso com um destratamento com as demais raças, o que ele faz normalmente. Ele, ao contrário de muitos humanos do clã, possui um ódio enorme à quase todos os habitantes não humanos.
Ruhtra: Você realmente odeia todas as raças? Sério mesmo? *Jogando um pedaço de carne para Leafar*
Leafar: Na verdade, eu simpatizo com os anões.
Leafar pega o pedaço de carne em sua boca e o engole por inteiro, sem sequer mastigar. Ruhtra volta a cozinhar mais pedaços de carne na fogueira.
Leafar: Simpatizo muito até, parecem ser seres legais de se conhecer. *Encarando Sarah* [Ela vai acordar em breve eu acredito]
Ruhtra: Ohh... Bom saber que ao menos você também gosta deles… vá dormir, eu irei fazer a guarda.
Leafar: Está tudo bem, consigo ficar mais de três dias sem dormir facilmente.
Ruhtra se afasta do fogo, deixando um pedaço de carne cozinhando. Leafar o encara, não parecendo querer remediar em sua decisão de vigiar durante a noite.
Ruhtra: Precisará economizar energia para amanhã. Seriam três dias de viagem contínua até Rinquerts… [Mas acho que demorará menos]
Leafar: Uma aventura, certo? Como sempre sonhamos, não é? Bem, já que insiste em vigiar... *Sorrindo e fechando os olhos*
Leafar põe Sarah mais próxima de si e a cobre com seus braços, buscando a aquecer durante uma noite fria de inverno. Ruhtra inquérito com tudo que aconteceu, demorou para responder a pergunta de Leafar.
Ruhtra: Wooh… sim, uma aventura, como sempre sonhamos… *Encarando o fogo* [O que eu faço… pai?]
Com um semblante de preocupação, Ruhtra ficou concentrado em estabelecer uma meta ou rumo para o trio. Mas tudo dependia se conseguiriam ou não reverter a perda de memória de Leafar.

Ápice Da Evolução - Uma História Antes do Tempo {Vol.1 - Livro 1}Onde histórias criam vida. Descubra agora