Em outra vida - Calzona

Capítulo 12

Arizona
Eu fechei os olhos e já tive que abrir, o dia estava tranquilo e imagino que Callie também voltou a dormir já que ainda não a vi pela casa. Assim que os funcionários começaram a chegar avistei a latina descendo as escadas quase correndo.

- Esta pronta? – eu nunca em todo tempo que trabalho para Callie a vi tão feliz como ela está agora, seu sorriso está atravessando o seu rosto .

- Estou sim, não vai tomar café primeiro apressadinha?– sorri com a tamanha empolgação dela.

- Vamos, você vai adorar e eu tomo café quando voltar.

Seguimos no seu carro, o caminha foi de uns vinte minutos. Conversamos sobre a festa, nada sobre ela ter me apresentado como namorada o que eu esperava uma justificativa mas não aconteceu. Ela mal parecia lembrar de parte da festa mas estava feliz, contou como foi nos outros anos e como se orgulhava disso.

- Chegamos.

Estávamos em frente a um lar de crianças, eu o conhecia pois ele era famoso por aqui e April era voluntária quando podia.

-Esse é o lar que minha empresa ajuda fazendo a festa beneficente, vamos entrar. – ela pegou a minha mão de forma delicada apenas para que eu a acompanhasse mas uma onda elétrica percorreu pelo meu braço só com o seu toque.

- Callie, que bom te ver aqui de novo, veio ver a sua menina?- uma mulher de uns sessenta anos veio ao nosso encontro.

- Linda – abraçou a senhora a minha frente- hoje queria ver as outras crianças também. A e essa é a Arizona.

- Arizona- abraça a loira que retribuiu- fico feliz pelo namoro de vocês, já estava na hora né, Callie. Eu sou Linda a cuidadora da casa.

- Como? – Callie falou na minha frente- da onde tirou que ela é minha namorada?

- Ontem na festa você apresentou ela como sua namorada para todo mundo querida, todos já sabem sobre a loira que roubou seu coração. – falou brincando.

Pela cara de espanto dela percebi que ela não se lembrava de ter feito isso, de começo foi só com o Owen mas depois de alguns drinks virou o passatempo favorito dela na festa falar que estávamos namorando.

- Sim já estava na hora, gostaria de apresenta-la as crianças. – ela não desmentiu!

- Claro, estão arrumando as camas, podem entrar.

Segui atrás da latina ate o quarto, era imenso com várias camas em sequência. Assim que a viram correram para lhe abraçar.

- Tia Callie, você demorou tanto para vir que achei que tivesse se esquecido da gente – um dos pequenos falou agarrado a suas pernas.

- Eu jamais deixaria de ver os meus bebês.

Callie parecida outra pessoa, se abaixou abraçando e beijando todas as crianças que faziam perguntas, riam e pulavam e a morena não estava diferente.

- Quem é essa? – uma criança “cochichou” para Callie de uma forma bem audível.

- Essa é a Arizona – sorri para mim.

- É sua princesa encantada, tia Callie?  - uma garotinha disse se aproximando pedindo para eu pega-la.

- É claro que é Melissa, ela é a bela adormecida – outro ser falou como se fosse óbvio tirando boas risadas de nós duas.

Brincamos um bom tempo antes de Callie se levantar e pedir para que eu a acompanhasse.

- Vem ainda quero te apresentar a pessoa especial.

- Achei que a pessoa especial fosse as crianças- falei confusa.

- Eu amo essas crianças mas tem outra que realmente é a pessoa mais especial que eu conheço.

Ela nos guiou a outro quarto, esse era menor e ao invés de camas tinham berços.

- Vou pegá-la – a morena andou rápido até um dos berços, o único que estava sendo ocupado- quando bebês chegam eles são adotados rapidamente, mais que as crianças mais velhas, então esse quarto dificilmente tem alguém. A um ano ela chegou aqui, achei que logo ela iria embora, mas ela nunca foi.

Ela andou segurando a mão de uma menininha que pelo jeito ainda não se sustentava completamente sozinha.

- Essa é a Sofia- a pegou no colo ficando da minha altura- tenho vindo ver ela toda semana e é a pessoa mais especial do mundo todo- distribui beijinhos no rosto da menina que gargalhou em resposta.

- Ela é uma gracinha Calliope, posso pegar?

E assim que cheguei perto do anjinho ela se estendeu para mim pegá-la, ela era linda com lindos cabelos pretos e o sorriso da Callie para ela era o mais bonito que já a vi dar.

- Queria que você a conhecesse antes de... -ela pareceu pensar.

-Antes de?

- Dela ser adotada- falou triste- estou tendo que lidar com a meses, eu já vi milhares de crianças entrarem aqui e sair e eu fico feliz por isso, saber que agora elas terão uma família e recebe todo amor que elas merecem para mim é reconfortante, mas quando o assunto é a Sofia eu entro em desespero só de imaginar.

- E por que você não adota ela? Sei que você não é do tipo que acredita em destino mas ela não foi adotada até agora, talvez você seja o destino dela e ela o seu. -tentei soar simples.

- Não creio que eu seria uma boa mãe, já estou ficando velha para isso.

- Callie – Sofia babou no meu pescoço o que me fez rir- você vai ser uma ótima mãe e ela vai ter uma sorte imensa de ter você.

Callie estava lacrimejando, realmente ela parece querer Sofia para ela mas está com medo, ela pegou a menina de volta e ficou um tempo cheirando o topo da cabeça da menor.

- Vamos dar conta de um bebê em casa? – não entendi a real dúvida dela, esse “vamos” me soou como se eu fosse ter alguma importância na vida da menina.

- Mas é claro que vamos!

Callie

Eu já tenho cogitado adotar Sofia a meses, eu dei o seu nome porque quando foi deixada para gente cuidar nem isso ela tinha, vi ela dar os primeiros passos e até me chamar de mama depois de eu ter ensinado que seria assim. Quando Linda me falou que uma família estava de olho nela foi como um tiro, eu jamais aceitaria meu bebê indo embora com qualquer pessoa que não fosse comigo e Arizona está me incentivando a tê-la para mim.

- E o que você acha de ir pra casa comigo, hum? – encostei o nariz no pescoço dela fazendo cócegas o que fez a banguelinha das uma boa gargalhada.

Arizona passou a mão nas minhas costas me dando incentivo, o olhar dela parecia me penetrar dando a confiança que eu precisava.

- Hey bebê, eu sou a tia Ari, vou cuidar de também – falou com a voz fina como se imitasse um bebê e segurou as mãozinhas da minha menina.

Eu nunca tive tanta certeza de nada na minha vida como tenho que nasci para ser mãe da pequena Sofia.

- Você quer ter filhos, digo, um dia?

- Com certeza, eu amo crianças -ela não olhava para mim pois estava perdida em seu mundo com a Sofia.

- Obrigada, Arizona.

- Pelo que?

- Por me apoiar com a Sofia.

- Eu realmente acho que ela não poderia ter uma mãe melhor - segurou minha mão.

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Como o capítulo anterior foi um pouco mais extenso que os outros esse vai ser um pouco mais curto.
Obrigada por lerem, votarem e comentarem 😘