•fifteen ~ Never Be•

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"We will never be as young
As we are now
It's time to leave this old black and white town
Let's seize the day
Let's run away
Don't let the colors fade to grey
We'll never be as young
As we are now"

•••

Era bem cedo.

Cedo até demais, Luke não sabia porque havia acordado a essa hora, mas independentemente do que fizesse, ele não conseguia voltar a dormir. Então, após ir ao banheiro, lavar seu rosto e escovar os dentes, ele resolveu que começaria o seu dia.

Antes de descer as escadas para o andar de baixo da casa, porém, ele passou no quarto de Violet, abrindo a porta devagar para não acordá-la e dando uma breve olhada apenas para checar se está tudo bem. Não havia nada que poderia estar errado, ele sabia que abriria a porta e apenas a encontraria dormindo como um anjinho, mas, ainda assim, como se por instinto ou costume, ele sentiu que deveria vê-la.

Passando pela porta do quarto ao lado do dela, Luke estava prestes a passar direto, mas lembrou que era ali onde Michael estava dormindo.

E ele realmente não precisava checar se todos nessa casa estavam bem, principalmente Michael, que é um adulto, sem contar que Luke definitivamente não teria uma desculpa para explicar por quê estava ali, caso abrisse e porta e se deparasse com Michael acordado.

Mas ainda assim ele o fez, abrindo a porta com certa hesitação e olhando dentro do quarto. Assim como Violet, Michael dormia profundamente, tudo estava perfeitamente bem e normal, e agora, só agora, ele estava pronto para descer as escadas até o andar de baixo.

Chegando lá, ele foi até a cozinha, preparando um café, que ele tomou enquanto fazia algumas panquecas para quando Violet e Michael acordassem. Havia suco na geladeira e ele pôs os pratos na mesa, preparando tudo para comer quando os outros dois descessem, já que não estava com fome ainda.

Indo até a sala de estar, ele passou pela porta da sala de música. Ele ainda não havia entrado lá de fato para tocar ou cantar, apenas viu brevemente o cômodo assim que voltou para casa, e, considerando que ele ainda ia esperar Michael e sua filha acordarem, ele tinha um tempo sozinho.

Adentrando o local, ele passou os olhos por todo o ambiente, vendo os instrumentos, a decoração simples e tudo mais que compunha o visual de uma sala de música organizada.

Ele viu alguns dos cadernos de música que Michael citou no dia anterior e algumas partituras empilhadas em cima do piano e pegou uma delas. Ele estava hesitante quando sentou no banco em frente ao piano, era um sentimento confuso, na verdade. Ele tocou algumas teclas, e aquilo soava familiar, não porque ele já ouviu o som do piano inúmeras vezes, era familiar de uma forma como se ele conhecesse o instrumento.

Acompanhando as notas na partitura, ele se perguntava se havia escolhido uma muito fácil ou se ele realmente sabia tocar piano, porque apesar de não lembrar de ter aprendido a tocar o instrumento, a sua memória - ou talvez a sua memória muscular - ainda parecia familiarizada com aquelas notas.

Levou alguns minutos até ele se sentir mais confiante enquanto tocava, mas logo era como se ele sempre tivesse tocado. Pelo visto, Michael o ensinou bem, ou talvez a música realmente tenha o poder de nos fazer lembrar das coisas, memórias de momentos, sentimentos e pessoas.

Era o que parecia quando Luke começou a pensar em Clifford, pensamentos aleatórios, como uma sala grande e vazia, Michael estava sentado ao seu lado no banco do piano, observando enquanto Luke tentava reproduzir as notas que aprendeu, e então, de vez em quando, Michael segurava a sua mão, a guiando quando Luke errava alguma nota.

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