Com um sorriso determinado o jovem se vira para sua frente mais uma vez e observa o quadro de missões da guilda, que estava cheio. Alguns ainda o observam pelas costas e pensam consigo: “Isto que é ser alguém decidido.
“Não demorei mais cinco minutos e achei um cartaz bem destacado, que era o de meu interesse. Peguei e o puxei do quadro. Ele dizia: “MISSÃO URGENTE: Mate ou capture o culpado pelos assassinatos na cidade…" Não é como se ninguém tivesse tentado...”
Leafar: Como pensei, poucas informações sobre… *Guardando papel* vou levar você comigo.
Barman: Já tem algo que vá querer em mente?
Leafar: Huh? Oh, a recompensa... certo? Onde devo pegá-la?
Barman: Você deve recolher a recompensa na casa da moeda…
*Papel caindo do quadro*
Um papel ao lado do qual Leafar pegou, acaba caindo sobre o chão.
Leafar: Claro… oh, deixei este cair. *Pegando papel e lendo-o* [Este aqui foi o que estava ao la-?!]
"Missão de saqueamento na vila no pé da cordilheira ao Norte…". O jovem congela por um momento, antes de voltar a si e por o papel no quadro. Ninguém percebeu a face assombrosa em seu rosto. Leafar encarou aquele mero papel com extrema frustração e com certa angústia.
Leafar: [A única vila ao norte na cordilheira é a minha…] *Saindo da guilda*
A saída brusca do jovem chama a atenção dos demais, mas não pareciam se importar tanto ao ponto de incomodá-lo com perguntas. Não após vê-lo lutando.
Leafar: *Caminhando* Eu… [Não importa o que eu pense ou tenha ocorrido… só tenho que ter uma certeza! Tenho que voltar e rápido!]
Conturbado com a missão proposta no papel, Leafar seguiu silenciosamente, até o ponto de encontro ainda cedo. Ele observou a pacata passagem de tempo naquele local, pessoas indo e vindo, carruagens e mercantes para todos os lados.
Algumas horas se passam desde então, finalmente Ruhtra chegava com Sarah ao lado. Ambos percebem de imediato, mesmo que agora enfaixado, os ferimentos e cortes em Leafar e correm até ele.
Ruhtra: Ele foi atacado? *Correndo*
Sarah: Não sei… vamos rapidamente! [Quem conseguiu ferir ele?]
Rapidamente os dois chegam a Leafar, assustando-o. Ele não pareceu perceber a chegada de ambos, aparentava estar distraído.
Leafar: Ah! São vocês… *Olhando para cima* está cedo ainda. [Que céu lindo...]
Ruhtra: Esse corte… quem foi!? *Irritado*
Leafar: Huh...?! Ah... errrrr... *Coçando a bochecha* [Não posso dizer que foi em uma briga, posso?]
Voz masculina: Pierre, estes são seus amigos?
Um anão com um robe de lobo estava atrás do trio, ele e Leafar pareciam já se conhecer. Leafar o recebe com um sorriso e diz:
Leafar: Sim, são eles Frydo.
Anão: Humph! Um humano é frágil, não agradeça. *Sorrindo*
Leafar: Muito obrigado pela preocupação e ajuda. *Sorrindo*
Ruhtra se aproxima de seu amigo e cochicha em seu ouvido.
Ruhtra: Ele cuidou de você…? Me explica isso direitinho.
O anão achou que não era um momento oportuno de conversar, então logo se afastou do trio enquanto acena para todos.
Anão: Espero topar com você novamente por aí… adeus Leafar. [Esses amigos dele são estranhos]
Sarah: O que você fez nessas últimas horas Leafar…? Os ferimentos estão horríveis. [Apesar de cicatrizadas, as feridas estão infecionadas]
Leafar: Irei lhes contar tudo… então, apenas sentem aqui. *Encarando-os* Nós vamos... conversar.
O jovem permanece com um olhar frio e penetrante em seus olhos, seus amigos não veem opção e se sentam. Leafar contou aos dois brevemente sobre a briga na tarde na da Guilda Falcão Negro, pois quis dar enfoque no que viu, a missão de saque.
Ele também comenta que este anão é apenas um dos amigos do barman, que aparentemente mandou alguém para tratar dos ferimentos que recebeu no lugar.
Sarah: Vão saquear nossa vila?! [Eles não seriam loucos!]
Leafar: Ei, não gosto deles... mas sejamos justos. Não há como saberem que é a nossa... pense nisto.
Ruhtra: Sim, faz sentido não saberem que é a nossa. Nossos pais escondiam sua localização e informações.
Leafar: Fico preocupado com os demais… *Fechando os punhos* muito mesmo... [Estejam bem...]
Um breve silêncio se estabelece após isto ser dito. Mas Ruhtra toma coragem e fala algo, mesmo que a dor e angústia do ocorrido se assemelhem a um caroço de fruta preso na garganta.
Ruhtra: Sabe… eu hoje visitei uma vidente serpentina… ela me disse que eu serei odiado pelo outro mundo. *Bufando*
Leafar: Outro mundo? Como assim…?
Sarah: Então... quando ele me contou, tentamos pensar em algo.
Leafar: Uhmm... e então, o que é?
Sarah: Nenhum de nós entendeu, isso é péssimo. *Respirando fortemente* [Apesar de que tenho um palpite para isso]
Leafar: Entendi... *Encarando-os* [Os dois parecem realmente frustrados por não chegarem em lugar algum...]
Leafar: Ah, vocês vieram juntos. O que faziam até então?
Sarah: Eu comprei um livro que fala sobre a mana. No caminho eu achei este estranho aqui... *Apontando para Ruhtra* lavando freneticamente o braço numa fonte.
Ruhtra: Ei! Você disse que não cont-
Sarah: Então tentei ensinar ao Ruhtra... *Rindo*
A dupla não consegue conter seu ânimo e começa a rir do jovem mestre. Que estava claramente envergonhado com toda a situação.
Leafar: E então...? *Sorrindo* Conseguiu?
Ruhtra: Facilmente aprendi algo básico. [Não deveria me contentar só com tão pouco, mas... que seja] E chama-se "Liberar potência".
Sarah: É uma técnica simples. Ela auxilia o usuário a descobrir ao que sua mana reage, demonstrando seu elemento ou aspecto.
Leafar: Oh, então isso fornece quais elementos você tem controle?
Ruhtra: Sim, mas a minha mana apenas brilhava e não fazia nada.
Leafar: Quero aprender a fazer isso… tem algo além no livro?
Sarah: Tem um ataque básico de mana… *Pegando livro* no livro diz: "Tente conduzir sua mana já com sua possível potência sob um alvo."
Leafar: Me ensina o básico por favor? *Sorrindo* Vou tentar fazer isso. [Pode ser difícil]
Sarah: *Encarando-o* Pedindo assim, parece mais uma criança ksks. Ok. *Levantando-se*
Ele também se levantou junto dela para tentar aprender. A rua estava vazia neste momento, já era noite neste ponto.
Sarah: A explicação é simples. Visualize a mana ao seu redor e tente visualizar a sua.
Leafar: Tudo bem... *Fechando os olhos* [Isso é fácil...]
Sarah: Como você vê, ela se movimenta conforme sua vontade sempre, concentre ela na ponta de seus dedos e em seguida tente fazer ela sair pelos dedos.
Leafar fecha seus olhos e respira profundamente, estica seu braço direito para frente, concentrando-se ao máximo. Ele sentia a energia percorrendo seu corpo e lentamente seguindo para a ponta de seus dedos.
Ruhtra: Então, já consegue sentir ela? [A mana no corpo dele está instável, ele realmente está mexendo ela toda...]
Leafar: Sim… eu sinto ela aproximando dos dedos. Isso faz meu braço formigar... mas é uma sensação boa.
Sarah: Continue até ela sair, depois relaxe. Controle a saída.
Aos olhos normais, nada surgia ou mudava. Mas Ruhtra e Sarah arregalaram seus olhos, uma força densa, colossal e maligna saia pelas pontas dos dedos de Leafar. A mana presente no ar ao redor dele se acumulava aos montes, principalmente em torno do braço de Leafar. Mas tudo foi interrompido com um grito feminino.
Leafar: *Abrindo os olhos* O que é que aconteceu?
Ruhtra: [Você liberou muita mana…] Deve ser a criatura, vamos logo.
Leafar: Vamos logo, ela parece ter começado a se mover! *Correndo*
Ruhtra: C-claro, vamos...! *Correndo* [Eu tenho muita mana, mas você possui quase dez vezes mais!]
Sarah: Irei ficar aqui esperando… *Sentando-se no banco* [Perdi a força nas pernas... aquela mana que vi foi só uma fração do total?!]
Leafar: Já voltaremos! *Correndo*
Enquanto via seu amigo de infância correndo, Sarah o observava pelas costas. “Como alguém pode conter tanta mana em um corpo?” Ela e Ruhtra pensam consigo neste momento.
Sarah: *Encolhendo-se sobre o banco* Acalme-se… era seu amigo, seu amigo… *Pressionando os braços e tremendo*
Tudo que ela foi capaz de sentir foi um sentimento, o maia sincero e puro... medo. Cada parte do seu corpo gritava para ela: “FUJA! FUJA! FUJA!” Não importa o quanto pensasse que isto que sentiu viesse de seu amigo.
Ruhtra também sentiu a energia, mas ficou surpreso com a quantidade que ele liberou tão rapidamente. Pareceu ser algo natural para Leafar liberar sua mana. Não que o jovem herdeiro também não conseguisse tal feito, ele apenas se conteve.
Ruhtra: Cuidado com seu braço, Leafar! Pode matar alguém com isso...
Leafar: Claro, tomarei cuidado. [A mana está voltando para dentro de mim, ok... tudo bem então?]
Ruhtra: É bom mesmo. *Sorrindo*
Dado dois minutos de corrida intensa, ambos chegam no local. Uma praça arborizada num cruzamento, com uma pequena fonte no seu centro.
Ruhtra: Estamos aqui! *Parando de correr*
Criança humana: *Gritando de dor* Socorro!
Ruhtra: Mais o que… *Perplexo* [Não acredito...]
O que Ruhtra viu com seus olhos foi traumatizante, ele vê uma pequena menina sendo atacada pela criatura. Que era um Ghoul Fantasma, assim como especulava Leafar. Ser este que busca caçar por bel-prazer criaturas fracas e distraídas, para assim absorver suas almas. Ele é semelhante à um espectros negro, não tendo um corpo físico e não é translúcido.
Enfrentar essa situação por si, já seria algo difícil. Mas o que causou mais angústia é desgosto, foi o fato de haver duas testemunhas disto. Dois elfos, com boa aparência e de roupas luxuosas riam da criança. E não apenas isso, a pequena humana estava com uma corrente presa em seu pescoço, que estava presa na mão de um deles.
A criança foi dada de comer ao monstro.
Ruhtra: Seus monstros! O que pensam estar fazendo?! *Correndo até o Ghoul*
Os elfos assustaram-se com a repentina aparição de Ruhtra e correm, deixando a pequena para trás. Ruhtra avançava contra o Ghoul, porém Leafar ficou parado diante disto tudo.
Ghoul: *Mordendo crânio da criança*
Criança Humana: GYAAHH!!! DÓI! DÓI!
Ruhtra: Não!!! *Tentando cortá-lo com seu machado* [Huh?!]
O que houve causou extrema surpresa ao Ruhtra. O machado não acertou a criatura, passou direto pelo mesmo. No trajeto, o fio da arma monstro e partiu a criança em dois, deixando Ruhtra em choque. A criatura assume uma forma quadrúpede semelhante a um cachorro e no mesmo momento acerta um chute com ambas as patas traseiras, com suas garras expostas em Ruhtra.
“Ruhtra, me dê forças para não me irritar... eu não... eu não vou aguentar ver mais destas cenas. Não aguento...”
Ruhtra: Gyarh! *Voando para trás e levantando* LEAFAR! Me ajuda droga! [Au... ela tem o que nessas patas?! Senti que ia ser atravessado]
Leafar sacode fortemente sua cabeça, finalmente saiu do transe em que estava. Mesmo que parecesse desnorteado, ele vê seu amigo em perigo e sem pensar duas vezes, avançou, com o punho na espada em sua cintura. O ghoul tentava constantemente acertar Ruhtra com patadas e chutes perigosos, onde o jovem desviava o máximo que podia.
De relance Ruhtra vê seu amigo vindo com uma arma em mãos.
Ruhtra: Não adianta, este tipo de ataque não mata eles! *Desviando de um ataque*
Leafar: *Aproximando-se* [Acalme-se Leafar… seu clã vai estar bem...] *Respirando fortemente*
Ruhtra se sentia encurralado contra a criatura e via seu amigo avançando como uma fera, ele começa a suar de preocupação.
Ruhtra: Leafar! Cai na real, não é o momento para ficar doido!
Não importava qual fosse o aviso, Leafar olhava apenas para o que estava em sua frente, o Ghoul. A criatura ao ver o jovem avançando ferozmente, o fez igualmente e saltou sobre Leafar. Pierre então para de avançar e se posiciona em pose de combate.
Ruhtra: Você vai morrer! Leafar! *Correndo* [Não posso deixá-lo morrer!]
Leafar permaneceu focado e quieto. Com uma criatura aterrorizante à sua frente, ele fecha seus olhos e apenas visualiza a mana ao seu redor. Com esse tipo de visão, que era algo que só seu clã poderia realizar, ele via tudo claramente, mais que com os próprios olhos.
Ele viu nitidamente a besta saltando sobre ele, desviando com seu olhos ainda fechados. Tudo isso para revelar o ponto de maior concentração de mana da besta, o centro de cada ser.
Leafar: Se for pra morrer, morrerei avançando… *Sacando espada* [Como me foi ensinado, um golpe para cada besta!]
A criatura caiu sobre o chão, com Leafar ao seu lado. Ele concentrou a mana em sua mão e parte dela na espada, ferindo à besta com o fio da arma.
Ao atingir a besta, que não pode desviar, partiu-a ao meio. Ela repentinamente tornou-se uma nuvem preta, simbolizando sua morte. Leafar percebeu neste momentos que sua mana reagiu ao elemento do ser e ao ar.
Ruhtra: Espera… você o cortou com a mana?
Leafar: Sim… este era o objetivo com isso. *Sorrindo* [Eu acho...]
Resquícios de mana da besta, que antes se espalhavam pelo ar, aproximavam-se e entravam no corpo de Leafar. Ele parecia estar absorvendo a mana da criatura.
Ruhtra: Como pode ter tanta certeza de que ia funcionar? [Espero que diga que não havia...]
Leafar: Hã? Eu não tinha, fui no instinto de caçador. *Aproximando-se da criança* [A pequena... ela está viva?]
Ruhtra: Você é idiota…? Poderia ter morrido… *Cerrando o punho*
Pierre põem sua espada na sua cintura e caminha até a pequena criança ferida no chão. Um semblante sério se fazia presente.
Leafar: Eu sei… *Pegando sua capa e pondo sobre a criança* assim como essa besta mágica também foi. [Um de nós morreu...]
Ruhtra: Esta criatura mágica foi absorvida… sentiu algo de diferente?
Leafar: Agora que comentou… sim, a sensação que aquela escuridão daquela besta e a dor ar sendo absorvida, permanecem dentro de mim. [Ela parece furiosa comigo]
Ruhtra: Será que você controla os elementos vento e sombras…?
Leafar: Talvez… em outro momento vou tentar descobrir. *Pondo a criança nos braços* [Agora meu objetivo é outro...]
Leafar passa direta por Ruhtra, com o corpo da criança e seus braços. Ruhtra nunca foi um homem de lágrimas, Leafar também não, mas ver o estado daquele semelhante, morto... mexeu com ambos.
Ruhtra: Sim… é uma pena que tenhamos chegado tarde…
Leafar: Sim, é uma pena. *Segurando lágrimas* Vamos, chame S-sharahn...
A voz embargada de Leafar acaba atrapalhando sua fala, lágrimas começaram a cair em meio a sua frase. Sua mensagem era clara, "vamos embora". Conforme caminhava aparentemente sem rumo, seu amigo lhe diz:
Ruhtra: Vamos na casa da moeda amanhã… hoje... temos algo a fazer.
Leafar chorou amargamente pela morte da pequena criança, ele abraçava o corpo coberto de panos, com muito amor e carinho. Ruhtra chamou por Sarah no banco de praça, que a este ponto, já se acalmou do ocorrido anteriormente. Uma missão foi completada e uma mente foi afetada.
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Ápice Da Evolução - Uma História Antes do Tempo {Vol.1 - Livro 1}
AventuraEste é o 1° livro do 1° volume da saga Ápice da Evolução. Bem vindos ao novo lar da raça humana, Eldia. Um planeta no centro de um sistema binário de estrelas, com um clima extremo e perigoso. Este mundo está repleto de feras perigosas nunca antes v...