𝐏rólogo

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"A todos aqueles que lutaram e têm suas cicatrizes, elas fazem de vocês mais fortes

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"A todos aqueles que lutaram e têm suas cicatrizes, elas fazem de vocês mais fortes."

Um grito sonoro ecoou pela pequena cabana de madeira, a parteira corria de um lado para o outro seguida por duas outras enfermeiras do campo peregrino.A bela mulher estendida na cama berrava de dor enquanto a camada de suor na sua pele só ficava mais espessa. Ninguém esperava que a criança nascesse naquele dia.Priscilla foi totalmente apanhada desprevenida.Faziam pelo menos dois meses que a mulher podera acompanhar os treinos e participar deles, o que lhe dava um enorme descontentamento, mas ela não culpava a criança pelo estado em que a deixou pelos longos oito meses que a gravidez lhe durou.

O seu marido não estava por perto.Lorcan insistira que a parceira fosse levada até à corte crepuscular mas Priscilla ameaçou-o, falando que o deixaria se ele a tirasse dali.Eram ameaças faziam, ambos sabiam disso, mas Lorcan respeitou a esposa.Neste momento algum dos treinadores do acampamento peregrino atravessava até à grande corte crepuscular para dar as boas novas ao homem cuja mulher estava agora em trabalho de parto.Com sorte chegaria a tempo de ver a sua cria abrir os olhos pela primeira vez.

E então fez-se luz.

Não na forma figurativa de se falar.Era luz.Incandescente e que encegueirava, vinda da criança .Não houve choro vindo do pequeno ser. Não havia sangue manchando a pele da pequena garota, apenas um clarão forte.A enfermeira mais baixa encarou a criança horrorizada e soltou um gritinho histérico.

Priscilla mesmo sem força alguma endireitou o tronco e lançou um olhar de questionamento às três que agora encarava a sua filha de forma desesperada, como se em suas mãos estivesse um ser abominável, um monstro.

Quando Priscilla pegou sua primogênita no colo deixou escapar lágrimas de emoção. Então depois de admirar a aura do seu feito mais incrível buscou pelo motivo do horror das três enfermeiras que agora deixavam o quarto.

Haviam cinco dedos em cada mãozinha. Cinco dedos em cada pé. Membros superiores e inferiores,tronco,e uma pequena cabeça delicada e mole.Crescia penugem nas costas da garota, a mãe sorriu ao descobrir que a filha herdara as suas asas peregrinas, uma orelhas pontudas pequenas.Tudo parecia certo e no lugar.

E então fez-se escuridão 

Por todo o corpo da garotinha serpentes minúsculas e negras na sua pele traçaram cicatrizes de sombra e luz.Priscilla ficou pasma, nunca vira nem ouvira falar de algo semelhante .A mesma luz continuava a emanar da pequena garotinha, a diferença era que agora linhas curvas e retas de luz percorriam o seu corpo.A luz parou depois de algum tempo e Priscilla prendeu a sua respiração. Aos poucos a luz deixou a criança mas não antes de cravar uma estrela na sua têmpora direita.A criança abriu os olhos e a mãe sentiu que todo o ar que lhe restava tinha lhe sido retirado, com certeza a sua pequena garotinha era especial. 

Priscilla observou os olhos da sua cria .Escuridão e luz, tudo ao mesmo tempo.A mulher não conseguiria dizer se os olhos eram negros como a asa de um corvo ou claros como a água.Quando a luz e a escuridão pararam de dançar no olhar da criança ele ficarou cinzento com um brilho especial.

𝐓he 𝐂ursed 𝐒cars ✦ 𝐚𝐜𝐨𝐭𝐚𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora