Capítulo 3

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Lazuli saiu da nave com pressa.

— Lazuli! – chamei, indo atrás dela. Quando a alcancei, segurei sua mão – O que foi?

— Volte a sua missão. – ela murmura e se solta, voltando a caminhar.

— O que? Espera! – a alcanço de novo, e dessa vez só ando ao seu lado – O que eu fiz? Eu fiz algo de errado?

— Por que se importa? – ela para e me olha nos olhos. Sinto algo diferente ao encará-la.

— E-Eu não sei. – gaguejo. Eu realmente não faço ideia do porquê que de repente me importo com o que ela pensa de mim.

— Então vá embora. – ela me dá as costas e abre as asas – E não volte. – ordena, voando para longe.

Sinto algo estranho de repente, como se uma parte dentro de mim pesasse mais do que devesse. Algo como tristeza.

✧✧✧

"Peridot, faceta 2F5L corte 5XG. Planeta Natal.

Estou de volta a minha rotina.

E acho isso um tédio.

Digo, eu ainda faço viagens interplanetárias pelas galáxias próximas do Planeta Natal. Acredito que conheci mais da metade dos planetas daqui agora. Diamante Amarelo me elogia sempre. É uma grande conquista, de fato. Mas não consigo ficar tão feliz com isso.

Fico revendo meus diários de bordo. É legal. Como se eu pudesse voltar ao planeta sem que precisasse estar lá fisicamente.

Preciso ir. Novo planeta para descobrir. Até logo."

✧✧✧

"Peridot, faceta... Ah, qual é. Eu preciso repetir isso sempre? É o meu próprio diário pessoal, afinal.

Enfim. O que estou tentando dizer é que eu estava revendo meus diários de bordo e encontrei o arquivo do 22-b.

E quer saber de uma coisa? Estou indo para lá agora mesmo. Deseje-me sorte, mais uma vez."

✧✧✧

O planeta está da mesma forma que me lembro. Digo, já se passou três meses, quem sabe Lazuli tivesse o mudado de forma que pudesse ser visto do espaço nesse período?

Adentro a atmosfera relutante. Não quero ser acertada por um punho de água de novo. Aparentemente, ela não parece me notar. Ou está fingindo que não para que possa acabar comigo de perto.

Pouso no solo e saio da nave, olhando ao redor antes que eu saia por completo. Olho ao redor em busca dela, mas sem sucesso. Só consigo ouvir um leve som de água corrente. Analiso se devo chamá-la, afinal, não era nem para eu estar aqui.

— Me dê uma boa resposta para não acabar com você agora. – ouço uma voz atrás de mim e me viro.

— Você não ousaria. – sorrio. Ela sorri também e me estende a mão.

— Quero te levar a um lugar.

— Achei que não quisesse mais me levar quando soube que eu também posso voar.

— Bem, se você diz... – ela começa a recolher a mão.

— Não! Tá bem. Desculpa. – seguro sua mão e ela reabre o sorriso.

Ela me leva no ar até sua construção, bem mais estruturada que antes. Agora, está com o triplo do tamanho, com dois níveis e várias janelas pelas paredes. O telhado é estranhamente no formato de um prisma triangular.

mission kepler 22-bOnde histórias criam vida. Descubra agora