Capítulo 08 - How could I call you?

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Quando O Garoto pulou no mar, ele só pensou em estar onde o seu amor estava. Quando afundou, o peixe o ajudou a voltar a superfície e assim, os dois nadaram, lado a lado, para um pouco mais afastado da ilha até eles chegarem a uma grande rocha que tinha no meio do mar, rocha onde O Garoto poderia subir e descansar um pouco, pois definitivamente ele não estava acostumado a nadar aquela distância toda. 

Quando subiu na rocha, O Garoto apenas deitou em cima dela, de barriga para cima, respiração ofegante, aos poucos tentando regular ela e percebeu que bem ali em cima deles, havia um grande arco-íris atravessando o céu. Enquanto isso, O Peixe ficou parado ali, perto da rocha, com pouco mais do que seus olhos não submersos, observando atentamente O Garoto se recuperar. 

— Eu estou bem. — Disse, finalmente se sentando na pedra e focando seu olhar no Peixe — Mas como vamos voltar para Eroda? Eu não tenho mais onde te colocar. — O Peixe abaixou o olhar — Não! Não pense nisso. A gente não pode se separar. — Declarou, esticando sua mão para tocar as escamas douradas do Peixe — Eu te amo, Louis. Tem que haver alguma maneira. 

O Peixe bateu forte as nadadeiras na água, molhando um pouco O Garoto que sorriu, imaginando que aquilo poderia ser uma resposta positiva a sua declaração. Não que ele precisasse que O Peixe dissesse que o amava também. Tudo que naquele momento ele precisava era que ele pudesse continuar amando O Peixe, que eles não tivessem que se separar. 

— Eu não consigo pensar em nada, Louis. Eu teria que construir um tanque, mas isso levaria tempo e tempo é algo que eu não estou disposto a arriscar. Eles podem te tirar de mim para sempre. Essa ilha encontra muitas formas dolorosas de me castigar por não ser exatamente o que eles querem que eu seja. — Desabafou o garoto, deixando algumas lágrimas escaparem de seus olhos profundamente esverdeados — Essa água que sai dos meus olhos é salgada igual a do mar. Me faz pensar... Quem dera você coubesse no mar que tenho em meus olhos.

Ali parados, com os corações doloridos por causa do adeus que parecia iminente, os dois contemplaram um pouco o silêncio sendo quebrado apenas pelo barulho do mar. O Garoto começou a percorrer o seu olhar por aquela imensidão até que voltou para o seu próprio abdômen, focando especificamente naquela mariposa tatuada nele. Então, ele olhou para o arco-íris e de volta para a mariposa em sua barriga e assim repetiu várias vezes até ter certeza do que deveria fazer. 

— Louis, confia em mim. — Pediu e logo depois fechou os olhos, respirou fundo — Pai Sol, eu não sei se a Lenda do Arco Íris é realmente só uma lenda ou ela pode ser real, mas se for… Por favor, peço a sua ajuda. O mar me trouxe meu amor. Não é justo ele me tirar assim. Eu não posso voltar para aquela solidão agora que descobri que podem me amar pelo que eu sou. Eu sei que eu vou sobreviver, eu também aprendi que posso receber amor de mim mesmo, mas eu não quero só sobreviver. Eu quero viver o genuíno sentimento de que minha alma sempre vai ter um lar para qual sempre poderá recorrer quando estiver um pouco perdida. Então, por favor, assim como você transforma pessoas em mariposas, transforme o Louis em pessoa. Eu preciso dele. Eu não posso dizer adeus assim. 

 

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