IX. Não perdoe. Eu sou um idiota

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Motivo 9 para o @moony me perdoar: Na verdade, não perdoe

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Motivo 9 para o @moony me perdoar: Na verdade, não perdoe. Eu sou um idiota e você é a melhor pessoa que eu conheço, e a mais inteligente também. Mas se puder desculpar, a minha idiotice ameniza (a sua sensatez me dá equilíbrio) e talvez os dias fiquem menos cinzas. Eu não posso prometer me deitar no mato e ler aqueles livros que você comenta tão apaixonadamente (acho que prefiro te ouvir falar sobre eles). A verdade é que eu sinto falta de você tagarelando no meu ouvido. E se você me desculpar, eu juro, Remus, que todos os minutos, horas, dias, meses, anos, séculos e milênios serão seus.


— Para onde você vai em plena segunda-feira, Sirius? A gente tem aula amanhã... — James tentava argumentar enquanto Sirius vestia a jaqueta de couro.

— A cidade não dorme, Pontas... — respondeu com certo desdém.

— Mas é segunda!

— Eu não tô pedindo pra ir comigo. Fica aí, chama a sua namorada pra ver filme online... Você é esse tipo de pessoa agora.

— Não, eu sou e sempre fui a pessoa que te apoia quando dentro dos limites. O que aconteceu? Você não pode conversar como qualquer pessoa normal?

— Não — respondeu, pegando a chave da moto sobre a mesa de cabeceira e deixando o quarto.


Há muito tempo não saía para beber sozinho. Encontrou um bar de motoqueiros afastado da cidade, aparentemente o único aberto numa segunda-feira, um ambiente que não era nem de longe o seu favorito. Ninguém lhe pediu documento quando se sentou, a identidade falsa permaneceu no bolso. Não conhecia nenhuma daquelas músicas, mas ao menos o som era ambiente, a bateria suave.

Como um caçador, Sirius observou todos ali lentamente. A maioria era bem mais velha, os homens com barba na cara, as mulheres com maquiagem carregada. Na segunda dose de vodca decidiu que olharia só para elas. Naquele bar cheio, apenas três tinham idade aproximada - entre vinte e vinte e cinco anos. Sirius era charmoso, sabia. Nas festas do colégio bastava um olhar, às vezes um sorriso... os dedos por entre os fios de cabelos, jogando-os para trás, costumava sempre funcionar. Aquelas meninas, no entanto, olhavam para ele como se Sirius fedesse a leite.

Mas ele conseguia sentir olhos pesarem à sua nuca. Quando olhou para trás uma vez, pode perceber que um homem o observava. Bonito, deveria ter em volta dos trinta anos, os cabelos ruivos presos num coque frouxo, a barba comprida com um aspecto de bem cuidada. Respirou fundo e tomou mais uma dose. Voltou ao flerte platônico.

Imaginou que uma delas, enfim, havia lançado um olhar diferente, mas logo a moça enchia-se de risos junto a um homem de cabelos grisalhos. Olhava e ria. Sirius sentiu-se patético.

Já estava embriagado quando entendeu que a noite tinha sido um fracasso, tal qual a sua vida. Não teve controle quando o subconsciente trouxe à tona suas relações familiares, nunca querido ou aceito pelos pais, motivo de zombaria dos primos. Afastara, depois de tudo, a única pessoa que quis salvar - mas Regulus nunca havia lhe pedido a salvação. A companhia do irmão fora negada pelo medo e pela teimosia. Fizera o mesmo hoje com James. Perdera Remus Lupin da mesma forma.

Dez motivos para amar Sirius Black - W O L F S T A ROnde histórias criam vida. Descubra agora