Rainha da Natureza, conta a história de Daisy, uma garota de 17 anos, que perdeu os pais durante um acidente, e que acabou fazendo com que ela fosse morar com os tios, em uma fazenda, no interior de Minas Gerais.
Depois de anos vivendo sem saber com...
Depois de horas em um sono profundo, do qual eu achei que nunca ia sair, e achar que nunca mais ia dormir se acordasse, percebi que a estrada não era tudo o que eu achava. Claro, tinham árvores, vacas e muitas montanhas, então não era diferente da fazenda, talvez eu esperasse algo mais... emocionante?
- Está com fome, querida? Viagens assim normalmente dão uma fome danada.
E eu realmente estava com fome, acho que todas as horas que passei dormindo afetaram meu estômago, não quero nem ver o dia que eu finalmente viajar de avião, vou ter que tomar dois desses, e ai sim não vou acordar nunca mais.
Outra coisa que percebi logo de cara, aquilo tudo seria um tédio, pois era só aquilo, ver a paisagem, comer e dormir, um baita porre comparado com as tardes que eu tinha, será que eu consigo pegar um livro na mochila? Acho que se tia Daia deixar eu posso tentar, mas e se eu enjoar? É, talvez não seja uma boa ideia, em todo caso, eu mereço.
Logo paramos pra almoçar, aquela foi uma das poucas vezes que comi fora de casa, e amei, eu adorava a comida de tia Daia, mas aquilo era de mais, o tempero diferente do que você tem costume, é sempre bem vindo.
Depois do nosso almoço, finalmente consegui pegar meu livro, enfrentar o enjoo, bom, é pra isso que o remédio serve afinal, e ter minhas páginas escritas era um sinal de que o tédio ia se esvair, pois olhar a paisagem era boa, mas eu ia guardar meus olhos pra vista da cidade, que com certeza vai ser surpreendente.
No fim eu não errei, a paisagem da cidade era realmente incrível, no começo eu achei que seriam só casinhas como na fazenda, mas ai as coisas foram mudando, e eu já via grandes prédios, vários viadutos, carros dos mais diferentes, alguns até bem engraçados. O que mais me chamou atenção foram as pessoas no nosso ponto de chegada, como ficamos em uma estação do metrô, tinham jovens com estilos bem diferentes.
Antes de vir pra cá, eu cheguei a pesquisar algumas coisas na internet, na medida que meu sinal me permitia, mas nada é tão bom quanto ver pessoalmente, as cores são mais vibrantes, ela não é tão cinza quanto eu achei que seria, é bem barulhenta, e a poluição é de longe a pior parte, mas isso tudo é compensado quando penso em todas as coisas novas que vou conhecer, e talvez ela só seja tão poluída porque estamos no centro.
Tio Trevor foi nos buscar, ele tinha arrumado um carro com algum amigo da cidade, e o caminho até nossa casa era ainda mais impressionante, eu estava em um lugar chamado Estação Armênia, tia Daia disse que era ali que voltaríamos pra comprar roupas novas, pois tudo era muito barato, dali partimos por lugares realmente bem legais, e eu pude ter o vislumbre de alguns pontos turísticos, que com certeza eu voltaria no futuro, como, por exemplo:
Bairro da Liberdade
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Ibirapuera
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E consegui ver o tão magnífico, Aeroporto de Congonhas.
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Eu estava realmente ansiosa para conhecer todas aquelas maravilhas, tudo o que São Paulo tinha pra mim, principalmente o Parque Ibirapuera, que por algum motivo, fez meus olhos brilharem.
Um bom passeio de carro depois, saímos da parte mais agitada, e começamos a adentrar ruas mais estreitas e sossegadas, tirando o fato da lotação - nome que tia Daia me ensinou - não conseguir passar tão bem por ali, e formar um pequeno trânsito, quando perguntei o porquê de todo aquele aperto, tia Daia se virou e me respondeu:
- Bem vinda a São Paulo.
E eu achando que São Paulo seria só aquela parte bonita que eu vi, na verdade, tudo ali era bonito, por mais que fosse tão difícil chegar em casa, eu não deixaria de aproveitar cada segundo do meu novo lar. Pelo menos, enquanto estávamos parados por ali, tia Daia me mostrou as principais coisas que eu precisava saber, como onde ficava o mercado, a padaria, o SUS, e minha possível futura escola, a parte que eu mais temia.
Depois de passar quase 30 minutos só naquela rua, finalmente chegamos em casa, e eu achei ela a coisa mais fofa, pequena e aconchegante, agora tínhamos vizinhos próximos, eu ainda tinha meu próprio quarto, mas nada de sala, e nada de internet ainda, tia Daia disse que eu poderia arrumar e decorar meu espaço do meu jeito, já que seria uma nova transição da minha vida. Eu já tinha algumas coisas em mente mesmo, então, que venham as compras.