🦋 Beige

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— Ei Zion! Você está me escutando? – fui tirado de meus devaneios por Austin que estralou os dedos na frente de meu rosto.

— Hã... Claro que estou. – menti coçando minha nuca.

— É mesmo? Porque faz horas que eu tô falando pra você dar play no jogo e nada. – olhei para a tevê e vi que a tela inicial de Street Fighter ainda estava ali.

— Desculpa é que... Eu não consigo tirar aquela garota da minha cabeça. – me ajeitei no sofá e olhei para o moreno que bufou enquanto revirava os olhos.

— Zion eu não aguento mais você falando dela, cara! – Austin se jogou para trás. — Por que não pediu o número dela ontem?

— Eu já falei. Eu não ia pedir o número dela sendo que ela não estava sóbria. – olhei para o meu amigo que desviou o olhar, suspirando profundamente.

— Por que você então não a procura nas redes sociais? Você disse que o nome dela é único, não deve ser difícil encontrar. – seria mais fácil se eu ao menos soubesse algo a mais do que apenas seu nome.

— Se só existisse ela chamada Hope no mundo, talvez eu a encontrasse mais fácil. Eu não sei seu sobrenome, onde mora, idade, nada. Eu queria, ao menos, saber seu user no Instagram... – fiz bico decepcionado.

— Bom campeão, ninguém disse que seria fácil, mas você também terá que fazer um esforço. – se esticou para pegar sua lata de Coca que estava em cima da mesa de centro e deu um gole, arrotando logo em seguida. — Agora dá logo play nesse jogo e vamos jogar. Seja um bom amigo assim como eu. – deu um tapa em meu braço e eu balancei a cabeça. Como de costume, Austin não consegue manter a pose de amigo conselheiro por muito tempo, mas, ao menos, ele não estava errado. Eu deveria tentar procurar Hope nas redes sociais.

Como todas as manhãs de Segunda-feira, havia acordado às seis da manhã

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Como todas as manhãs de Segunda-feira, havia acordado às seis da manhã. Tinha uma sessão marcada com a minha psicóloga antes do trabalho e agradeci mentalmente por finalmente ter a oportunidade de ir de banho tomado e com os dentes escovados para o trabalho.

Naquele momento me encontrava sentado na sala de espera do consultório, olhando para os quadros de paisagens pintados a óleo e esperando que o paciente que estava sendo atendido saísse para que eu entrasse. Olhei para o relógio que tinha acabado de marcar sete e quinze da manhã e a porta da sala da dra. Montez se abriu. Como sempre, minha psicóloga é bastante pontual. O homem saiu de sua sala sorridente e passou por mim, dando um bom dia e eu o respondi, me levantando. Julie me esperava na porta e, assim que entrei, ela a fechou e sentou-se na poltrona à minha frente.

— Bom dia Zion! – sorriu segurando seu caderninho. — Como passou sua última semana e o fim dela?

— Muito bem. Na verdade, novamente o meu colega de apartamento essa semana me fez ir ao trabalho sem tomar banho, mas... Eu acho que estou começando a me acostumar com isso. – a fiz rir.

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