A Marca de um Alfa

Marca

Jimin abriu os olhos vagarosamente, resmungou irritado e sonolento ao tentar se acostumar com a claridade do quarto. Era um velho costume seu, esquecer de fechar a janela, porém dessa vez ele não se recordava de como chegou ao quarto.

A situação só ficou pior quando ele percebeu que aquele não era o seu quarto.

O ômega fitou o lugar torcendo que estivesse na casa de um dos amigos, mas nada ali dentro lhe pareceu familiar.

Tinha algo estranho no quarto, Jimin sentia a presença de outra pessoa por perto, uma silhueta próximo a cama denunciava a presença de mais alguém e mesmo assustado, o cheiro era inconfundível e o trouxe tranquilidade por alguns instantes.

Infelizmente, a sensação de paz em seu coração não durou muito, pois as lembranças voltaram como o soco que levou no estômago. Jimin lembrou claramente que não havia dormido na festa, tão pouco conseguiu chegar em casa.

Um estranho o impediu de seguir o caminho.

Sua mente entrou em alerta, o medo estava vivo em sua mente, não era de se admirar que sua garganta estivesse tão dolorida depois dos incontáveis pedidos de socorro.

Sem perceber, os olhos de Jimin se encheram de lágrimas.

— Jimin, não chore — ele sentiu seus ombros serem segurados por mãos fortes, mas ainda assim, ele não conseguia se conter.

Jungkook acordou assustado com um sentimento ruim emanando do seu peito, o ômega dormiu por quase três dias completos, mas mesmo aparentemente recuperado, o alfa não deixou de se preocupar.

Durante as noites, Jimin sempre ficava agitado, tinha pesadelos e delirava quando os efeitos das medicações diminuíam.

— Jungkook? — falou afobado com a voz entrecortada por causa do choro, tentando focar no rosto do maior que agora segurava sua mão.

— Olhe para mim, está tudo bem agora — o alfa comentou, e por mais louco que fosse, Jimin realmente se acalmou. — Não deixarei nada acontecer com você.

O ômega franziu o cenho e enxugou o rosto, sem entender a sensação intensa que o dominou. Jungkook afastou as mãos ao perceber a confusão no olhar do outro, ele disse:

— Irei chamar os outros — sorriu sem graça. — Eles ficarão felizes em saber que você acordou.

O jovem Park assentiu em silêncio sem tirar os olhos do alfa, Jungkook parecia nervoso e isso mexeu com os seus próprios sentimentos. Jimin não teve tempo de tentar entender, pois o quarto foi invadido pelos cinco rapazes.

— Calma, estou bem — ele disse com a voz rouca. — Minha memórias ainda estão um pouco confusas, tudo parece um pesadelo agora.

— Não se esforce, isso deve ficar esquecido — Taehyung disse, sorrindo. — Estou tão feliz por vê-lo acordado.

— Como está se sentindo? — Hoseok perguntou parado ao lado do loiro.

— Estou ótimo — Jimin pensou ao dizer. — Me sinto diferente.

Ele passou os olhos pelo quarto, parando justamente em alguém específico: o alfa parado ao lado da porta.

— Isso é bom, você parece bem — Yoongi comentou despreocupado.

— É estranho, quando aquele sujeito apareceu, ele fez alguma coisa comigo — Jimin respirou fundo. — Eu senti tanto medo...

Sua voz fraca ficou ainda mais embargada com as lágrimas insistentes, Seokjin que observava no canto se aproximou e o abraçou. Jimin sequer se questionou o porquê do amigo estar com os cabelos castanhos tão desgrenhados, ele apenas retribuiu o gesto.