Para sempre, Harley

Capítulo 9

Seth pulou no meu colo e miou para que eu o acariciasse. Estava deitada no sofá vendo televisão, era meu segundo passatempo favorito, depois de estar com você. Nas últimas semanas tínhamos saído tanto que eu quase não ficava em casa, a maioria das vezes ficava na sua.

Você não estava no meu apartamento, e no fim, Seth veio me fazer companhia ao me ver solitária em casa. Até ele estava acostumado a te ter por perto, então aquilo era estranho para nós dois.

Chequei meu celular pela oitava vez para constatar que você ainda não tinha me respondido, o que era ainda mais estranho. Você não demorava me responder de modo algum, e aquilo estava me dando uma espécie de ansiedade dentro de mim, não saber o que tinha acontecido com você, ou pensar que eu tinha feito algo de errado no nosso último encontro, o qual para mim foi maravilhoso como todos os outros que tivemos nas últimas semanas desde o incidente da festa.

- O que você acha, Seth? – Olhei para meu gato que já estava um pouco maior, e o acariciei na cabeça fazendo com que ele ronronasse.

Eu não queria te ligar, achei que seria muito invasiva fazendo isso. Mas mesmo assim eu fiz, e você não atendeu. Aquela ansiedade aflorou no meu peito de vez, e eu não consegui me conter. Precisava saber o que tinha acontecido com você.

Quando Seth saiu do meu colo para comer, eu levantei e me vesti.

Foi por impulso, juro.

Coloquei uma calça jeans e uma camiseta preta, com uma jaqueta por cima e uma bota. Não estava preocupada com a minha aparência no momento, eu só queria tirar aquele sentimento ruim que habitava dentro de mim. E ele nunca passou.

Quando entrei no carro, meu coração pulsava freneticamente dentro do meu corpo, eu não sabia o que era, somente estava sentindo.

Pedi para o motorista me deixar na sua casa, então fiquei 5 minutos parada na frente, sem fazer qualquer movimento.

Será mesmo que eu deveria estar aqui? Ou deveria virar as costas e ir embora. Eu me perguntava a cada segundo.

Aquele sentimento, não ia embora de maneira alguma, eu não conseguiria esperar você me responder.

Com todos esses pensamentos, apertei a campainha, ainda hesitando.

Estava tremendo, tanto as pernas quanto minhas mãos.

Ouvi os passos através da porta.

Você estava em casa, então.

Meu coração batia a cada passo.

Eu tentava pensar em qualquer desculpa que eu pudesse dar quando você estivesse cara a cara comigo, mas não me vinha nada em mente. Aquele sentimento me sufocava.

Parecia que meu coração ia ser destruído assim que a porta fosse aberta.

E foi.

E este é o nono motivo pelo qual eu te odeio: Apesar de você me trazer os sentimentos mais puros e bons, você também os destruía e fazia o inferno dentro de mim.

E foi isso que eu senti, quando vi a loira parada no batente da sua porta esperando que eu falasse.