Capítulo 02

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>>Helena

O despertador começa a tocar e sinto um peso sobre mim. Abro meu olho tendo a visão do Gab ao meu lado, dormindo com o braço envolvendo minha cintura, tento sair sem acordar ele mas quando toco seu braço ele levanta em um sobressalto, muito rápido.

Gab- NÃO!! - ele grita. Eu levanto e vou até ele, abraçando o mesmo. Foda-se a dor dos hematomas.

Eu- Ei, calma meu amor, sou eu.. tá tudo bem - ele percebe que tá tudo bem e me olha e abraça de novo, meu pai abre a porta e do lado o moreno junto, Carioca né?

CR- Que aconteceu? escutei um grito.. - faço sinal para os dois para que entendam que estamos "bem" e que é para eles saírem. meu pai assenti se dirigindo á porta

Carioca- Qualquer coisa chama.. - assinto e o moreno sai fechando a porta

Eu- Pode me falar o que aconteceu que tu está assim? - ele senta na cama e eu ao lado dele.

Gab- Fiquei um tempo acordado.. um bom tempo, não consegui dormir. Acho que não tô acostumado com o quarto só meu. Mas aí quando finalmente consegui, acordei no meio da noite, no meu sonho.. pesadelo, ele tinha nos encontrado... e.. veio aqui.. então quando acordei vim ver se tava bem e dormi contigo. Agora de manhã foi só choque da madrugada mesmo, eu acho. - vejo que ele se segura pra não chorar, eu o abraço forte.

Eu- Eu estou bem, e bem aqui do teu lado, não saio daqui tá bom? ei.. - tiro ele dos meus braços e me concentro em seus olhos - nós estamos bem! - abraço ele de novo e falo para principalmente ele se aprontar por que tem aula, ele ainda vai continuar na mesma escola já que ficava mais perto do morro do que lá de casa mesmo. Quando decidimos estudar lá, foi para não envolver ninguém com toda a história do meu padrasto.

Entro no banho, sentindo a água quente escorrer pelo meu corpo e tirando parte da tensão de momentos atrás.
Saio do banheiro com um sutiã simples e calcinha fio, pretos. Paro na frente de um espelho que fica perto da cama, pensando no que vestir. Observo as marcas que percorrem meus braços e nas costas, altura da cintura. Elas ainda estão bem aparentes e roxas, já as da perna nem consegue perceber, são poucas. Quando ele me machucava era para me segurar enquanto me debatia tentando por um segundo sair, então segurava mais nos braços, onde as marcas se sobressaem e na região da cintura.

A porta se abre sem nem uma batida e fico feliz que seja o Gab e não meu pai.

Gab- Nossa, as marcas ainda não saíram..

Eu- não.. - vou em direção ao closet escolhendo esta roupa.. não tá frio e provavelmente vai esquentar, mas é o que tem pra hoje né.

No lugar das botas o mesmo tênis de ontem.

Gab- dói?

Eu- tá meio dormente ainda, mas dor mesmo é só aqui- mostro o roxo mais forte em um ponto um pouco abaixo do ombro e nas costas.

Gab- Desculpa.. Sabe.. É meu pai, então...

Eu- é seu pai que fez isso, mas foi eu que decidi ficar a tempos atrás, então não peça desculpas se não tem culpa de nada, entendeu? - interrompo ele.

Gab- tá bom..

Eu- Não contei sobre o que ele fazia.. só consegui falar que não vim antes porque não consegui te trazer e que viemos para cá sem ele saber - ele assente como quem não tem nada pra falar ou nem consegue - então, vamos ver o que tem pra comer aqui?

Gab- Vamos, tô com fome. Não como nada desde que chegamos.

Perto das escadas...

Eu- tá se acostumando com todas as coisas enormes dessa casa? Por que eu não, tá difícil - solto uma risadinha.

Morro Do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora