Um mês depois
O mês se passou rapidamente, eu e Moon nos aproximamos muito, tia Daia gostava dele, ela até apelidou ele de "Sonho de toda sogra", o que me faz rir sempre que olho pra ele, espero que nossa amizade dure bastante.
- No que você tá pensando?
Voltei dos meus pensamentos com essa pergunta, nem percebi que estava encarando meu bom amigo, e ainda por cima, pensando nele, que vergonha.
- Que a gente devia ir em algum lugar no fim de semana, se tia Daia e tio Trevor deixar, e sua mãe, lógico.
- Claro, que tal Ibirapuera? Eu sei que você ainda não foi lá, e você não viu o parque todo, podemos alugar umas bicicletas, e dar uma baita volta, o que você acha?
- Ótima ideia, vou falar com meus tios, e vamos curtir o sábado.
Muitas preferem sair no domingo, mas eu prefiro o sábado, não sei porquê, acho que os lugares não ficam tão cheios no sábado, quanto ficam no domingo, e lugares cheios me deixam um pouco nervosa, parece que todas as pessoas estão olhando meus movimentos, cada passo que eu dou, é terrível.
Depois que Moon foi embora da minha casa, fui ver se tia Daia precisava de ajuda, mas como sempre, ela estava bem, acho que ela também precisa de amigas, amigas da idade dela, com quem possa sair e tomar uma cerveja de vez em quando, como ela diz que fazia com a mamãe, sei que tio Trevor não se importaria com isso, eu daria tudo pra ver ela o mais feliz possível.
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Sábado
Acabou que o sábado chegou mais rápido do que eu imaginava, e eu finalmente ia sair com o Moon, no fim tia Daia e tio Trevor não foram contra eu sair com ele, afinal, Moon foi um dos primeiros amigos que eu fiz na vida, amigo humano, porque eu tinha muitos amigos coelhos, gatos, cavalos e cachorros que a gente tinha na fazenda, e isso tem deixado eles muito satisfeitos, acho que ninguém quer ter uma filha que só fala com animais.
Mas o que se veste pra ir em um parque? Principalmente no clima de São Paulo, que muda a cada meia hora, o que eu calço? Provavelmente tênis, já que vamos caminhar, eu sou péssima em escolher roupas, espero que ele nunca me chame pra nada chique.
No fim, acabei pegando minha jardineira e minha camiseta com uma margarida bordada, tia Daia diz que isso me deixa parecendo uma fazendeira dos Estados Unidos, e eu me pergunto se elas se vestem muito diferentes da gente, ou se precisam de roupas mais especificas, porque aqui o pessoal acha que eu sempre estou pronta pra colher cenouras.
Mas temos um grande outro porem, além das minhas roupas, eu ainda não sei pegar um ônibus sozinha, principalmente pra ir em lugar, que pelo mapa, fica a quase uma hora de distância, eu tô perdida, ou vou ficar, literalmente. Com o meu medo a tona, acabei mandando mensagem pra Moon, e explicando toda a minha situação, ele riu, mas concordou em me encontrar perto da escola, ainda bem.
Depois de ouvir 500 recomendações de tia Daia, sobre horário e assaltos, eu finalmente consegui sair de casa, era até diferente, sair com alguém, principalmente sem um adulto, e sozinha, faz com que eu me sinta tão madura, coisa do momento, eu sei, mas isso me faz sentir até normal, como uma adolescente de cidade, me faz pensar, "olha mundo, eu consigo sair sozinha, e ainda vou encontrar um amigo, e vamos pra um lugar mais longe que a escola, vamos pegar ônibus". Mas é claro que ainda sinto um certo receio.
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Rainha da Natureza
FantasyRainha da Natureza, conta a história de Daisy, uma garota de 17 anos, que perdeu os pais durante um acidente, e que acabou fazendo com que ela fosse morar com os tios, em uma fazenda, no interior de Minas Gerais. Depois de anos vivendo sem saber com...