Summertime Sadness|Conto Completo

BÔNUS

John

Um ano depois

Após aquela semana do casamento de Jeff, esperei ansiosamente por uma ligação ou mensagem dela.

Os dias foram passando, e viraram semanas, consequentemente meses. E hoje faz um ano que nos despedimos naquela pousada.

Não procurei saber sobre como ela anda, embora quisesse muito perguntar a Brenda. Me segurei para não pedir informações porque ela disse que me ligaria e não ligou, e eu não quis correr o risco de procura-la e descobrir que finalmente está com alguém.

Por mais idiota que seja, optei em não saber de nada e acreditar que ainda sou o cara que a fez feliz por aqueles cinco dias.

Finalmente coloco a palavra FIM ao terminar meu conto, baseado naquela semana.

Fui fiel em vários momentos, inclusive no final, deixando de fora nossas confissões e detalhes mais íntimos que prefiro que continue sendo um segredo apenas meu e dela.
Mal vejo a hora de lançar.

Mas, confesso que gostaria que Lana estivesse aqui. Que ela tivesse dado sinal de vida e dito que me queria. Eu teria ido até ela sem hesitar.

É incrível como eu daria o mundo para aquela mulher com quem vive apenas poucos dias.

Salvo o arquivo e envio uma cópia para meu beta e meu editor e desligo o computador, com a sensação de dever comprido.

Como aconteceu na vida real,o final da história ficou em aberto e só o tempo dirá se haverá uma continuação.

Dou uma olhada no relógio e pego meu casaco antes de sair para fazer as compras que venho enrolando há algumas semanas. Escuto a campainha tocar e em vez de ir até a chave do carro, desvio até a porta pra ver quem é.

Não preciso dizer que fiquei sem conseguir esboçar nenhuma reação quando a vi bem na minha frente, não?

— Oi John. - Lana diz, com seu olhar sereno.

— Ah... Oi. Entre. - peço.

— Eu sinto muito por não ter ligado, John.Juro que não dar sinal não era minha intenção, mas a minha mãe morreu atropelada alguns dias depois da nossa despedida e eu fiquei tão desolada que... - eu a interrompo grudando nossos lábios.

De início ela enjirece, mas logo vai relaxando e retribui o beijo.
Não ligo para mais nada, ela teve um bom motivo e não a culpo por ter se priorizado.

Sendo saudades e quase perdi as esperanças?

Bem, sim, no entanto ainda estava esperando e ficaria assim por mais um bocado de tempo até decidir seguir em frente.

Quando me afasto, ela parece bem mais calma e sorri.

— Dessas vez foi você que começou. - rir.

— Diferenciar as vezes é bom. - respondo - Senti sua falta.

— Também senti a sua. Mas agora estou com minha vida nos trilhos. - diz - Me mudei pra casa anteontem e só consegui vir hoje porque estive atolada de coisa do trabalho pra fazer. - explica e eu a levo para se acomodar no sofá.

— Tudo bem. O que importa é que está aqui agora. - falo.

Estou tão aliviado que nem sei como começo a explicar pra ela sobre o livro, muito menos como organizar as ideias que começam a brotar em minha cabeça.

Ela não desistiu da gente mesmo sendo loucura.
Assim como eu não desisti e esperei pacientemente.

— Não mudou nada. - observa.

— Seu cabelo cresceu - constato - É injusto como você fica cada dia mais linda. - sou sincero.

— Não seja bobo. - pede.

— Só disse a verdade, meu bem. - dou de ombros.

Ela sorri e se aproxima. Sua mão pega a minha e nossos dedos se entrelaçam.

— Posso dizer uma coisa louca? - pergunta e eu assinto - Eu te amo.

— Posso dizer algo ainda mais louco? - ela assente - Eu amo você. Não pensei que isso fosse possível, mas aconteceu com a gente. - murmuro.

— Sim. E agora que estamos morando perto, não temos mais o que temer. - comenta.

Concordo com um aceno e ela aproxima o rosto do meu e me beija de novo, dessa vez, mais lentamente.
Como senti falta de beijá-la, de sentir seu cheiro e apreciar cada detalhe dela. Nem acredito que estamos juntos depois de tanto tempo.

— Posso dormi com você essa noite? - pergunta, manhosa.

— Claro, anjo, sou todo seu. - sorrio e ela me beija mais uma vez.

— Sorte sua que estou esgotada hoje. Se prepara para matar a saudade. - seu sorriso malicioso me faz rir.

Mal posso esperar para te-la novamente.

FIM.