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P.O.V Gina

Assim que Harry finalmente se deitou na cama e apagou a luz, depois de
desperdiçar um monte de tempo fazendo Deus sabe o quê no banheiro e, em seguida, perambular pelas escadas para me arranjar um copo de água que eu não queria e se recusar a me deixar dormir com uma velha camiseta escolar esfarrapada dele — aparentemente, ela tinha um valor sentimental, por isso tive que escolher outra coisa —, enfim, depois de tudo isso, me custou cinco segundos
para decidir que sua cama era meu terceiro lugar favorito no mundo.

A cama de Harry era firme, grande e calorosa, e sua roupa de cama era
limpa e fria, o que a minha nunca fora, mesmo quando eu me esforçava para mudar isso. E ele estava na cama ao meu lado, todo grande, firme e quente também, então eu queria ser envolvida por ele em vez de ser envolvida pelo seu edredom.

Não é fácil pedir a alguém para abraçar você. Faz você se sentir vulnerável e carente, quando você passa a maior parte de sua vida fingindo para o mundo, e para si mesma, que você não é nenhuma dessas duas coisas, mas assim que eu
consegui botar para fora o pedido, Harry não zombou de mim ou ficou irritado, ele apenas me abraçou.

Eu acho que ele é ainda melhor em aconchegar do que é em beijar, e nós nos encaixamos de um modo como nunca o fizéramos até então. Enrolei-me em torno dele e, naquele momento, eu só queria estar mais perto ainda, mesmo que isso significasse entrar dentro dele como se ele fosse um saco de dormir, o que
na verdade não funciona realmente como uma analogia e me faz parecer uma espécie de serial killer doente que gosta de usar a pele de suas vítimas.

Assim que eu me aconcheguei mais perto, ficou óbvio que Harry fora de
zero à ereção intensa no espaço de um segundo. Não porque eu fosse “ah-tão-
sexy” com meu rosto limpo da maquiagem e meu cabelo cor de pêssego, que estava todo emaranhado e cheio de laquê. Não fui eu. Eu não tinha nada a ver com a ereção de Harry. Ele era um garoto de 18 anos partilhando a cama com uma garota. Teria sido estranho se ele não tivesse uma ereção. Seu corpo todo
endureceu.

— Desculpe — ele murmurou enquanto tentava colocar alguma distância entre nós.

— Não seria melhor se nós cuidássemos disso?

— Não — Harry disse secamente, e então me empurrou para longe e rolou de costas. Mesmo na penumbra, pude ver seu maxilar cerrado. — Desculpe.

— Está tudo bem. — Talvez eu devesse estar tendo um piti ou insistindo que
seria melhor se eu dormisse no quarto reserva, mas a verdade... a verdade é que agora eu estava de bom humor. A sensação daquela coisa me pressionando era a mesma sensação que eu tinha quando estava me preparando para sair, em uma
mistura deliciosa e arrepiante de ansiedade e de entusiasmo. Era a mesma sensação que eu tinha no momento em que uma das minhas bandas favoritas entrava no palco ou quando eu estava em um clube e uma música que eu gostava começava a tocar. Era uma sensação que me fazia coçar por dentro, e era uma
sensação que me fazia me mover lentamente em direção ao outro lado da cama,de modo a me apertar contra ele.

— Gina — disse ele em advertência. — Apenas não, OK?

— Ah, você está quase dormindo, então?

— O que você acha?

— Bem, acho que nenhum de nós está prestes a dormir agora, e também acho que eu posso, tipo, ajudá-lo.

Ele não disse nada, e pensei que o tivesse chocado, porque costumo fazer isso.

Não apenas com Harry, mas com praticamente qualquer pessoa que não saiba lidar com honestidade ou admitir que tenha vontades, necessidades, desejos e todas essas outras coisas divertidas.

Os Adoráveis- Hinny (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora