Capítulo 2

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Quando retornei ao Planeta Natal, contei tudo sobre o planeta (com exceção da presença de Lazuli) a minha Diamante.

Como era de se esperar, ela não ficou muito feliz com o fato de eu não ter terminado meu trabalho no Kepler 22-b, porém, não insistiu no sermão e pediu que eu não me distraísse dessa vez.

Sua Pérola veio até mim e me deu as informações necessárias para minha próxima missão: Kepler 20-e. Nada mal. Não era tão distante do da missão anterior, eu poderia fazer os dois em uma viagem fácil fácil.

Voltei à minha nave e marquei o mesmo percurso que ela havia feito dias atrás.

Adentrei a atmosfera do 22-b quando um punho de água atingiu minha nave e a fez despencar no vasto oceano.

Incrivelmente, eu tinha me esquecido que Lazuli era muito protetora quando se tratava do seu planeta. Agradeci que a nave era a prova de som e ela não me ouviu gritar enquanto a nave girava até atingir a água e boiar, me fazendo dar de cara com o painel de comando.

Massageei minha gem. Ela não tinha rachado nem nada, apesar de que eu duvidava que ela permanecesse intacta mais uma vez.

Não conte isso à Lazuli!

Apertei o botão para que a porta abrisse. Analisei ao redor e vi que Lápis me observava ao longe.

— Sou eu, Lazuli! — berrei com as mãos ao redor da boca e pulei até a parte sólida mais próxima.

— Eu sei! — ela retrucou da mesma forma.

Ha ha, que engraçado.

Me agachei e estava recolhendo algumas partículas mais maciças do solo quando ela se aproximou e pousou do outro lado da pequena ilha rochosa, andando até mim.

— Por que voltou? – O tom dela demonstrava que não estava feliz em me ver.

— Obrigada pela cordialidade, anotarei isso no meu próximo diário de bordo. – Me permiti sorrir de lado e a olhar com a sobrancelha arqueada.

Ela manteve a expressão séria — Por que está aqui?

— Preciso escolher uma amostra do solo. Já estou indo embora — voltei meu olhar para o recipiente onde eu recolhia a amostra, guardando-o em minha gem e levantando em seguida.

— Ótimo.

— Ótimo – repeti. Ela pareceu suavizar a expressão e olhou para o horizonte, ignorando minha presença – Então... O que estava fazendo?

— Não te interessa. — curta e ríspida.

— Justo – comentei — Não que te interesse, mas eu recebi uma nova missão em um planeta próximo – Ela não reagiu — Você não vai se livrar de mim tão fácil.

— Que pena — ela suspirou e voltou o olhar para mim. De repente, achei que ela tinha visto Diamante Rosa atrás de mim — EU SABIA!

— Sabia do quê?

— O seu visor. Está rachado. Eu consegui! Do que você duvidava mesmo? — Ela cruzou os braços e ergueu o queixo.

— Está nada. — passei as mãos pelo meu visor e notei que a parte de baixo estava rachada. Como não vi isso antes e troquei antes que ela visse? — Buraco de minhoca!

De repente, ouvi um som esganiçado. Só então percebi que ela estava rindo.

— Esse é o seu xingamento? Adorei. Como é mesmo?

Enrubesci. A ignorei e antes que eu me desse conta estava jogando o visor longe.

— Meu visor não conta como uma parte da forma física! Quer saber? Eu vou embora. — me virei e comecei a andar em direção a nave.

mission kepler 22-bOnde histórias criam vida. Descubra agora