cap 1// piloto

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Me chamo Maya e aqui vou contar minha história e como conheci meu companheiro.

Muitas pessoas acham que os seres sobrenaturais não existem, porém o que eles não sabem é que vivemos entre eles. Antes eu também era uma das que não sabia, mas tudo isso mudou em um determinado mês.

Era o começo de um novo ano, tudo corria perfeitamente bem. Minha cidade era incrivelmente linda e tinha uma floresta bem ao seu lado, a maioria das pessoas não iam lá por talvez medo de se perder e a grande maioria da floresta não era explorada, Um ou outro que se aventurou nunca voltou, Eles provavelmente se perderam e acabaram morrendo.

Eu tinha 17 anos na época e era meu último ano no colégio, diferente daquelas pessoas eu nunca tive medo da floresta, pelo contrário, eu adorava ir lá e apenas ficar sentada ao lado da cachoeira ou em uma árvore lendo, era meu ponto de paz.

Eu morava em uma casa sozinha naquela cidade, meus pais desapareceram quando eu tinha 15 anos, minha mãe era presente em minha vida e meu pai bem.... Ele aparecia uma vez por mês mas no último mês antes de eles desaparecerem, meu pai passou todos os dias com a gente o que particularmente achei muito estranho.

Engraçado eu falar que é estranho meu pai passar todos os dias comigo né, mas não era minha realidade. Vivi os momentos mais felizes de minha vida naquele último mês, parecia uma despedida quase, eu só não queria acreditar nisso. Mas em uma noite eles chamaram a minha vó para cuidar de mim porque eles iriam viajar, me colocaram na cama com beijos e com direito a história antes de dormir .

Antes de fechar meus olhos vi eles saindo com as malas nas mãos e lágrimas nos olhos, achei que era tristeza por ter que me deixar então apenas virei e dormi. No outro dia, passei o tempo todo esperando notícias e nada até que vejo no jornal que houve um acidente.

"Durante a noite de ontem, um carro que pertencia a um casal foi encontrado no fundo de um rio que se passa na ponte pôr do sol, o casal não foi encontrado. Acreditasse que com a chuva que estava tendo, eles perderam o controle do volante e bateram no beiral que infelizmente não conseguiu segurar o carro. O fazendo cair na água".

E ali meu mundo parou, era a ponte que eles teriam que pegar. Eu estava em choque sentada no sofá e só conseguia lembrar de todos os momentos felizes que tinha tido e pensando que nunca mais escutaria aquelas risadas, que tanto gostava. Minha vó mesmo desesperada desligou a televisão, sentou do meu lado segurando a minha mão e tentando manter a sua calma para me tranquilizar me abraçou .

No final daquele fatídico dia, acharam os documentos dentro do carro que eram daquele casal e reconheceram, eram meus pais. Vivi um tempo com minha vó, mas com o dinheiro que descobri que meus pais tinha deixado em uma conta para mim, decidi com os meus Quase 17 anos mudar para outra cidade e ser independente, a minha vó me deixou e aqui estou hoje.

- pipipipi_ o despertador tocou me tirando do meu transe.

Mais uma noite sem dormir para a conta, pensei. Levanto toda acabada como sempre, as vezes achava engraçado como tem pessoas que conseguem acordar tão bonitas. Era 8:00 horas da manhã, faço minha higiene e coloco uma calça legging preta com um blusão, um tênis e pegando meus fones resolvo dar uma andada por aí.

Hoje o dia estava fechado, perfeito alguns diriam para ficar na cama e outros diriam péssimo dia para fazer as coisas. Eu tenho que admitir que amava aquele tempo, eu sentia uma criatividade tão forte, uma energia maravilhosa eu diria. Coloco minha música no fone e saiu pela cidade que parecia abandonada, por ainda estar toda fechada.

Essa música era algo que mexia comigo, então saiu correndo olhando tudo com os olhos marejados. Vejo a floresta e só vou, diferentes dos outros eu tinha gravado alguns caminhos, vou vendo aquelas árvores passando do meu lado, todas tão iguais, escuto os pássaros que se assustaram voando rápido como se fossem se salvar, subo então no topo da onde tinha a cachoeira.

Tiro o fone do meu celular e coloco eles no chão aumentando o volume da música, então para extravasar começo a gritar o mais alto possível, caiu de joelhos no chão e começo a chorar. Por que eu fazia aquilo ? Eu sinceramente não sabia, eu só precisava.

Tudo que eu tinha na vida era meu amigo, que eu secretamente era apaixonada... Na verdade eu acredito que ele sabia, porém ele nunca ficaria com a taxada "esquisita da escola". Se bem que nos últimos dias ele tem me mandando várias mensagens nesse sentido, combinando da gente se encontrar e tudo.

Mas isso não fazia diferença nessa solidão que eu sentia aqui dentro. Era estranho, pois mesmo ele estando tão próximo agora, meu cérebro discutia com meu coração falando para eu não acreditar naquilo. Levanto e decido ouvir meu coração, seco aquelas lágrimas e volto pelo caminho que vim.

Confesso que dessa vez, naquela floresta foi estranho. Ouvi alguns barulhos de galhos se quebrando como se alguém estivesse ali a me observar, eu tinha me acostumado com aquela sensação na maioria das vezes que ficava na floresta. Óbvio que na primeira vez me tremi toda, mas com o passar do tempo tu descobre que o medo é só teu subconsciente fazendo você ficar alerta.

Quando chego em casa percebo ser 9 e pouquinha, tomo um banho, visto um moletom e tomo uma xícara de chá. Confesso que não gostava de café, porém eu amava o cheiro, me remetia a minha mãe fazendo todas as manhãs e eu acordando com aquele cheiro maravilhoso.

Decido me cobrir e sentar em frente a minha janela para ler, quando percebo já estava quase na hora da aula. Me arrumo rapidamente, dou uma penteada no cabelo, pego minha mochila e saiu.

Chegando na escola vejo meu único amigo o Henrique, meu crush. Conversando com as meninas que faziam bullying comigo, ele dizia que elas eram legais e eu apenas não dava oportunidade delas me conhecerem. Henrique me olha, fala alguma coisa para as meninas que riem e ele faz o mesmo.

Ele era tão perfeito, mas para alguém que não fosse apaixonada por ele, o mesmo seria bem normal, típico garoto padrão.

- eai meu bem, a gente vai se vê hoje na minha casa ?_ ele diz colocando o braço em meu ombro

- be-bem, eu não se-sei. Vamos ?_ pergunto não acreditando, para mim esses últimos dias era apenas uma brincadeira dele.

- sim, na minha casa as nove_ ele fala e sai para aula por causa do sinal

Bem o que posso dizer, meus sonho estavam se tornando realidade de um dia para o outro. Ele me queria por perto, ele me chamou de "meu bem" , meu Deus eu estava tão feliz. Contei os minutos no relógio até de noite.

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Me arrumei como nunca, estava simplesmente linda, com meu corpo todo perfumado. Saiu e vou para casa de Henrique. Quando chego lá e ele abre a porta, meu coração dispara, ele estava tão perfeitamente lindo. Na casa estava só nós dois, ele tira uma foto nossa e o vejo o mandar em algum grupo que não vi o nome, mas fico tão feliz. Talvez ele já estava me apresentando aos amigos dele.

- Vamos assistir um filme meu bem ?_ ele perguntou, com aquele mesmo apelido de mais cedo

- po-pode ser_ digo e não era possível como só gaguejava perto dele, não me acontecia com nenhuma outra pessoa.

Sentamos os dois no sofá e ele traz pipoca, ele escolhe um filme de romance para a gente. Ele sentou bem do meu ladinho, bem colado o que ele nunca fez antes, nossa amizade nunca foi de ter contato. Quase no final do filme vejo o me olhar e então encaro ele.

- sabe Maya, descobri que sou apaixonado por você e tudo que quero nesse momento é beijar sua boca._ ele fala sem me dar tempo de responder e me beija

Meu primeiro beijo, quem diria... Mas não era como pensei. Era um beijo rápido, eu não conseguia sentir sentimentos da parte dele, parecia que era só mais algo que ele tinha que fazer. Mas deixo me levar e tento aproveitar o momento.

Destinada a ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora