Quatro

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O sol está agradável nesta manhã de segunda feira, visto de dentro da sala de vidro onde Marissol faz anotações sobre os primeiros casos entregues a ela. O clima no escritório tem estado tenso desde que um caso importante foi reaberto.
Ana está ao lado de Marissol, servindo café e fazendo a tradicional rádio corredor. A Senhora Magda vem em direção as duas e ao mesmo tempo Ana está saindo da sala.
- Marissol, preciso que você leve uns documentos na sala da diretoria, preciso que me traga assinado pelos diretores. Hoje a assistente da diretoria está e como preciso com urgência você deve ficar nessa função apenas por hoje. Venha a minha sala em alguns instantes pegar a documentação.
- Sim senhora, respondeu gentil e solícita como todos os recém contratados.
Magda estava séria, parecia muito preocupada hoje. Marissol não estava atolada de trabalho então não seria complicado para ela, assim também seria possível conhecer outras pessoas da empresa.
Em cinco minutos havia pegado toda a papelada e escutado novamente os direcionamentos da Sr. Magda, então entrou no elevador de longas portas espelhadas, e digitou o 25° andar, onde ficavam as salas de direção da empresa e o administrativo. O elevador tocava uma música de fundo enquanto funcionava.
Marissol pensou em como era sortuda pro trabalhar em um lugar tão grande e chique e pensou se estava a altura, ajeitando o terno que estava vestindo e deixando a camisa branca de seda que ganhou de aniversário ano passado mais alinhada que antes.
O elevador abriu e ela caminhou por um corredor curto até chegar a uma recepção mais sofisticada que a da entrada e caminhou até a recepcionista.
- Bom dia, trouxe a documentação que a Senhora Magda solicitou assinatura..
- Ah, sim. Você deve ser Marissol, bem vinda, eu sou a Ava.
- Muito prazer - Marissol respondeu.
- Só um instante, vou ligar para avisar.
Pegou o telefone sofisticado e discou um ramal, então disse:
- Sr. Os documentos chegaram, posso mandar entrar? Ah sim. Ok! Obrigada! - Sol apenas observava encantada com a beleza de Ava.
- Querida, pode entrar, é a sala grande com a porta de cor cinza. Apontou Ava. Não precisa bater
Marissol caminhou menos de 200 metros e chegou a porta mas antes que pudesse abrir, foi atingida sem perceber e caiu no chão. Derrubando uma parte dos papeis que estava segurando que voaram e espalharam-se.
Saindo da direção de desenvolvimento Arnaldo vinha caminhando enquanto digitava uma mensagem no celular. Esteve tão distraído que não consegui ver a garota em sua frente e colidiu de vez com ela, deixando-a no chão e Derrubando papéis e celulares e chamando atenção das pessoas ao redor.
- Oh! Por favor me desculpe, eu não percebi você menina.!! Disse Arnaldo erguendo as mãos para levantar a moça que estava sentada no chão já recolhendo os papéis caídos e tentando organizar o mais alinhado possível.
- Hum. Poxa. Tudo bem, acontece- Respondeu Marissol envergonhada com os papéis já nas mãos.

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Ao mesmo tempo uma porta cinza se abre e um homem alto e moreno de olhos verdes saia a procura da documentação que aguardava na sala. Ao ver a cena Miguel que já estava mau humorado ficou mais frio e carrancudo - que idiota essa menina, derrubou tudo no chão - então ficou olhando feio para Arnaldo que estava levantando a mulher a sua frente. Ela tentava alinhar sua roupa e quando os olhos dela e de Miguel se cruzaram, Miguel a viu corada e sentiu uma energia e atração no ar. Anulou seus pensamentos e se concentrou no pedido de desculpas que Arnaldo agora falava.
- Sr. Miguel, desculpe, disse Arnaldo.
- Sr. Miguel desculpe, a demora, aqui está a documentação. Disse Marissol entregando a documentação. Miguel olhou frio a moça em sua frente e então disse:
- Entre - Marissol ficou imediatamente intimidada e obedeceu ao patrão.
Miguel pegou a documentação e levou a sua mesa, então disse:
- Sente-se. Iniciou o processo de assinar várias folhas, passavam de 15 páginas e a moça esperava silenciosamente observando os móveis naquela sala, a parede era uma janela inteiramente de vidro dando imagem para a grande cidade, os prédios e a grande torre de relógio, havia uma grande mesa de madeira marrom que tinha formato moderno, alguns quadros colocados na parede branca e a sala tão feia quanto a sala de um médico tinha um ar muito profissional e ao mesmo tempo profundo. Um sofá de couro e uma poltrona, duas cadeiras próximo a mesa, uma delas Marissol estava sentada. Marissol tinha as mãos cruzadas mexendo nos nós dos dedos enquanto aguardava o trabalho.
- É a sua primeira semana aqui? - O que há com essa garota, ela é muito interessante-
- Er... - ela pigarreou tentando encontrar voz -
- Er... Ela pigarreou tentando encontrar voz. É sim, Senhor. - A moça estava corada, não conseguia evitar sentir assim, havia uma atmosfera atraente naquele lugar. Ele era tão frio, pensou consigo.
- Pronto. Disse Miguel. Preciso que ele a Magda e que volte aqui para algumas tarefas. Ela já deve ter explicado que ficaria neste andar por hoje.
- Certo. - levantou-se e foi em direção a porta torcendo para não repetir o papelão e para que o ambiente ficasse mais fresco fora daquela sala onde sentia que estava ficando difícil respirar.
- Espere. Disse firme,
Ela parou e assustada com a voz do homem. Ela havia esquecido os papéis assinados. Ele percebeu isso. Também percebeu que um fio de cabelo estava fora do lugar e isso o incomodou, talvez pelo pouco de toc que restava, e não apenas isso mas, dentro dele uma centelha de curiosidade brotou. Ele caminhou até ela e chegou perto do rosto, colocou o fio de cabelo no lugar. Sol não recuou, mas também não estava entregue por ele, ela sabia que aquilo podia ser muito errado. O clima de repente ficou muito quente ali, Miguel pensava - o que essa garota tem? Ela me incomoda de um jeito atraente- Miguel teve que relutar para não ter efeitos em seu corpo e se desvencilhou dos pensamentos dizendo.
- Você ia esquecer os papéis.
- Ah, obrigada! Se envergonhou.

SOL NEGROOnde histórias criam vida. Descubra agora