Uma montanha russa poderia facilmente descrever o mundo que nos cerca: repleto de altos e baixos. Por mais que eu tentasse mostrar para todos que estava no alto, todo meu corpo sabia que não era verdade; eu tinha feridas que internamente sempre me c...
— Ei Zion! Você está me escutando? – fui tirado de meus devaneios por Austin que estralou os dedos na frente de meu rosto.
— Hã... Claro que estou. – menti coçando minha nuca.
— É mesmo? Porque faz horas que eu tô falando pra você dar play no jogo e nada. – olhei para a tevê e vi que a tela inicial de Street Fighter ainda estava ali.
— Desculpa é que... Eu não consigo tirar aquela garota da minha cabeça. – me ajeitei no sofá e olhei para o moreno que bufou enquanto revirava os olhos.
— Zion eu não aguento mais você falando dela, cara! – Austin se jogou para trás. — Por que não pediu o número dela ontem?
— Eu já falei. Eu não ia pedir o número dela sendo que ela não estava sóbria. – olhei para o meu amigo que desviou o olhar, suspirando profundamente.
— Por que você então não a procura nas redes sociais? Você disse que o nome dela é único, não deve ser difícil encontrar. – seria mais fácil se eu ao menos soubesse algo a mais do que apenas seu nome.
— Se só existisse ela chamada Hope no mundo, talvez eu a encontrasse mais fácil. Eu não sei seu sobrenome, onde mora, idade, nada. Eu queria, ao menos, saber seu user no Instagram... – fiz bico decepcionado.
— Bom campeão, ninguém disse que seria fácil, mas você também terá que fazer um esforço. – se esticou para pegar sua lata de Coca que estava em cima da mesa de centro e deu um gole, arrotando logo em seguida. — Agora dá logo play nesse jogo e vamos jogar. Seja um bom amigo assim como eu. – deu um tapa em meu braço e eu balancei a cabeça. Como de costume, Austin não consegue manter a pose de amigo conselheiro por muito tempo, mas, ao menos, ele não estava errado. Eu deveria tentar procurar Hope nas redes sociais.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Como todas as manhãs de Segunda-feira, havia acordado às seis da manhã. Tinha uma sessão marcada com a minha psicóloga antes do trabalho e agradeci mentalmente por finalmente ter a oportunidade de ir de banho tomado e com os dentes escovados para o trabalho.
Naquele momento me encontrava sentado na sala de espera do consultório, olhando para os quadros de paisagens pintados a óleo e esperando que o paciente que estava sendo atendido saísse para que eu entrasse. Olhei para o relógio que tinha acabado de marcar sete e quinze da manhã e a porta da sala da dra. Montez se abriu. Como sempre, minha psicóloga é bastante pontual. O homem saiu de sua sala sorridente e passou por mim, dando um bom dia e eu o respondi, me levantando. Julie me esperava na porta e, assim que entrei, ela a fechou e sentou-se na poltrona à minha frente.
— Bom dia Zion! – sorriu segurando seu caderninho. — Como passou sua última semana e o fim dela?
— Muito bem. Na verdade, novamente o meu colega de apartamento essa semana me fez ir ao trabalho sem tomar banho, mas... Eu acho que estou começando a me acostumar com isso. – a fiz rir.