Eu nunca vou a Greenpoint, onde as pessoas viram uísque com vinagre de picles, mas estou fazendo isso por você, Harry. Assim como machuquei as costas por você, quando caí de sua janela para que não me visse quando eu tentava ver você, tentava conhecer você. E odeio que você pudesse me ver aqui, agora, e achasse que sou um cretino que superestima o valor cultural da Vice e que bebe qualquer porra que a Vice me diz para beber. Não fiz universidade, Harry, então não desperdiço minha vida adulta tentando resgatar meu tempo de faculdade. Não sou um cretino frouxo que nunca teve colhões para viver a vida agora, como ela é. Eu vivo para viver, e pediria outra vodca com soda, mas isso significaria falar com o bartender de camiseta do Bukowski, e ele me perguntaria novamente que tipo de club soda quero.
Estou de mau humor e você está logo ali em cima, lendo, de meias amarelas, e há buracos nelas e você está se esforçando muito. Você saiu de A menina e o porquinho, mas eu também não pareço muito bem. Tive de passar pela sua janela, e é uma queda pequena, mas uma queda é uma queda, minhas costas ardem, e se eu ouvir a palavra pickleback¹ novamente, eu juro...
Seus melhores amigos estão na mesa ao lado da minha, ruidosos e desleais, verdadeiros tipos Coney Island com as botas e os cabelos exagerados que, silenciosamente, insultam todas as pessoas de Jersey que fazem essa merda de propósito. Os três frequentaram, juntos, a Berkeley, e agora estão em Nova York juntos também, e todas odeiam Girls e reclamam do programa o tempo todo, mas não é exatamente isso que estão tentando fazer com suas vidas? Brooklyn, garotos e picklebacks?
Você se senta com os outros escritores entre aspas, o que permite aos seus amigos falar sobre você, e, infelizmente, eles estão certos: você se dedica muito mais a ser escritor — aceitar cumprimentos e tomar uísque — do que a escrever. Mas felizmente eles também estão errados: todo mundo neste salão está cheio demais de vinagre de picles para entender sua história de caubói.
Seus amigos sentem inveja. Rony é a grande crítica, um Adam Levine com olhos de contas e autoconfiança injustificada.
— Explique novamente para o que serve essa maldita merda de mestrado se você não é Lena Dunham?
— Acho que talvez pudesse lecionar? — diz Hermione, que está morta por dentro, como um cadáver. Ela posta no Instagram metodicamente, clinicamente, como se reunisse evidências para uma defesa, como se toda a sua vida fosse dedicada a provar que tem uma vida. Ela debocha claramente de sua leitura no Lulu's ao tuitar sobre quão psicótica está por ter que comparecer a um "#lendonoLulus", estou lhe dizendo, Harry, eu juro.
Rony novamente:
— Acha que isso é como um vernissage em que você vai uma vez e tudo resolvido, ou vai ser tipo... Uma coisa de toda semana?
— Eu faço uma porra de um desfile sempre que termino um modelo? — bufa Hermione.
— Não. Eu trabalho nisso, e continuo trabalhando até ter uma coleção. E depois trabalho novamente.
— Ginny vem?
— Não atraia isso.
Elas podem estar falando sobre a garota alta que não sorri, mas não tenho como perguntar.
— Desculpe — suspira Rony. — Pelo menos nos vernissages o vinho é grátis.
— Pelo menos nos vernissages você tem arte. Desculpe, mas uma porra de um caubói?
Ronny dá de ombros, e tudo continua, uma metralhadora que não para, não consegue parar.
— E podemos falar sobre o traje dela?
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Fanfiction"Tudo começa quando Harry J. Potter, entra na livraria do East Village onde Tom Riddle trabalha. Bonito, inteligente e sexy, Harry ainda não sabe, mas é o homem perfeito para Tom, que, a partir do nome impresso no cartão de crédito de seu cliente, p...