capítulo 53

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>> Helena
> 2 meses e 1 semana

Isa- eles são tão quietinhos - diz sentada no sofazinho do quarto dos gêmeos.

Eu- são. As vezes acho que tem alguma coisa de errado, eu tava me preparando pra berreiras. Mas uma coisa, gêmeo é gêmeo, quando acordam é juntos, amamentar é juntos. Senão sim, aí vem berreiro - rimos.

Isa- espero que o Arthur seja assim também.

Eu- e ele vai chegar daqui a pouco né, os aniversários vão ser tudo perto - ela concorda com a cabeça e ficamos quietas olhando os gêmeos, dos quais demos os nomes: Luiza e Kaique.

Eles nasceram um pouquinho antes do dia estimado, mas bem saudáveis. O Arthur, vai ser por cesária hoje, a Isa fica sentindo muita irritação na barriga e parece que isso pode, mais pra frente, deixar os dois em risco. Marcaram a cesária para hoje as sete horas da noite, agora já são cinco e meia, logo vamos sair, ela precisa chegar um pouco antes para irem a preparando.

A Marcela já está com 4 meses, na próxima ultra já vão saber qual o sexo do bebe.

A tal loja da Marcela e Priscilla foi super adiada por causa disso tudo.

Jh e Bianca agora estão ficando sério, apenas pra não pegarem mais ninguém mesmo. Ele ainda tem medo de se magoar de novo.

A Priscila ficou super mal quando soube que era pra ter um filho quase ao mesmo tempo que a Marcela e que o perdeu. Agora já se recuperou de tudo, diz ela, que transar é só sem camisinha. O que deve ter demorado tempo pra acontecer, nos dias seguintes, ninguém tinha ânimo pra nada.

O Mg era um, que até iria voltar a morar com a mãe pra não deixar sozinha se ela mesma não tivesse implorado para que a deixasse em paz.

Entre os dois, Pri e Mg, cuidaram um do outro. Os dois sem vontade nem de sair da cama. Eu fui lá algumas vezes e sempre era a mesma cena: deitados, abraçados um ao outro, olhando o nada.

A Pri só saía pra se encontrar com a Marcela e o Mg para ir na boca (sempre quieto e mal falava)

Foi só agora, em mais ou menos uma semana antes dos gêmeos nascerem, que começaram, todos, a se acostumar um pouco e se alegrar.

Nunca vou esquecer do tio Fernando.

"Picolé e sorvete" ele disse derrepente, no dia em que morreu. Eu estava atenta no mapa, mas ele todo disperso.

"Como?" Eu perguntei, confusa demais.

"Vou chamar o garoto de sorvete, porque é bolas e a garota de picolé"

"Porque picolé?"

"Por que vai ser seu pau imaginário. Ela vai nascer no meio de garotada, tem que ter algo parecido né" ele deu risada e eu franzi a sobrancelha.

"Foca aqui tio, para de besteira" disse querendo voltar minha atenção para algum possível plano.

"Estou falando sério. É assim que vou chamar e quando eu explicar isso pra garota no meio das amigas, espero que fique com vergonha"

"Nossa família não fica com vergonha assim" digo desatenta.

"Vou ensinar eles tudo o que sei"

"Como a dança do tal de waka?" Debochei rindo.

"Aquela era uma dança muito boa" ele contestou, enquanto lembrava e rimos mais ainda.

Morro Do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora