Capítulo 7

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Estava deitada na grama olhando pro céu nublado, não ia demorar a chover mas Carolina é uma maluca que simplesmente achou que seria legal passarmos a tarde de domingo no parque ecológico. Como se não fosse suficiente ela carregou o namorado e o amigo do namorado que estava estranhamente silencioso.

_Você não terminou de contar sobre a visita ao César... - Igor deixa no ar qualquer coisa que eles tenham conversado.

Marcos me olha. Olha bem dentro dos meus olhos como se procurasse qualquer coisa. Balança a cabeça negando o que quer seja e então olha para o amigo, ele abre e fecha a boca uma, duas vezes. Me olha de novo e eu sinto que estou incomodando.

_Vou comprar um água. - digo já me levantando.

_Pode ficar se quiser Débora, não é por sua causa eu só... Me sinto mal com toda essa história, não sou como vocês... Eu tenho um passado sujo, triste e cheio de vergonha...

_Já falamos sobre isso Marcos. - a voz do Igor soa seria e cheia de uma autoridade que eu nunca tinha visto nele. - Já passou cara, você se arrependeu e isso é o suficiente, entendo que pense em tudo isso e se sinta mal, sei que se culpa pela morte de uma pessoa mas...

_Cesar está morto mano. Ele foi teve uma parada cardíaca logo depois que fui visitá-lo, e... Eu sinto que poderia ser eu. Na verdade acho que deveria ser eu, ele pagou por um crime...

_Ele não estava preso só pela morte do homem. Você sabe! Temos uma lista grande que inclui roubo, receptação, tráfico, assalto, roubo, mais tráfico, mais roubo... Um assassinato foi só a cereja do bolo. - Igor diz e dá ombros. - Você não pode mudar o aconteceu não pode fazer as escolhas das outras pessoas, então só aceita e bola pra frente.

_Tenho me sentindo tão... Sujo! Eu não sou como vocês e nem sei mereço estar aqui. - me surpreende ver que ele está chorando. Chorando!!!!

Tem algum tempo que temos nos visto, conversamos pelo celular algumas vezes, frequentamos os mesmos lugares e Marcos não me parecia com o tipo de pessoa que chora na frente de outras pessoas.

É automático. Eu simplesmente reajo, antes mesmo de pensar no que estou fazendo meus braços estão ao redor de Marcos.

_Ei, ei, ei... Claro que merece estar aqui, não somos melhores que você Marcos, somos tão imperfeitos quando. Não fique assim, não deixe essa sensação te desanimar. Ninguém aqui é santo, todos nós erramos... - eu digo tentando acalmar o homem que chora no meu ombro.

É uma sensação nova e me causa uma mistura de sentimentos. É de certa forma... Bom.

Pouco tempo depois ele sai dos meus braços, me olha por uma fração de segundos e me beija. Eu não sei porque aceito ser beijada por ele, menos ainda porque retribuo o beijo dele. É um beijo doce e calmo, faz um calorzinho suave no meu peito. Nos separamos em silêncio e eu permaneço confusa sem coragem de olhar para ninguém ao nosso redor.

_Obrigado! - ele sussurra.

Todos agem como se nada tivesse acontecido. Parece não ter sido nada de mais um desconhecido ter me beijado na frente da minha amiga e do namorado dela, que é amigo do cara que me beijou. Parece normal? Mas não é! Pelo menos não acho que deva ser.

O tempo passa e eu não consigo esquecer. Não consigo! O momento triste parece ter sido deixado para trás e agora há risadas sobre qualquer assunto que eu simplesmente não prestei qualquer atenção.

Alguns pingos grossos caem do céu nos tirando da área aberta, corremos muito até uma pequena área coberta, uma espécie de estufa é o nosso abrigo, mais a frente Carol e Igor estão se beijando e isso faz eu me sentir muito deslocada.

_Me perdoe por ter beijado você. - Marcos diz olhando pra mim, seus olhos procuram os meus, só não sou capaz de retribuir seu olhar. Ele me intimida e me atrai por igual.

_Por que está se desculpando? - eu sussurro sem graça sem olhar pra ele.

_Você ficou diferente depois disso, parece querer sair correndo. - Pois essa é exatamente a minha vontade! - eu pensei que você quisesse...

_Por quê? - eu pergunto e me sinto uma idiota no minuto seguinte.

_Por que você fechou os olhos quando me aproximei e retribuiu o beijo? - ele diz parecendo impaciente.

_É... Eu acho que fiz mesmo isso, me desculpa! Eu... Não que não tenha sido bom, eu gostei. Só... bem... Eu não sei!

_Posso fazer de novo e ajudar você a decidir. - ele põe sua mão grande no meu rosto e se aproxima. Como faz mesmo pra respirar?

O beijo é gentil e doce e seus braços me rodeiam assim como os meus a ele, é reconfortante. Parece tão errado e tão certo ao mesmo tempo.

_Você é linda, é tão perfeita! - Marcos para de me beijar só para dizer e logo volta a me beijar outra vez.

O tempo parece correr a chuva vai embora e nós permanecemos no mesmo clima, não quero sair daqui, não quero voltar para minha casa, não agora que me sinto tão bem.

...

Agora as postagens vão diminuir...
Espero que estejam gostando. Bjo boa noite.

O Poder Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora