As duas famílias continuavam dentro do quarto, conversavam, sorriam, surpreendiam-se com as aventuras de Alberto e André que a essa altura dialogavam alegremente, nem parecia que dentre alguns dias atrás André estava à beira da morte. Em meio às brincadeiras e belos diálogos o pai de Anna resolveu contar detalhes do acidente:
- Gente, a estrada estava escura, já era madrugada. Não tinha nenhum carro por perto naquele momento, era apenas a estrada e eu. Liguei o som do caminhão para ouvir o rádio, essa era minha estratégia para me manter acordado, mas não consegui sintonizar na estação que queria, por mais que apertasse os botões do aparelho só sintonizava em uma estação evangélica com uma irmã pregando. - Falou André.
- O que essa irmã pregava, pai? - Perguntou Anna.
- Eu dei um soco no rádio, aborrecido por não sintonizar na estação que queria. Ele parou de tocar por alguns instantes e depois voltou a sintonizar na estação evangélica, daí as únicas coisas que ouvi a irmã dizer foi: - "Davi foi perseguido e caçado por Saul. O rei fazia de tudo para matá-lo, mas quando Davi encontrou Saul dormindo, indefeso, ele teve a oportunidade de aniquilar aquele que o perseguia, de pôr fim ao ódio e inveja que o rei sentia nutria por ele e assumir, quem sabe, o trono de Israel naquele dia. Mas o que foi que Davi fez? Não ousou fazer mal ao ungido do Senhor, mesmo essa pessoa sendo Saul."
- Acho que estou entendendo o que Deus estava falando para você, André. - Disse a irmã Graça.
- A locutora continuou: " Irmãos, não se toca em um ungido do Senhor, foi Deus quem ungiu e ninguém tem o direito de fazer mal a este. Ai daqueles que fazem mal a alguém que Deus ungiu, grande é a cobrança." Nesse momento lembrei que agredi o Alberto na frente da faculdade de Anna e depois só vi o caminhão saindo da pista e indo em direção à árvore, depois disso o mundo sumiu. - Concluiu André.
A irmã Graça, João, Anna, Alberto e a irmã Fátima ficaram boquiabertos com o relato de André. O pai de João, dessa vez revestido de humildade, arrematou:
- Deus me ungiu, de fato. Mas não foi apenas por causa disso que ele te feriu André, essa circunstância também foi estratégia para trazê-lo de volta para os seus caminhos. - Falou o presbítero.
- Verdade, Alberto. De sobressalto André falou: Meu Deus! Ainda não voltei para Jesus. Orem por mim agora, vou me render totalmente a Cristo de novo.
Assim André retornou para sua fé, Anna e sua família não conseguia conter a alegria. Ainda no quarto João aproveitou para intervir:
- Mãe, a senhora acha que seria interessante pedir ao pai de Anna para namorá-la agora? - Perguntou João.
- Agora não, meu filho. Em outra oportunidade vocês conversam. - Concluiu a irmã Fátima.
- Bom, irei embora com minha família. Já posso marcar o culto de ação de graças, André? Perguntou o presbítero Alberto.
- Claro, e além do culto aquele velho churrasco com bastante coca-cola em sua casa, ok? - Brincou André.
- Com certeza, você leva a picanha argentina. - Retribuiu a brincadeira o pai de João.
- Logo a picanha, Alberto? Prefiro ficar com as coca-colas. - Respondeu André.
- Pai, Jesus te curou, mas o senhor já quer fazer estripulias? - Advertiu Anna.
-Eu sei minha filha, mas uma carne na brasa não faz mal. - Argumentou André.
- Isso é verdade, meu amigo. Estou indo, até logo! - Quando o Presbítero e sua família estavam retirando-se do quarto André lembrou-se do romance de sua filha e e resolveu brincar com João.
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Crê, Espera e Suporta
RomanceCrê, Espera e Suporta é um romance cristão que narra a história de um tímido jovem, músico e estudante de administração que se apaixona por uma extrovertida estudante de psicologia. O amor desses dois idênticos, mas diferentes jovens é provado a fe...