⊿ Capítulo 9

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O som da porta da frente a abrir-se chamou a nossa atenção e todos olhámos para lá. Com a mão na boca e a cara cheia de lágrimas, estava a minha mãe. O seu olhar incrédulo fez todo o meu corpo tremer.


Mãe: L-Liam? - gaguejou enquanto soluços saiam por entre os seu lábios

Eu: Mãe. - sorri


Karen, minha mãe, teve um choque de sentimentos, momentâneo, mas quando a realidade a atingiu correu para os meus braços. Os seus braços rodearam a minha cintura, a sua cara encostou-se ao meu peito enquanto lágrimas eram derramadas dos seus lindos olhos.


Eu: Shh, está tudo bem. - sorri contra os seus cabelos

Mãe: Eu... - parou-se a si mesma para soluçar

Eu: Não precisas de falar mãe.

Mãe: Pensei que te tivesse perdido para sempre meu bem. - apertou mais os seus braços em torno de mim

Eu: Eu estou bem. - beijei o topo da sua cabeça


Os meus braços apertaram com mais força o seu corpo contra o meu. Saudades. O sentimento que predomina, neste momento, o meu ser. 

A minha mãe afastou o seu corpo do meu, agarrando nas minhas mãos.


Mãe: Nem consigo acreditar que estás aqui à minha frente.

Eu: Eu sei mãe. - beijei a sua testa

Mãe: A Emily vai ficar tão, mas tão feliz. - sorri

Eu: Eu quero muito vê-la. - sorri

Mãe: Vamos entrar então. - apertou a minha mão e puxou-me até ao hall de entrada


Quando os meus pés pisaram o chão do interior da casa parei de andar e tirei as minhas botas. As minhas meias pretas pousaram no chão e eu comecei o meu caminho até à sala de estar.

Sentado no sofá, que estava no meio da sala, estava o meu pai e ao seu lado Emily. Quando o olhar de cada um cai em mim as reacções foram distintas. O meu pai levantou-se num salto e correu para os meus braços, Emily, no entanto, ficou estática mantendo-se sentada no sofá.

Os braços do meu pai apertaram o meu corpo com bastante força, como se tivesse com medo que eu não fosse real ou então que me fosse embora de novo.


Pai: Eu não acredito que estás vivo.


Geoff encostou a sua cabeça no meu ombro e começou a chorar compulsivamente.


Eu: Eu já voltei. Não precisam de chorar. - afaguei as suas costas com as minhas mãos

Pai: Como?

Eu: Eu explico tudo mais tarde.


O meu pai desfez o nosso abraço e beijou-me a testa enquanto apertava a minha cara entre as suas mãos.


Pai: Eu nem sei que dizer.

Eu: Não digas nada. - sorri-lhe


Uma mão pousou no meu ombro e apertou-o. Desviei o olhar do meu pai e olhei para o lado, sendo recebido por um sorriso da minha mãe.


Mãe: Tu nem sabes a felicidade que me preenche o coração por te ter de novo aqui ao nosso lado.

Eu: Eu nunca vos deixaria. Eu prometo-vos.


A minha mãe tirou a sua mão do meu ombro e eu aproveitei para envolver os seus ombros com o meu braço esquerdo, puxando-a para um abraço, ao qual se juntou o meu pai.

Baixei a cabeça para o chão enquanto sorria e comecei a sentir alguns beijos serem depositados no topo da minha cabeça.


Mãe: Nunca mais sairás daqui. - sussurrou

Eu: Não faço intenções de ir outra vez. - beijei a sua bochecha


O nosso abraço de família foi desfeito e os meus pais afastaram-se de mim. Olhei para onde os seus olhares se dirigiram e vi Emily encolhida a um canto do sofá, com um pequeno sorriso nos seus lábios mas em contra partida lágrimas a escorrerem, sem fim, pelas suas belas bochechas.

O seu olhar penetrou o meu e senti nesse momento a intensidade do nosso amor vir ao de cima. Bastou um olhar para eu perceber definitivamente que não podia ter escolhido melhor noiva. Ao olhar para ela, sinto que ela nunca desistiu de mim, muito menos de nós e que teve sempre esperança em voltar-me a ver. Emily é especial para mim porque basta trocarmos um único olhar para eu saber o que vai na sua cabeça e saber o que ela sente.

Com passos bem largos andei até parar à sua frente. O seu olhar levantou focando-se de novo nos meus olhos.

Os seus pequenos e finos braços fizeram pressão contra a almofada do sofá e ela pôs-se rapidamente sobre o mesmo. Os seus braços rodearam o meu pescoço e as suas pernas foram impulsionadas para a minha cintura, apertando-me contra ela.

As minhas mãos, que estavam ao lado do corpo, hesitantes, agarraram nas suas coxas para não deixar o seu corpo cair no chão.

Emily encostou a sua testa no meu ombro e começou a chorar, deixando alguns soluços escaparem dos seus lábios, fazendo que todo o meu corpo se arrepiasse. Uma das minhas mãos largou a sua coxa e subiu até aos seus longos cabelos enquanto fazia pequenas festas para a acalmar.

Escondi a minha cara no meio dos seus cabelos e deixei também algumas lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas.


Eu: Emily... - sussurrei junto do seu ouvido 

Emily: Porquê? - sussurrou com a voz tremida

Eu: Não sei.

Emily: Eu precisei tanto de ti e tu não estavas aqui para me proteger, para me acalmar.

Eu: Desculpa amor. Eu não vou te abandonar de novo. Prometo.

Emily: Eu preciso de ti. - sussurrou uma última vez antes de deixar que as suas lágrimas aumentassem e os seus soluços soassem mais alto


Rodei o meu corpo nos meus calcanhares e sentei-me no sofá com o seu corpo contra o meu peito.


Eu: Amo-te. - beijei a sua bochecha


⊿ Continua...

The Soldier | L.P.Onde histórias criam vida. Descubra agora