~~ VOTEM E COMETEM POR FAVOR~~
Aurora narrando...
— Essa comida está um merda — meu pai fala e joga o prato quente de sopa no meu colo.
Eu não grito, não podia gritar. Mas os meus olhos se enchem de lágrimas, eu também não posso levantar, senão pode acontecer coisas piores, não duvido que ele possa jogar.
A dor consome meu corpo, nenhuma das palavras que estava sendo dita pelo meu pai eu ouço. Apenas a dor eu consigo sentir e ouvir .
Depois de muitos minutos dele dizendo muitas merdas sobre mim e me xingando, ele sai da sala, para o meu alívio.
Eu me retiro também, vou para meu quarto.
Chego no meu quarto e tiro a minha roupa o mais rápido possível.
Entro no banheiro rapidamente. Ligo o chuveiro e a água gelada cai em cima de mim, aliviando as minhas pernas que ardem sem limites.
Começo a pensar se eu nunca vou conseguir voltar a ser feliz, serei sempre escrava desse homem.
Já fazem 4 anos que esse terror começou. No começo eu achava que iria acabar logo, claro eu era uma menina de 13 anos, hoje já tenho 17 e em alguns meses completo 18, mas esse terror só piorou de lá para cá.
Depois que eu comecei a produzir leite eu saí da escola, mudei da minha casa que ficava em uma cidade pequena para uma casa no meio da floresta. Eu nunca mais me senti feliz de verdade.
Fecho meus olhos e a água relaxa um pouco meu corpo.
Fico assim por alguns minutos só saio desse transe quando ouço a porta do banheiro sendo aberta, abro meus olhos rapidamente.
É meu pai, não sei se ainda posso chamar ele assim.
Meu pai me olha de uma forma estranha. Ele começa a entrar no banheiro e eu me desespero. Ele está bêbado, uma certeza.
— Olha como você está gostosa — Ele diz e eu sinto um enorme nojo.
Ele começa a chegar perto de mim. Meu coração começa a bater forte — de desespero.
— Sabe que você ficaria ótima chupando meu pau, filhinha — ele diz sugestivo e se aproxima cada vez mais de mim.
Sua mão vai em meu quadril e aperta. Cada célula do meu corpo pede ajuda.
Por instinto eu o empurro com toda força — que o meu corpo pequeno e magro conseguiu.
Como ele está bêbado ele cai e a cabeça deve ter batido pois acontece um barulho alto e aparentemente desmaia pois não levanta ou fala alguma coisa.
Saio do banheiro rápido e visto uma calça grossa — que doeu bastante para colocar por conta da minha queimadura — uma blusa e um casaco por cima.
Saio da casa correndo o mais rápido que eu consigo.
Corro o máximo que posso até perceber que eu não tenho nenhum lugar para ir, não sei como chegar na cidade. Com o desânimo diminuo o passo.
Lágrimas caem do meu rosto, eu não tenho para onde ir, eu não tenho ninguém que me ame.
★ ★ ★ ★ ★
A noite chega e eu me sento em uma árvore, minha queimadura está doendo muito. Não posso tirar minha calça para ver como ela está, a noite está muito fria.
Respiro fundo sentindo sede e fome. Fazem horas que eu não como nada.
Escuto um barulho vindo do lado direito da floresta. Fico apreensiva.
Me levanto e corro o máximo que posso para me afastar do local. A queimadura arde.
Olho para trás para checar que não tinha nada me seguindo, quando me viro de novo dei de cara com um urso. Ele é tão alto e grande, meu corpo se enfraquece de medo.
Eu vou morrer.
Solto um grito fino.
Tento correr para o lado oposto, mas meu corpo não foi capaz.
Sinto a escuridão me levar.
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Obrigada por ler e até mais!!
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O urso que me salvou
Romansa"Ele me salvou do que eu mais temia" Aurora vivia em uma casa a floresta com seu pai, quando com 13 anos começou a produzir leite por causa de um problema hormonal. A partir desse dia seu pai começou a ser rude e trata-lá de uma fora horrível. Qu...